Guia da Eurocopa Feminina de Futebol 2022
A Eurocopa Feminina começa nesta quarta-feira (6) e separamos tudo o que você precisa saber sobre a competição nesta temporada
Começa na Inglaterra, nesta quarta-feira (6), a Eurocopa de Futebol Feminino. Será uma das provas mais esperadas de sempre do futebol feminino, tendo em conta a aposta mediática que está a ser feita na competição. Inglaterra alimenta o sonho de poder ser, finalmente, campeã, jogando em casa, numa prova onde chegam várias equipas com iguais aspirações. Numa prova que poderá ser dada a muitas surpresas, olhamos para os quatro grupos e apontamos quais as jogadoras que podem brilhar, quem pode surpreender e os jogos que vão definir as oito melhores equipas que seguem para a fase a eliminar.
Grupo A: Inglaterra, Noruega, Áustria e Irlanda do Norte
Enquanto no país organizador se vive um ambiente semelhante ao “Football’s Coming Home” da Euro masculina de 1996, a verdade é que ao ter, neste momento, a mais competitiva das Ligas femininas europeias, a Inglaterra soube construir o momento que agora terá que assumir. Com a neerlandesa Sarina Wiegman, campeã em título, como selecionadora, a aposta está mais do que completa. No entanto, logo para abrir a competição, terão que enfrentar equipas que não vão facilitar a sua vida.
A Noruega conta com a regressa Ada Hegerberg, enquanto a Áustria, depois de surpreender com uma chegada às semi-finais em 2017, poderá contar com larga experiência para se bater com as inglesas. A Irlanda do Norte fecha o grupo com uma proposta com mais fragilidades, depois de ultrapassar o playoff, no que será uma estreia entre as melhores equipas europeias.
A Jogadora
Ada Hegerberg – Noruega
Foram praticamente cinco anos longe da seleção, para uma jogadora que é uma das melhores goleadoras do futebol europeu. A sua voz evidenciou-se na defesa dos direitos das jogadoras, mas será dentro de campo que Hegerberg poderá fazer ainda mais diferença. Depois de um hatrick no jogo que marcou o seu regresso, frente ao Kosovo, a Noruega com Ada Hegerberg transformou-se numa candidata automática a chegar longe na competição.
A Jovem
Lauren Hemp – Inglaterra
Não é uma revelação, é uma confirmação. Lauren Hemp acumulou títulos de melhor jogadora jovem da Liga Inglesa e é uma das grandes promessas do futebol europeu. A jogar no seu país, é uma das figuras que maior impacto pode ter no jogo, destacando-se na forma como progride com bola. Passará por Hemp muito da confirmação de sonho que as inglesas esperam neste Europeu.
O Dado
As folhas limpas de Manuela Zinsberger
Em 2017, Zinsberger sofreu apenas um golo, na fase de grupos, ajudando a Áustria a passar os quartos-de-final na marcação de penáltis para acabar por cair, nas meias-finais, frente à Dinamarca. A passagem pelo Arsenal só reforça o seu estatuto. Poderá ser um derradeiro muro para garantir novos sucessos à equipa austríaca.
O Jogo
Inglaterra – Noruega, Jornada 2 (11 de julho)
Entre as duas equipas mais fortes do grupo, este poderá ser o encontro da decisão do vencedor. O grande teste colocado às ambições de título inglesas e às aspirações norueguesas de surpreender.
Grupo B – Alemanha, Dinamarca, Espanha, Finlândia
A Euro 2022 será muito competitiva, mas sem dúvida alguma que estaremos, aqui, perante o Grupo da Morte. A Alemanha dominou o futebol europeu durante bem mais de uma década e, mantendo-se forte, vê-se agora ultrapassada por outras nações. Uma das que tentam confirmar esse crescimento é a Espanha, com uma fornada de jogadoras que já deu cartas ao serviço dos seus clubes e procura agora elevar a sua seleção. Mas também há que ter conta uma equipa dinamarquesa com muita experiência e muita qualidade, sobre quem poucas dúvidas haveriam sobre a sua capacidade para seguir em frente, caso encontrasse qualquer outro grupo. A Finlândia foi uma das revelações da fase de grupos mas, perante tamanha concorrência, parece quase impossível repetir o feito das meias-finais de 2005.
A Jogadora
Alexia Putellas – Espanha
A melhor jogadora do mundo em 2021, ajudou a levar o Barcelona à final da Liga dos Campeões e procura fazer o mesmo com uma seleção espanhola que tem tudo para alcançar o melhor resultado de sempre. Alexia Putellas já disputou duas vezes o Europeu, mas nunca conseguiu ultrapassar a barreira dos quartos-de-final. Rodeada de jogadoras culés, terá a sua grande oportunidade para confirmar a transformação da Espanha num dos poderios do futebol feminino europeu.
A Jovem
Klara Buhl – Alemanha
Aos 21 anos, já conta com uma presença num Mundial e a sua passagem do Freiburg para o Bayern Munique apenas ajudou a confirmá-la como uma força ofensiva, juntando golos e assistências. Destacou-se como melhor marcadora da Alemanha no caminho para o Euro e será uma das figuras a ter em conta entre as germânicas.
