As 10 melhores transferências de jogadores sub-21 na Europa

Fechada a janela de transferências e algumas rodadas das ligas europeias, separamos uma lista com 10 jovens nascidos a partir de 2001 e se transferiram de clube na Europa — já conseguindo destaque imediato

Passada toda a movimentação da janela de transferências europeia, os clubes agora buscam dar ritmo e sequência aos seus contratados para atingirem estabilidade e as metas dentro de cada competição. Muitos reforços já vêm causando impacto e, como de costume, a busca por jovens com alta margem de crescimento é intensa. Tudo isso causa boas expectativas por ganho técnico e financeiro a médio/longo prazo, além de oxigenar os elencos com jogadores que possam sobrar fisicamente em comparação aos jogadores que já passaram do auge físico. Ter este equilíbrio e se preocupar em montar um grupo competitivo é de suma importância para suportar os períodos mais intensos do calendário.

Listamos as dez contratações mais interessantes envolvendo jogadores sub-21 (nascidos a partir de 2001), com jovens que já estão recebendo oportunidades e correspondendo em contextos que beneficiarão cada vez mais o desenvolvimento, e consequentemente afirmação como titulares em suas equipes. No final, uma lista rápida com mais dez jogadores recém-contratados nesta janela e que terão grandes oportunidades no decorrer da temporada.

Armel Bella-Kotchap, zagueiro (2001) – Bochum para o Southampton

Imagem: Matt Watson/Southampton FC

Promovido ao time principal do Bochum com 16 para 17 anos, em 2019, Bella-Kotchap assumiu a titularidade na temporada seguinte e logo mostrou o quão competente era protegendo a área. Jogar entre os jovens de sua idade já era um desperdício e o salto na carreira naquela época foi de extrema importância para consolidar todo o potencial. Se notabilizou também pela grande capacidade técnica iniciando jogadas. Ganhando cada vez mais tempo de jogo e adquirindo experiência em níveis competitivos maiores, foi um dos nomes importantes na campanha pelo título da segunda divisão alemã na temporada 20/21.

Na elite, foi ainda melhor e chamou a atenção de vários clubes em ligas ainda mais competitivas. O Southampton foi um deles e fez do zagueiro a venda mais cara da história do clube alemão, pagando €10 milhões. Sua chegada preencheu uma lacuna no setor que carecia de opções e diminuiu a preocupação do técnico Ralph Hasenhüttl, que até então tinha apenas Lyanco e Mohammed Salisu.

Titular em cinco dos seis jogos dos Saints nesta Premier League, a melhora no sistema defensivo vem sendo notada e o promissor elenco tem muito a mostrar nesta temporada. As expectativas são altíssimas e a janela do cube foi bastante proveitosa. Além do zagueiro alemão, outros jovens chegaram e impactaram de forma imediata no modelo de jogo da equipe, como o goleiro irlandês Gavin Bazunu (2002) e o volante belga Roméo Lavia (2004), que chegaram do Manchester City e já estão fazendo valer o investimento.

Amadou Onana, volante (2001) – Lille para o Everton

Imagem: Tony McArdle/Everton FC

Bastaram apenas dois anos para convencer a todos de que era um jogador para as primeiras prateleiras do futebol mundial. Do Hoffenheim ao time principal do Hamburgo e vendido ao Lille em questão de um ano, a sua transferência ao futebol inglês levou o mesmo período.

O Everton ainda não venceu na Premier League, mas se tem algo para comemorar neste início de temporada é a chegada do ótimo volante belga. Desde que se tornou titular, na terceira rodada, houve uma melhora bastante significativa em vários pontos na equipe, como a qualidade em que a bola chega ao ataque, a dinâmica no meio com um jogador que recua e avança nos momentos certos para gerar volume e buscar o gol, o jogo aéreo e a intensidade sem bola. É como se Onana tivesse nascido para jogar na Inglaterra. Seu estilo vai de encontro com o que a liga exige e a rápida adaptação responde todos os questionamentos.

