Os 3 pontos fortes do Manchester City na final da Champions League

Em busca do seu primeiro título da Champions League, o Manchester City de Pep Guardiola chega como o grande favorito para a final.

Depois de perder em sua primeira final de Champions League da história, para o Chelsea, em 2021, e ter sido eliminado na semifinal de maneira traumática pelo Real Madrid no ano passado, o Manchester City de Pep Guardiola alcançou um nível de maduração que o permite, sobretudo após o ingresso de Erling Braut Haaland, chegar como franco favorito à decisão em Istambul.

O reforço do jovem centroavante norueguês de 22 anos foi importante para oferecer uma alta quota de gols e contundência nas áreas para os citizens, mas as últimas três campanhas na Liga dos Campeões foram fundamentais para o Man City adquirir experiência na competição continental e para o processo de construção do elenco da equipe.

Os últimos anos foram essenciais para o conjunto de Etihad “aprender com os erros”, corrigir problemas e atingir uma nova dimensão. Impulsionado por um plantel completo, o City atual não somente é capaz de controlar seus adversários através da posse da bola. Agora a equipe também demonstra uma versão reativa, capaz de proteger com muita solidez os espaços na defesa e jogar de maneira mais direta e vertical. As bolas paradas ofensivas também estão sendo um recurso importante.

É provável que muitas destas mudanças sejam consequência da adaptação do time à sua estrela. De qualquer modo, o Manchester City de 2022/23 é a obra mais refinada de Pep Guardiola desde que o treinador catalão chegou na Inglaterra. Como resultado, os citizens estão a uma vitória de conquistarem a Treble, restando derrotar a Internazionale na final deste próximo sábado.

As funções de Gündogan e De Bruyne no sistema ofensivo do City

A estrutura em 3-2-4-1 em fase ofensiva é um dos pilares do Manchester City nesta temporada. Dentro dela, Ilkay Gündogan e Kevin De Bruyne são essenciais pelos movimentos que executam e pelo que oferecem com bola. Ambos são o elo entre os jogadores relacionados com os primeiros toques, na saída de bola e base da jogada (Rodri e John Stones), e são a conexão com os extremos e Haaland em zona de 3/4.

Os dois, partindo da entrelinha, atrás das costas dos meias adversários, contam com dinâmicas ofensivas interessantes com os pontas de seus respectivos setores. Se por um lado De Bruyne, na direita, ataca intervalos em zonas intermédias para buscar cruzamentos, do lado oposto Gündogan, que não traça tantas rupturas entre lateral e zagueiro, lateraliza movimentos para escalonar a posse e oferecer mais apoios por dentro a Jack Grealish, além de pisar mais na área para aproveitar os cruzamentos que chegam da direita. Gündogan já registra 11 gols na temporada, muito deles marcados nesta fase decisiva de campanha, reflexo dessa presença em zona de remate.

As trocas de posições entre a dupla com os extremos é frequente, mais observável na direita por conta da hiperatividade de Bernardo Silva. Aproximações, tabelas e overlappings estão sendo um argumento sério do Manchester City utilizando essas interações entre Gundo, KDB, Grealish e Bernardo. Resta ver que tipo de impacto esses movimentos terão contra um sistema de três zagueiros como o da Inter.

Kevin De Bruyne e Erling Haaland: uma dupla letal

A dupla Erling Haaland e Kevin De Bruyne tem sido uma das mais letais da temporada no futebol europeu. Ambos se complementam pela mescla da precisão dos passes do belga (de incríveis 31 assistências na temporada) somada à capacidade do norueguês em converter finalizações difíceis em gols.

A parceria tem sido mortal não somente em ataque posicional, mas também em campo aberto em situações de transições. A combinação entre os lançamentos ao espaço de KDB + rupturas a partir da aceleração seguida pela finalização de Haaland faz o Manchester City produz muito também quando adota uma postura reativa. Essa versão mais direta foi vista contra o Bayern (volta das quartas) e Arsenal, por exemplo.

Uma pressão alta de condiciona jogos

Nesta edição da Champions League foi frequente ver o Man City condicionar jogos com sua pressão alta e trabalho pós-perda. Baseada em mesclas de funções, como encaixes específicos, perseguições longas e com peças cortando linhas de passe ao mesmo tempo que encurtava o espaço com o portador da bola, a pressão alta do City forçou erros constantemente e foi um recurso utilizado para negar o esférico ao adversário e dominar a posse de bola. Esse intenso trabalho bola condicionou jogos durante a campanha na UCL e neutralizou meio-campistas dominantes como Toni Kroos e Luka Modric.

Esse matchup contra a Inter, uma equipe que conta com muita qualidade em saída de bola (seja por baixo ou usando o jogo direto), será interessante de ser observado.

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