O Dado
Os números do Barcelona
Na Liga dos Campeões, o Barcelona foi a equipa com mais posse de bola, o ataque mais concretizador, a equipa da jogadora com mais golos marcados, Alexia Putellas. Grande parte desses números deslocam-se para a realidade de uma equipa espanhola que procura praticar um futebol dominante e vencedor.
O Jogo
Dinamarca – Espanha, Jornada 3 (16 de julho)
Ficará para a derradeira jornada as decisões sobre quem passa neste Grupo B. Frente-a-frente poderão estar duas equipas a depender de si próprias para chegarem aos quartos-de-final. Um jogo imperdível.
Grupo C – Países Baixos, Suécia, Suíça, Portugal
Podemos chamar-lhe o Grupo das gigantes adormecidas. Os Países Baixos são campeãs em título, mas com a mudança de treinador e alguns resultados surpreendentes (como a recente goleada sofrida frente a Inglaterra, num jogo de preparação), parecem esconder-se entre a lista de potenciais favoritas. A Suécia, por sua vez, não atinge a final de um Europeu desde 2001, ainda que tenham terminado o Mundial 2019 em terceiro lugar. Contas ainda por fazer para Suíça e Portugal, que se estrearam em Europeus em 2017. As helvéticas apresentam uma equipa com várias jogadoras conhecidas das principais ligas, enquanto as lusas, resgatadas depois da eliminação da Rússia, com quem tinham perdido no playoff, apresentam um conjunto quase exclusivamente composto por jogadoras que atuam no seu país.
A Jogadora
Vivianne Miedema – Países Baixos
Muito do sucesso da equipa laranja confunde-se com a qualidade da dianteira do Arsenal. Miedema foi instrumental na vitória no Europeu de 2017, na chegada à final do Mundial de 2019 e na presença olímpica de 2020. Mesmo que a equipa pareça viver um fim de ciclo, Miedema é daquelas jogadoras que pode virar qualquer contexto e não estará sozinha neste conjunto.
A Jovem
Kika Nazareth – Portugal
Portugal ainda pode ter pouco o que dizer em termos de sucesso internacional no futebol feminino, mas depois de ter passado pela fase de grupos da Liga dos Campeões e ter ajudado o Benfica a chegar ao título na Liga Portuguesa, a jovem Kika promete dar que falar neste Euro. Uma jogadora de um universo à parte, na forma como controla a bola em campo, poderá dar alguns momentos de brilhantismo às exibições de Portugal.
O Dado
Máquinas de assistir
Fridolina Rolfo foi a segunda jogadora com mais assistências na Liga dos Campeões, representando o Barcelona, enquanto Kosovare Asllani também acabou como segunda jogadora com mais assistências na fase de qualificação para o Euro 2022. Com as duas jogadoras em campo, é certo que a Suécia vai gerar muitas oportunidades para marcar.
O Jogo
Países Baixos – Suécia, Jornada 1 (9 de julho)
Será para abrir o apetite do Europeu, mas poderá servir para deixar, desde logo, a situação destas duas equipas clarificadas. Não será uma entrada doce em competição. Países Baixos e Suécia enfrentam uma verdadeira final no jogo de abertura.
Grupo D – França, Itália, Bélgica, Islândia
Sem dúvida que fechamos com o grupo das maiores incógnitas. França e Itália defendem a sua história no futebol feminino. A treinadora Corinne Diacre tem gerido a sua seleção com imensos problemas, deixando de fora algumas das melhores jogadoras francesas, com principal destaque para Amandine Henry. A Itália teve uma participação sólida no último Mundial, com presença nos quartos-de-final, mas terá que se bater com uma Bélgica cada vez mais sólida e uma Islândia que parece ter condições para se bater ao mais alto nível. Fica assim difícil perceber quem sairá vivo de um grupo que tem tudo para ser muito equilibrado.
A Jogadora
Marie-Antoinette Katoto – França
Com apenas 23 anos, parece assumir o comando de uma seleção francesa despojada de algumas referências. Vem de cinco temporadas sempre a ultrapassar as duas dezenas de golos com a camisola do Paris SG e foi nomeada a melhor jogadora da Liga Francesa. Fará a sua estreia numa grande competição com a França, ao serviço de quem marcou por 10 vezes nas últimas oito partidas oficiais.
A Jovem
Sveindís Jane Jónsdóttir – Islândia
Jogadora de faixa, com força e capacidade de aceleração, Sveindís Jane deu nas vistas ao serviço do Wolfsburg e parece ser uma das boas notícias da seleção islandesa para este Europeu. Marcou num jogo de preparação frente à Polónia e poderá servir como arma para tentar elevar a Islândia para lá da fase de grupos.
O Dado
Os golos de Tine De Caigny
A melhor marcadora da fase de qualificação para o Euro 2022 beneficiou muito dos golos marcados frente à frágil Lituânia, mas não deixará de procurar confirmar os seus créditos, depois de uma época de estreia na Bundesliga, ao serviço do Hoffenheim, onde terá ficado aquém das expetativas. A Bélgica espera os seus golos para competir pelo apuramento.
O Jogo
Itália – Bélgica, Jornada 3 (18 de julho)
Apesar das incertezas, parece seguro que italianas e belgas poderão chegar à derradeira jornada dispostas a garantir o apuramento. Um jogo de vida ou morte para duas seleções à procura da afirmação.
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