GUIA DO BRASILEIRÃO 2025: BAHIA

Após conseguir uma vaga na Pré-Libertadores de 2025, o Bahia chega para o Brasileirão com expectativa de repetir ou melhorar sua última campanha.

O ano de 2024 foi de altos e baixos para o Bahia. O Tricolor começou a temporada realizando bons jogos, mas acabou sendo derrotado nas fases finais de Copa do Nordeste e Baiano. Também teve um início impressionante no Brasileirão, fazendo a equipe brigar nas primeiras posições, mas houve uma queda de rendimento nas rodadas finais, colocando a vaga histórica para a Libertadores em perigo. Porém, o objetivo foi alcançado, deixando um saldo positivo na temporada. 

Sob as expectativas do retorno à Libertadores, o Bahia fez uma janela impactante novamente. Com as chegadas de atletas como Ramos Mingo, Erick Pulga, Erick e William José, o Esquadrão fortaleceu seus pontos fracos no elenco, deixando o grupo mais encorpado. Com isso, Rogério Ceni tem buscado alternativas para tornar sua equipe mais fluída dentro de campo, dando um peso forte aos seus extremos. Contudo, a equipe tem encontrado alguns problemas nesse começo de ano, empatando a ida contra o Boston River, no Uruguai, e precisando vencer em casa para confirmar a vaga na fase de grupos da Libertadores da América. 

Gráfico: Footure PRO

Diferente da última temporada, quando a equipe atuava com uma dupla de ataque, o Tricolor inicialmente parte em 4-3-3, usando Ademir e o recém-chegado Erick Pulga nas extremidades do campo. Na defesa, Ceni tem optado por atuar com Gabriel Xavier na lateral-direita, o que na prática ocorre apenas no momento defensivo. Com a bola, o Tricolor se comporta com três zagueiros. Apesar das chegadas de Erick e Rodrigo Nestor, o meio-campo utilizado é composto apenas por remanescentes, com Caio Alexandre, Jean Lucas e Everton Ribeiro. O que, na prática, se torna um quarteto com a incorporação de Luciano Juba no setor em fase de construção.

Assim como tem sido desde o início da trajetória de Rogério Ceni, o Esquadrão busca ter uma posse mais longa, buscando uma ocupação racional dos espaços e trabalhando com passes mais curtos para envolver o adversário. Diferente da formação inicial, a equipe ataca em 3-2-4-1. Com Gabriel Xavier retornando a sua função de zagueiro, unindo-se à Kanu e Ramos Mingo. Na linha à frente, Luciano Juba se torna um lateral interior, atuando próximo de Caio Alexandre, enquanto Pulga e Ademir alargam o campo, prontos para serem acionados para vencer duelos ofensivos. Jean Lucas e Everton Ribeiro ocupam zonas entrelinhas e Luciano Rodriguez é um centroavante de movimentação. 

A equipe inicia sua construção em uma saída de bola em 3+2 e Ramos Mingo tem um papel essencial nesse primeiro momento. O defensor encontra bons passes acionando os meias em zonas entrelinhas, ganhando metros em campo. Apesar da tendência em sair de forma mais curta, é costumeiro ver o Bahia atraindo os rivais para um lado do campo e buscando, normalmente com Mingo e Caio Alexandre, lançamentos visando os extremos para explorarem situações de 1×1. Porém, essa fase, por vezes, torna-se engessada. A equipe acaba criando poucas dinâmicas de movimentação entre os cinco envolvidos, tornando o jogo de costas dos volantes mais difícil, principalmente quando enfocam na perna esquerda de Luciano Juba. 

Ao chegar na intermediária, os quatro jogadores de meio tentam trabalhar juntos, associando-se para progredir a bola, criando triangulações entre si e se movimentando, com algumas trocas de posição. A circulação de bola do Tricolor é bastante fluida, com Everton Ribeiro tendo um papel importante nesse jogo curto. O capitão consegue manter bem o domínio da posse, com dribles curtos e soltando rapidamente a bola. Apesar das movimentações, a equipe busca sempre ter dois jogadores na entrelinha – normalmente Jean e Everton – e dois mais recuados. Além disso, Gabriel Xavier se oferece como ponto de retorno, próximo ao meio-campo. 

Porém, essas movimentações e trocas de posição ocorrem só entre o passador e quem irá recepcionar a bola. O Esquadrão carece de mais movimentos dos jogadores sem bola, visando atrair o adversário para zonas desejadas, para então abrir espaço para conduções ou trocas de passe mais próximas ao gol. 

Quando encontra seus extremos, o Tricolor possui menos mecanismos do que os executados pelo centro do campo, ficando muito refém das jogadas individuais de Ademir e Pulga em algumas oportunidades. Entretanto, os movimentos que existem são eficientes, fazendo com que os jogadores tenham vantagem. Principalmente nos momentos em que Everton Ribeiro atrai o adversário, liberando espaço para Ademir no lado direito ofensivo. Pela esquerda, quem busca associações com Pulga é Jean Lucas, aproximando-se ou oferecendo opção de passe entrando na área. Importante citar que a dupla tem tido um bom índice de vitória pessoal nos jogos, principalmente com Pulga. O jovem consegue conduzir bem a bola para a linha de fundo, além de tomar boas decisões no momento do último ou penúltimo passe. 

