Os reforços do Coritiba e o desafio de António Oliveira em 2023

Permanecer na elite do futebol brasileiro é a meta para alguns clubes, mas o Coritiba quer ir além e contará com António Oliveira e os bons reforços já anunciados para atingir o objetivo.

Após a saída de Guto Ferreira e a garantia de mais um ano na primeira divisão nacional, o Coritiba oficializou a chegada de António Oliveira para comandar a equipe em 2023. O português volta à capital paranaense agora para treinar o maior rival do seu antigo clube, onde fez o primeiro trabalho no Brasil como treinador — já havia participado da comissão técnica de Jesualdo Ferreira como auxiliar no Santos.

A expectativa é alta principalmente pelos trabalhos anteriores, que apesar de rápidos causaram boas impressões. O que rendeu ao jovem treinador o status de um dos mais promissores da atualidade e o colocou no radar de vários clubes. Portanto, o que lhe falta é solidez e bagagem para buscar metas e resultados maiores.

Caracterizado pela saída de bola qualificada com zagueiros e, principalmente, o goleiro, além dos jogadores da frente constantemente balançando para gerar apoio, as equipes de António gostam de ter a bola mas sabem se adaptar ao jogo mais reativo. Podendo montar uma estrutura com três zagueiros ou numa linha de quatro dando total liberdade aos laterais para ter profundidade, o estilo pode casar muito bem neste novo contexto.

Para ajudar a colocar em prática as ideias do novo técnico a diretoria buscou reforços que podem potencializar o estilo proposto e que, para além disso, são nomes experientes e capazes de impactar imediatamente:

Foto: Coritiba

Começando pela defesa, o único reforço para o setor até então é o lateral esquerdo Victor Luís. Com as saídas de Egídio, Guilherme Biro e Rafael Santos (fim do empréstimo), a tendência é que seja o escolhido para assumir o posto de titular no decorrer da temporada. Ofensivamente forte, tem boa profundidade e apoia bastante por aquele lado. Perfil que dará a António a possibilidade de criar grandes chances.

Um dos setores que mais requer atenção e será imprescindível para o funcionamento do jogo de António é o meio-campo. Com isso, dois jogadores experientes e que chegam da mesma liga irão fortalecer o plantel: Junior Urso e Marcelino Moreno.

O primeiro, vindo do Orlando City, é um velho conhecido e será uma opção extremamente interessante principalmente pela rápida adaptação. Em plenas condições de ser titular neste time do Coritiba — apesar de não ser mais aquele jovem potente de dez anos atrás —, o volante tem um perfil agregador e será importante no quesito organização. Defendendo ou apoiando mostra eficiência e assertividade em todas as fases. Tem bom passe, inteligência na leitura e preenchimento dos espaços, e chega bem ao ataque.

Marcelino, meia argentino que teve destaque na MLS com a camisa do Atlanta United, é um jogador de maior poder criativo e naturalmente será uma espécie de maestro na equipe. Dita o ritmo e tem o necessário para gerar oportunidades de ataque. Pode ser um fator determinante nos momentos em que o adversário subir a marcação pela facilidade em girar para acelerar o jogo e trabalhar com menos toques.

De frente para o gol adversário é onde demonstra mais qualidade pelos passes de ruptura tentados por 90 minutos. O famoso “pifador”. Importante ressaltar que por chegar de uma liga menos competitiva para atuar em um país que ainda não havia trabalhado, pode sentir um pouco a diferença. Porém, qualidade tem bastante e será bem acionado. A bola parada também é um aspecto positivo para o novo camisa 10.

Os atacantes Robson, Rodrigo Pinho e William Potker chegam para fortalecer o setor, além de propor variações no estilo de jogo. Velho conhecido na equipe do Coritiba, Robson chega após dois anos no Fortaleza onde teve bastante relevância no processo de fortalecimento do Leão do Pici no cenário nacional e inserção nas competições continentais. Agora, volta para dar mais opções no setor podendo cumprir papeis fundamentais criando oportunidades e acelerando jogadas. É um bom finalizador principalmente a média/longa distância, tem força nas bolas paradas e ainda possui um bom nível competitivo.

Foto: Coritiba

A respeito dos outros dois reforços para o ataque, ambos podem atuar centralizados, mas Potker é quem diferencia pela possibilidade de jogar pelos lados (principalmente o direito). No esquema frequentemente utilizado por António ao explorar o corredor para acelerar o jogo, o novo camisa 90 pode ser importante principalmente para sustentar jogadas antes dos companheiros aproximarem.

Já Rodrigo Pinho oferece boas leituras de jogo com movimentações entre os zagueiros, boas decisões na grande área e força no jogo aéreo. Sobra oportunismo e tranquilidade na hora de concluir. De volta ao Brasil depois de quase oito anos, terá uma grande chance para mostrar serviço na elite. Será sua primeira participação na Série A do Campeonato Brasileiro. A ver como estará fisicamente, até por conta de lesões mais sérias no decorrer da carreira, mas o atacante de 31 anos é um acréscimo de qualidade ao setor que já tem jogadores interessantes.

Caberá ao novo comandante organizar uma equipe que sofreu na temporada passada principalmente como visitante, mas que possui bons jogadores para sonhar com objetivos maiores na temporada. Há setores que merecem atenção e ainda precisam ser reforçados, como a zaga, e o clube já está se movimentando para dar profundidade ao plantel. Mais uma vez o Coritiba trabalha bem no mercado de transferências e mostra competência para aproveitar as oportunidades.

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