EURO 2024 | COMO CHEGA A BÉLGICA

Em um lento processo de renovação, a Bélgica vai para o seu primeiro grande torneio com Domenico Tedesco.

Invicta desde a chegada do treinador Domenico Tedesco, a Bélgica chega embalada para a disputa da Euro 2024. Em 14 jogos sob o comando do treinador ítalo-alemão, a seleção belga venceu 14 vezes e empatou em apenas quatro oportunidades. No entanto, os Diabos Vermelhos não foram exatamente testados nesse período, não enfrentando tantas seleções expressivas em jogos oficiais.

Tedesco aproveitou esse intervalo mais tranquilo para realizar uma transição dentro de alguns setores da equipe, que mudou bastante a maneira de jogar na comparação com o ciclo de Roberto Martínez. Ainda assim, a Bélgica enfrenta dificuldades para se renovar em algumas posições, especialmente na defesa, e tem nas laterais o maior desafio em termos de opções.

Gráfico: Footure PRO

Se nos últimos anos a Bélgica se notabilizou por atuar bastante com três zagueiros e defender com uma linha de 5 atrás, agora a seleção utiliza uma linha de 4 sob comando de Domenico Tedesco. O 4-2-3-1 se tornou o sistema tático base para encaixar melhor as principais peças e só dá espaço ao 4-1-4-1 quando Kevin de Bruyne não joga. O caso é que agora a Bélgica conta com uma dupla de volante de muita pegada defensiva, que oferecem solidez e boa capacidade de recuperações em divididas no meio de campo com Amadou Onana e Orel Mangala.

Na frente, o que pode variar é o posicionamento dos pontas. Em um primeiro momento, Leandro Trossard começa atuando aberto pela direita, enquanto Jeremy Doku fica na esquerda. Mas ambos podem inverter, e ainda existem as opções de Yannick Ferreira Carrasco (ganhou muitas oportunidades nos amistosos) e Johan Bakayoko (de boa temporada com o PSV e que pode atuar nas duas). Na frente, o ataque é finalizado com figuras já consolidadas da seleção belga como De Bruyne e Romelu Lukaku.

Em saída de bola, a Bélgica apresenta uma variação a partir da projeção de Castagne ao ataque pela direita. Com isso, a equipe varia suas saída em 3+1 ou 3+2 com Theate, Vertonghen e Faes construindo na primeira linha; Onana fica mais fixo à frente do trio e sendo auxiliado por Mangala e até mesmo De Bruyne na saída para progredir em terreno de jogo.

A Bélgica é uma seleção que busca não correr tantos riscos em saída de jogo, acumula muitos passes de segurança e utiliza bastante os lados para avançar em campo. Dentro da primeira fase de iniciação, os zagueiros Vertonghen e Faes são muito importantes dando passes verticais que batem linhas e conectam os meias atrás da primeira linha de pressão.

Com a projeção de Castagne pela direita, Trossard ocupa uma faixa um pouco mais central e realiza constantes movimentos de fora-dentro. Na esquerda, Doku permanece em amplitude, ocupa bastante o meio-espaço e faz a diagonal só no último terço de tempo. De Bruyne também é essencial nessa fase, justamente pela capacidade de gerar jogo por dentro e se aproveitar, vindo da segunda linha, dos pivôs realizados por Lukaku.

Como jogou contra seleções menos em grande parte do último período, a Bélgica precisou ter a bola em grande parte dos jogos, mas a tendência é que seja um time bastante direto e vertical nos principais enfrentamentos.

Sem a bola, busca pressionar o adversário em campo contrário. Utiliza os tiros de metas para adiantar suas peças e encaixar a marcação no 4-4-2 na fase defensiva. Defendendo em posicional, se protege em um bloco médio e sua postura começa a ser bastante agressiva no circulo do meio-campo. Em situações de pós-perda, Onana é muito importante pela capacidade de recuperar de imediato e iniciar contragolpes. Pode alternar para o 4-1-4-1 quando De Bruyne for substituído no decorrer das partidas.


Kevin de Bruyne chega na Euro 2024 com a complicada missão de liderar a atual geração após a aposentadoria de Eden Hazard, o antigo capitão e líder da equipe. O camisa 7 belga não chega nas melhores condições físicas (perdeu quase metade da temporada no City) e não tem completado boa parte dos jogos. No entanto, ainda é o melhor jogador dos Diabos Vermelhos e é a peça mais importante pelo papel que desempenha. É quem precisa baixar em saída de bola para oferecer linhas de passes e apresentar soluções nas progressões, ademais de ser a principal figura criativa nos metros finais para ocasiões de gol.

Gráfico: Footure PRO

Muito importante nos torneios de base com a Bélgica, Amadou Onana chega na Alemanha como uma peça fundamental para o funcionamento do combinado belga. Defensivamente é um dos principais responsáveis pela pegada sem a bola e na conquista de recuperações dentro do exercício de pressão alta. E com a bola é importante nas retomadas pela boa capacidade de condução e aproveitamento de espaços nas transições do time de Tedesco. Aos 22 anos, o jovem volante espera dar sequência ao bom momento que viveu com a camisa do Everton em 2023/24.

Gráfico: Footure PRO
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