Próximo ao gol adversário, além de Luciano Rodriguez, Jean Lucas sempre se oferece como opção pisando na área. Contudo, o Bahia acaba colocando poucos atletas próximo ao gol adversário, necessitando de mais jogadores realizando esse movimento, seja dos meias ou de um dos extremas.

O Tricolor tem conseguido marcar, sobretudo, em jogadas envolvendo a dupla Pulga e Ademir, inclusive dos dois se procurando em campo com passes buscando o lado contrário da defesa. Além disso, o Esquadrão tem conseguido marcar ao recuperar rapidamente a bola no campo adversário, como, por exemplo, no segundo gol diante do Strongest pela Libertadores.

Sem a bola, o Tricolor inicia sua marcação ainda no campo defensivo do adversário, com uma pressão na saída de bola. Essa pressão é realizada por encaixes, com os extremos fazendo marcação na dupla de zaga rival, enquanto Luciano é responsável por colar no primeiro volante, tendo uma taxa boa de sucesso com os zagueiros, principalmente Mingo, vencendo duelos pelo alto quando os rivais lançam a bola devido a pressão. Porém, quando essa primeira linha é superada, o Tricolor acaba cedendo espaço para conduções. 

Ramos Mingo é o responsável por manter a linha de defesa bem coordenada. O defensor argentino é bastante vocal em campo, organizando a linha de impedimento e garantindo também que nenhum atleta vá se desgarrar próximo ao gol. 

Próximo ao gol, o Esquadrão se comporta em 4-5-1, com uma defesa por zona e pressão no portador da bola. Com todos os meias e extremos em uma única linha, o Bahia acaba por ceder menos espaço em passe rasteiros por dentro, facilitando interceptações. Além disso, quando essa linha se encontra em meia altura, a equipe possui um gatilho de pressão quando o adversário recua a bola para a defesa. Fazendo todos saltarem para pressionar em campo rival. 

Apesar de ter tomado poucos gols na temporada, a equipe de Rogério Ceni precisa se atentar às transições defensivas. O time sofreu alguns gols assim em 2025, com o adversário recuperando a posse, e encontrando rapidamente o passe nas costas da defesa – normalmente pelo lado direito defensivo.

Ofensivamente, o Bahia trabalha seus escanteios com jogadas curtas, envolvendo três ou quatro jogadores. Normalmente dois ficam próximos à bandeirinha, enquanto uma terceira opção ocupa o espaço mais na entrada da grande área. Um outra opção é Jean Lucas, que em alguns lances fica na parte lateral da área para receber o terceiro passe da trama ofensiva. Quando opta por cruzar diretamente na área, o Tricolor tem quatro jogadores mais próximos à primeira trave, enquanto um atleta sozinho, atacando pelo lado contrário. 

Na parte defensiva, Rogério Ceni opta por aplicar uma marcação mista. Tendo três atletas marcando individualmente adversários pré-definidos, enquanto outros quatro jogadores se posicionam em setores pré-determinados na pequena área.


Apesar de não ser o principal destaque da equipe nesse começo de temporada, o capitão é o maior responsável pela criação de jogadas do Bahia. Ao iniciar as jogadas normalmente em zonas entrelinha, Éverton não fica parado, tendo uma facilidade grande para ler os espaços do campo e se oferecendo como opção de passe. É um pilar no jogo curto que o Tricolor procura.

Gráfico: Footure PRO

Conseguindo vantagens através de dribles curtos e conduções por dentro, Éverton Ribeiro consegue acionar bem Lucho atacando a área ou trabalhando bem com Ademir pelos lados do campo. O meia busca tabelas para o extremo ter vantagem. Apesar de um grande criador, Éverton não é normalmente o responsável pelo último passe, mas sim pelo penúltimo, achando os companheiros nas melhores condições para servir Luciano na área. 

Contratação mais cara da temporada, o argentino chegou com status de titular e responsável para melhorar o nível da defesa tricolor. E isso tem acontecido nesse princípio de ano. Ramos Mingo consegue coordenar toda a linha defensiva de forma bastante vocal, mantendo o posicionamento dos companheiros, seja quando a equipe está com a linha alta ou quando precisa marcar próximo ao seu gol. 

Gráfico: Footure PRO

Mingo tem um bom biotipo, conseguindo ser um atleta de força, mas também com boa velocidade. Tem uma leitura interessante das jogadas para conseguir se antecipar para interceptar passes. Com a posse, é uma das peças mais importantes na saída de bola Tricolor. Seja encontrando os extremas com bons lançamentos do campo defensivo ou na saída mais curta, quando mostra qualidade com passes buscando os meias na entrelinha. 

Com um gol na temporada, Ruan Pablo é o principal destaque das categorias de base do Tricolor. Recentemente, Ruan foi convocado para seleção brasileira sub-17, marcando dois gols em amistoso diante do Equador. O jovem também está na lista final dos atletas que estão no Sul-Americano da categoria, que será disputado em Março. 

O jovem tem um bom biotipo, sua passada é larga e tem facilidade para corridas curtas e médias. Coloca-se muito bem nas costas da defesa, realizando desmarques curtos, normalmente com movimentos na diagonal. Ruan tem uma finalização com o pé direito bastante firme, consegue boas conduções curtas partindo do lado esquerdo de ataque, buscando o drible seguido da finalização.

Gráfico: Footure PRO
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