EURO 2024 | COMO CHEGA A ITÁLIA

Sob o comando de Spalletti, a Itália aposta em encaixes ofensivos para potencializar suas individualidades.

A seleção da Itália vai disputar essa edição de Eurocopa com a responsabilidade de brigar pelo bicampeonato europeu. O técnico Roberto Mancini, de 58 anos, pediu demissão do cargo em agosto do ano passado e acabou encerrando sua passagem após seis anos à frente da Itália. Ele comandou a equipe em 61 partidas oficiais, alcançando 37 vitórias, 17 empates e nove derrotas. 

O técnico italiano foi o responsável em construir uma equipe sólida e competitiva no cenário europeu e conquistou a taça da Eurocopa, encerrando um jejum de 53 anos do primeiro título da equipe na competição. No entanto, a trajetória de Mancini na seleção italiana também contou com resultados negativos, passando pela não classificação da Itália para duas Copas do Mundo: 2018 e 2022. 

Luciano Spalletti foi o escolhido para suceder Mancini no cargo técnico da seleção italiana e terá o desafio de manter uma equipe competitiva para disputar a Eurocopa, inserindo novos talentos nesse novo ciclo. 

Gráfico: Footure PRO

A equipe de Spalletti vem utilizando a estrutura do 3-4-2-1, com várias mudanças de jogadores. O treinador italiano, desde que assumiu a equipe, procurou escalar seu time titular conforme o adversário que enfrenta. O trio de defensores deve ser composto por Darmian, Mancini e Bastoni. O ala esquerdo será Dimarco, que possui grande influência na fase ofensiva da equipe, tendo a função de entregar amplitude e pisar na área como elemento surpresa para finalizar. A escolha do ala no lado oposto ficará entre Di Lorenzo e Bellanova. A certeza na seleção italiana de Spalletti é a presença de Barella e Jorginho, que participam ativamente da construção do jogo desde a defesa. Os meias mais avançados deverão ser Chiesa, partindo do corredor esquerdo, e Pellegrini ou Frattesi ocupando as zonas interiores pela direita. No comando de ataque, Scamacca tende a ser o centroavante titular da Itália para disputar a Eurocopa.

A seleção da Itália realiza algumas variações em sua primeira fase de construção. A primeira delas é realizada com Darmian abrindo para se posicionar como um lateral-direito, tendo Mancini e Bastoni formando uma dupla de zagueiros e Dimarco na esquerda. Com isso, a equipe executa uma saída sustentada com seis jogadores (4+2), pois Jorginho e Barella baixam para dar opção de passe e ficam perfilados de costas para a primeira linha de marcação da equipe adversária.

Na segunda variação, Jorginho realizará o movimento de baixar e formará uma dupla com Mancini na zaga, liberando o Bastoni para se tornar um lateral-esquerdo e Darmian ficará como o lateral-direito pelo lado oposto. Dessa forma, Barella baixa como primeiro homem de meio-campo e Pellegrini se posicionará próximo do capitão da equipe, oferecendo linhas de passe como um segundo volante. Dimarco e Di Lorenzo se projetam pelos corredores, tendo Chiesa caindo mais pelo centro para ficar próximo de Scamacca.

A saída de bola da equipe é elaborada através de toques curtos e rápidos, visando girar a bola de um lado para o outro. A intenção dessa construção, tendo a participação de seis jogadores, é atrair o adversário todo para seu campo defensivo para então vencer o primeiro bloco de marcação e acionar tanto os meias interiores, como os alas que estarão projetados no campo de ataque.

A Itália se estrutura em fase ofensiva no 3-2-5, com variações de movimentos entre Chiesa e Dimarco pelo lado esquerdo do campo, criando uma imprevisibilidade para o adversário conseguir encaixar a marcação no setor. Os comandados de Spalletti prezam pela objetividade quando adentram no último terço do campo. Não é uma equipe que terá o controle total da posse e, com isso, buscará chegar o mais rápido possível ao ataque para finalizar. Barella e Jorginho possuem um papel fundamental para encontrar passes entrelinhas ou inverter o corredor para acionar o ala com liberdade para progredir. A equipe realiza um ataque mais posicional, com os jogadores ocupando zonas já pré-estabelecidas por Spalletti. A presença de Scamacca como o centroavante da equipe tende a potencializar a efetividade no ataque italiano.

A equipe de Spalletti é agressiva quando não tem o controle da posse, buscando pressionar sempre o homem da bola, com os volantes e os zagueiros (Bastoni ou Mancini) executando muitos saltos em cima dos atacantes adversários.

A seleção italiana costuma subir o bloco e direcionar a saída de bola do adversário para os lados do campo, pois terá superioridade numérica no setor e consequentemente mais chances de recuperar o controle da posse de bola. Dessa forma, a equipe realiza alguns encaixes homem a homem, tendo Barella como uma peça imprescindível na pressão em cima de seu opositor no setor de meio-campo.

No entanto, quando a equipe é atacada e precisa baixar seu bloco de marcação, observamos a estrutura no 5-4-1, com os alas baixando para formar a linha de cinco e os meias, que atuam como interiores, baixam para recompor pelos lados.


Nicoló Barella, de 27 anos, é um dos principais meio-campistas do futebol mundial. O italiano é o motor que rege o meio-campo da Inter de Milão, atual campeã da Itália. Pela Série A desta temporada, Barella foi o jogador que mais realizou passes em direção a profundidade (64) e o terceiro a executar mais passes para o último terço do campo (302).

No auge de seus 27 anos, é um meio-campista que consegue dominar os principais indicadores do setor, tendo um ótimo controle de bola, uma excelente capacidade defensiva para controlar os espaços na região do meio-campo e um senso apurado para realizar antecipações defensivas. A seleção da Itália precisará contar com a melhor versão de Barella para sonhar com a conquista do bicampeonato europeu.

Gráfico: Footure PRO

Scamacca, de 25 anos, é uma das grandes apostas da Itália para essa edição de Eurocopa. O italiano foi uma das referências técnicas da Atalanta, que conquistou a Europa League – o primeiro título europeu da história do clube.

O centroavante italiano disputou 27 jogos e marcou 11 gols pela Serie A. Na campanha do título europeu do clube de Bergamo, Scamacca foi fundamental com gols decisivos nas quartas de final e semifinal da competição. Ao todo, ele atuou em 10 jogos e balançou as redes em seis oportunidades.

Scamacca demonstra facilidade para finalizar com as duas pernas, utiliza bem o corpo tanto para realizar pivôs, como para girar em cima do marcador. Além de ter 1,95m de altura, ele possui um bom senso de posicionamento dentro da área e costuma ganhar vantagem em cima dos defensores para executar cabeceios.

Gráfico: Footure PRO
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