Mohamed-Ali Cho, atacante (2004) – Angers para a Real Sociedad

Imagem: IMAGO/Ricardo Larreina

O atacante francês chegou à Real como um acréscimo de enorme qualidade ao poderoso ataque da equipe. Agora, com a saída de Alexander Isak para o Newcastle, e mesmo com a chegada de Umar Sadiq, espera-se que assuma o protagonismo e eleve ainda mais o patamar do clube. Titular em dois dos quatro jogos nesta edição da La Liga, o habilidoso e potente atacante não se intimida com a marcação e ataca o espaço com muita velocidade – seja centralizado ou caindo pelas beiradas (como segundo atacante). É certo que será bastante acionado para municiar Sadiq ou Sörloth, mas Cho tem tudo que um atacante precisa e sabe definir tão bem quanto.

Emanuel Emegha, atacante (2003) – Royal Antwerp para o Sturm Graz

Foto: GEPA

Para suprir a ausência de Rasmus Hojlund, que se transferiu para a Atalanta, Sturm Graz agiu de forma eficiente e rápida no mercado contratando dois atacantes com características diferentes, mas que juntos têm tudo para se completarem e estabelecerem uma parceria de qualidade: Emanuel Emegha e William Böving.

Revelado pelo Sparta Rotterdam, Emegha surgiu como um atacante de referência e muita atitude. Logo recebeu oportunidades e sua ida para o futebol belga não surpreendeu, pois todos sabiam que tinha níveis mais altos a atingir. Não teve o tempo de jogo esperado, então uma mudança para outra liga que costuma dar oportunidades aos jovens foi vista com bons olhos. E foi o que aconteceu. Agora no futebol austríaco, o protagonismo vem sendo conquistado e os gols estão saindo – já são três em sete jogos. Um “camisa nove” agressivo, de bom porte físico, alto (1,95cm) e que gosta de proteger a bola, mas que tem mobilidade para conduzir e sair da área para apoiar.

Xavi Simons, meia (2003) – PSG para o PSV

Imagem: EPA

Depois de se destacar na base do Barcelona, Xavi Simons rumou para o PSG após receber proposta, mas acabou não tendo espaço na equipe principal e sofreu para se adaptar ao estilo de jogo. Foi bem no sub-19, sendo um dos melhores jogadores da UEFA Youth League, mas as expectativas por uma boa sequência jogando em níveis maiores eram altas. Na França não aconteceu, mas em seu país de origem, a Holanda, finalmente o jovem desabrochou para o futebol.

A ida para o PSV aconteceu no momento certo para fazer seu futebol evoluir e os números mostram como todo mundo saiu ganhando nesta transferência. São sete gols e duas assistências em nove jogos, além de boas atuações que lhe renderam a titularidade. Atuando como meia pelo lado esquerdo, fazendo infiltrações e ajudando Gakpo na criação por este lado, ou fazendo uma função de “falso 9”, Simons compreendeu de forma rápida o estilo de jogo para ser suficiente construindo e finalizando.

Aaron Hickey, lateral (2002) – Bologna para o Brentford

De volta ao Reino Unido depois de dois anos se destacando no Bologna, Hickey assumiu o posto de titular na lateral direita do Brentford e seus números neste início de caminhada na Premier League são animadores. Competente na marcação e apoiando, foi um investimento importante feito pelo clube visando se estabelecer nas prateleiras mais altas do futebol inglês depois de conquistar o acesso há duas temporadas.

Muito além do ganho técnico, Hickey oferece ao Brentford um estilo aguerrido e capaz de cumprir várias funções no setor defensivo. Ambidestro, atua com a mesma eficiência em qualquer lado do campo e é algo bem notório desde os primeiros passos como profissional ainda na Escócia com a camisa do Heart of Midlothian.

Josh Doig, lateral (2002) – Hibernian para o Hellas Verona

Imagem: Emilio Andreoli/Getty Images/One Football

Ainda falando sobre defensores escoceses se aventurando na Itália, Josh Doig é mais um exemplo do bom scout feito no país. O lateral chegou nesta temporada ao Hellas Verona após dois anos muito bons no time principal do Hibernian. Assim como Hickey, é um perfil que agrada e se encaixa no contexto italiano pela polivalência. Lateral esquerdo de origem, pode atuar também como zagueiro e tem porte físico favorável para cumprir esta função caso necessário.

