Como os reforços do Atlético-MG encaixam no modelo de jogo de Coudet
O Atlético-MG atuou no mercado para moldar o elenco ao gosto de Coudet, em uma demosntração de confiança no treinador. Como os reforços se encaixam?
Eduardo Coudet é um treinador bastante peculiar. Seus times jogam no 4-1-3-2, pressionam no campo de ataque com até seis jogadores, a linha defensiva está sempre bastante avançada e os ataques são diretos, com pivôs, inversões de jogo e cruzamentos. Além de atuar com apenas um volante, a linha de três meias e os dois atacantes atuam por dentro, de modo que pontas têm pouco espaço com o técnico argentino. Assim sendo, o Atlético-MG fez mudanças no elenco para facilitar o trabalho do novo comandante.
Paulo Henrique, lateral-direito
Após duas temporadas como titular do Juventude, Paulo Henrique chega, à princípio, para substituir Guga na reserva imediata de Mariano. Entretanto, é um jogador com boa capacidade de ocupar o corredor e chegar ao fundo, além de ser 10 anos mais novo do que seu concorrente pela posição. Aos 26 anos, certamente terá oportunidades e poderá assumir a titularidade em uma equipe que concentra jogadores por dentro e abre os corredores para os laterais.
Bruno Fuchs, zagueiro
Aos 23 anos, tem apenas 41 jogos como profissional e se machucou bastante nas últimos duas temporadas. Ainda assim, foi campeão olímpico em 2021 e, com Coudet, viveu ótimo momento no Internacional. É um atleta de boa saída de bola, algo fundamental para o treinador, e também tem velocidade para atuar com a linha alta, longe do seu gol. O desafio é se manter bem fisicamente para ter a explosão e confiança necessárias para correr para trás ou para pressionar pós-perda no momento da transição defensiva.
Edenílson, meio-campo
Foi treinado por Coudet no Internacional e teve grande desempenho tanto centralizado, quanto como meia pela direita. Desenvolveu grande capacidade de articulação durante seu período no Colorado e, quando está bem fisicamente, tem muito vigor para pressionar e excelente leitura para pisar na área, outra característica bastante apreciada pelo treinador argentino. Após um ano complicado em Porto Alegre, desejou a mudança de ares e busca retomar seu melhor nível. Deve ser titular.
Patrick, meio-campo
Outro que se destacou sob o comando de Chacho no Inter. Sempre atuando como meia pela esquerda, Patrick não articula tanto as jogadas, mas arrasta muito a bola, trabalha bem com o lateral pelo seu lado e costuma marcar gols chegando no ataque para finalizar. Talvez não seja titular absoluto pela concorrência forte e pela parte física, mas é uma peça valiosa para uma equipe que preza por um meio-campo robusto e por preencher bastante a área para cruzamentos.
Igor Gomes – meio-campo
Apesar de ter passado por muitos altos e baixos no São Paulo, terá um ambiente melhor no Galo e pode desenvolver todo seu potencial. Se destaca muito pela intensidade na pressão da saída de bola adversária, é muito disciplinado taticamente e pode atuar como meia central ou pelos lados. É mais um atleta que chega bem na área e também trabalha bem em espaço curto, podendo criar boas oportunidades através da aproximação dos meio-campistas. Precisa de confiança para finalizar mais, ser mais decisivo e virar um nome importante no futebol brasileiro.
Paulinho, atacante
Principal contratação do Atlético-MG para a temporada, Paulinho surgiu como um ponta esquerda, mas deve atuar por dentro, como segundo atacante. Já exerceu essa função nas Olimpíadas, declarou gostar da função e tem todas as características necessárias para isso: explosão para atacar espaços curtos, força física para sustentar os choques com os zagueiros e boa finalização na perna direita. Pode tirar muito proveito fazendo dupla com Hulk, já que o ídolo atleticano sai bastante da referência para fazer pivô, articular jogadas e arrasta zagueiros consigo.
Muita confiança em Eduardo Coudet
Evidentemente, a difícil situação financeira do Atlético-MG foi uma motivação importante para as vendas de nomes fundamentais para o Galo nos últimos anos, como Jair, Nacho e Keno. De qualquer forma, os movimentos do clube no mercado mostram muita confiança no trabalho de Eduardo Coudet. Jair é um dos melhores volantes do país, mas não tem a saída de bola desejada pelo técnico, nem é um meia para brigar por uma posição mais avançada. Keno é ponta e, portanto, não conta com tanto apreço do argentino.
Além de abrir mão desses nomes importantes, as contratações foram feitas sob medida para o modelo de jogo de Chacho, trazendo muitos nomes capazes de jogar por dentro. É importante que o Atlético-MG mantenha a confiança no treinador em momentos difíceis, caso contrário essa mudança de perfil do elenco terá sido à toa.
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