EURO 2024 | COMO CHEGA A ESPANHA

Com um grupo jovem sob o comando de De la Fuente, a Espanha chega embalada para a Eurocopa.

Semifinalista na última Eurocopa, a Espanha chega para essa edição de 2024 sob o comando de Luis de la Fuente com um grupo bastante jovem. Campeã da Nations League de 2023 com o atual treinador, La Roja busca agora dar sequência em sua boa fase na Alemanha, apesar da juventude de seu elenco.

Se nos últimos anos a seleção espanhola ficou marcada por sua grande posse de bola, capacidade de controlar jogos e dificuldade de encontrar atacantes para encaixar dentro do funcionamento coletivo, agora a equipe de De la Fuente conta com aparições de jogadores extremamente jovens no setor ofensivo. Figuras como Lamine Yamal e Nico Willians já estão sendo fundamentais para La Selección.


Atuando em um 4-2-3-1 que vira um 4-3-3 com a bola, a Espanha conta com padrões bem definidos de jogo. O sistema com três meio-campistas e três atacantes pode ser utilizado desde o início, no entanto o comportamento das peças não muda tanto independente do desenho tático.

O caso é que em saída de bola, a Espanha busca um 4+1 no início de sua construção, com os laterais mais tarde ganhando campo para dar amplitude ou ocupar espaços mais por dentro no meio-espaço para forçar situações de 1×1 dos extremos contra defensores adversários.

Na saída de jogo, Rodri tem um papel fundamental distribuindo passes de qualidade junto aos zagueiros e é essencial encontrando os dois interiores que têm a função de ocupar a zona de entre linhas. Com isso, a seleção espanhola terá recursos para atacar bem tanto por dentro quanto por fora.

No caso de ataques por zonas interiores, o retorno de Pedri será fundamental por conta de sua capacidade em trabalhar em espaços reduzidos a partir de controles orientados seguidos de ações muito rápidas ou soluções criativas (passe ou dribles). Junto a ele ou a Dani Olmo, a Espanha também conta com outros meio-campistas de mais chegada como Fabián Ruiz e Mikel Merino.

Nos metros finais, por conta do que já foi mencionado sobre o papel dos interiores e laterais, a seleção espanhola força bastante os duelos de mano a mano pelos lados do campo com seus extremos partindo para cima dos laterais adversários. Dentro dessa ideia, Nico Williams e Lamine Yamal já se adaptaram rapidamente e oferecem um aspecto de “pegada ofensiva” que La Roja não tinha anteriormente. Lamine e Nico são bons recursos desequilibrando defesas a partir do drible e muito ameaçadores em campo aberto tendo espaço para transições.

Além disso, são bons cruzadores e isso é importante tendo em vista a atual função mais fixa dentro da área do centroavante da equipe (Morata ou Joselu). Com Luis de la Fuente, a Espanha quase não tem utilizado mais a figura de um “falso 9” ou um “atacante de mobilidade” dentro do sistema.

Sem a bola, de maneira geral defende em um 4-2-3-1, em um bloco médio-alto com a linha defensiva jogando algo próxima do centro do campo. A Espanha de Luis de la Fuente busca pressionar alto a partir de tiros de meta para recuperar rapidamente a bola ou forçar erros dos adversários. Utiliza uma marcação mais zonal, poucos encaixes ou trabalhos específicos em defesa. Em termos de nomes próprios na zaga, chega com a certeza de Robin Le Normand (Real Sociedad) como um titular pela direita. Aymeric Laporte (Al-Nassr) foi o titular dos primeiros jogos da “Era De la Fuente” pelo o que oferece com a bola, mas existe uma possibilidade de Nacho Fernández (Real Madrid) conquistar a titularidade durante a competição pelo momento defensivo apresentado nos últimos meses.


Aos 27 anos, Rodri vive o melhor momento de sua carreira e certamente se trata do melhor jogador espanhol dos últimos anos. Muito importante em saída de bola, o camisa 16 de La Roja é a peça mais importante pelo equilíbrio que oferece no meio-campo desde iniciação ofensiva até o alcance de profundidade em terreno de jogo. Sua capacidade de distribuição é notável seja para jogar curto com zagueiros ou laterais, longo com viradas de jogo ou com passes verticais para os interiores nas costas dos volantes adversários. Inegável que suas atuações serão determinantes para o sucesso da campanha da Espanha na Eurocopa.

Gráfico: Footure PRO

Com apenas 16 anos (fará 17 no dia 13 de julho, véspera da final), Lamine rapidamente conquistou seu espaço no time titular de La Roja. Se ainda pode existir uma dúvida sobre quem será o titular na ponta esquerda (Nico Williams ou Dani Olmo), o mesmo não se pode dizer sobre quem atuará pela direita. O jovem revelado por La Masia já consegue determinar partidas pesadas, como vimos pelo Barcelona em 23/24, e tem tudo para repetir o desempenho na Euro com sua seleção.

Partindo aberto pelo flanco destro, tem ótimo timming para acelerar jogadas com mudanças de ritmo, bons dribles. É um jogador criativo, tomas boas decisões com a bola (bastante maduro para alguém de sua idade) e consegue causar alguma dúvida nos defensores quando tenta cortes de fora para dentro tentando o disparo no gol ou um passe para finalização. Lamine é um dos favoritos a ser o jovem do torneio.

Gráfico: Footure PRO
Compartilhe

Comente!

Tem algo a dizer?