Como o clube italiano adota o sistema de três zagueiros, Doig avança e faz o papel de ala – e tem aproveitado bem. É um jogador com boas valências e capacidades para ser incisivo no terço final, construindo jogadas e pisando na área quando surge oportunidade. Inclusive fez gol na rodada passada do Campeonato Italiano. Daqueles atletas que ganham a confiança do treinador e pode jogar onde for acionado. Aliás, a seleção escocesa tem bons jogadores que preenchem estas características e tende a crescer no cenário mundial.

Khvicha Kvaratskhelia, atacante (2001) – Dinamo Batumi para o Napoli

Imagem: MIGUEL MEDINA/AFP via Getty Images/One Football

Sensação do futebol italiano, Kvara encanta a torcida napolitana e todos quem acompanha a liga. O início meteórico da nova estrela da Geórgia e do Napoli ligou o alerta dos adversários e está dando resultados além do esperado em apenas dois meses no clube. São seis jogos, quatro gols e duas assistências somando Champions League e Serie A, além de atuações espetaculares.

Muito além da ambidestria e a capacidade para atuar em qualquer lado do campo, sua mentalidade para buscar o gol e gerar oportunidades é imensa. A facilidade para antever jogadas e executá-las com qualidade, somada ao ambiente favorável em que se encontra, coloca o clube em uma situação confortável quanto a números ofensivos – é o melhor ataque da liga. E a tendência, claro, é melhorar. O torcedor, enfim, pode se tranquilizar e esperar bons resultados depois de perder seus ídolos na mesma janela em que chegou Kvaratskhelia.

Enzo Fernandez, volante (2001) – River Plate para o Benfica

Imagem: Lusa/EPA

Tudo que foi apresentado no futebol sul-americano está se confirmando na Europa e o Benfica fez um dos melhores negócios da janela. Enzo chegou, tomou conta da posição e já é um dos principais nomes deste novo Benfica comandado pelo alemão Roger Schmidt. Dinâmico, inteligente e onipresente. O argentino está em todas as partes do campo e se a bola chega com qualidade ao ataque e o sistema defensivo vem apresentando melhorias, e sofrendo menos que nas últimas temporadas, muito se dá pela eficiência do camisa 13.

Titular em todos os jogos do Benfica nesta temporada, já são três gols e duas assistências, além de participações diretas na criação de jogadas que resultam em gols. É um volante que gosta de ter a bola e não hesita em arriscar passes que desmontam linhas defensivas. Seu teto é altíssimo e ao que tudo indica e podemos ver em campo, a passagem por Portugal será curta.

Bjorn Meijer, lateral esquerdo (2003) – Groningen para o Club Brugge

Imagem: photonews

O ala/lateral esquerdo chegou ao atual campeão belga após se destacar nas categorias de base do Groningen. Meijer pouco atuou pelo time principal desde então, mas já era muito bem avaliado e o Brugge agiu rápido para garantir um jogador bastante promissor. Com todos os aspectos físicos e técnicos para se sobressair e cravar o nome no time titular, foi o que de fato ocorreu desde a sua chegada. O sistema de três zagueiros usado pelo treinador Carl Hoefkens dá liberdade ao holandês para apoiar e fechar a linha com mais intensidade, o tornando cada vez mais influente na construção naquele setor.

Foi uma movimentação interessante do clube, que busca sempre contratar jovens com alta margem de evolução para serem potencializados. Além de Meijer, o zagueiro equatoriano Joel Ordóñez (2004), o atacante espanhol Ferran Jutglà (1999) e o volante nigeriano Raphael Onyedika (2001) chegaram nesta janela encaixando neste perfil.

Outras contratações que também merecem destaque:

  • David Nemeth, zagueiro (2001) – Mainz para o St. Pauli
  • Quinten Timber, volante (2001) – Utrecht para o Feyenoord
  • Miguel Gutiérrez, lateral (2001) – Real Madrid para o Girona
  • Ransford-Yeboah Königsdörffer (2001), atacante – Dynamo Dresden para o Hamburgo
  • Brandon Soppy, lateral (2002) – Udinese para Atalanta
  • Eric Martel, volante (2002) – RB Leipzig para o Colônia
  • Fabio Carvalho, meia (2002) – Fulham para o Liverpool
  • Ryan Gravenberch, volante (2002) – Ajax para o Bayern
  • Tanguy Nianzou, zagueiro (2002) – Bayern para o Sevilla
  • Kaiky, zagueiro (2004) – Santos para o Almeria
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