GUIA DO BRASILEIRÃO 2025: GRÊMIO

Com muitas mexidas, o Grêmio chega ao Brasileirão tentando afastar as desconfianças do início do ano.

Depois de ter feito um Campeonato Brasileiro 2024 decepcionante, marcado mais uma vez pelos problemas defensivos, o Grêmio chega para essa temporada com uma defesa reformulada para tentar melhorar a imagem deixada dos últimos dois anos.

Desde que retornou da segunda divisão, o tricolor gaúcho sofreu 106 gols se somados os Brasileirões de 2023 e 2024. Foram ao menos 50 gols concedidos em cada uma das recentes edições da maior competição nacional, com números defensivos que poderiam ser de uma equipe rebaixada nesse mesmo período.

Para esse ano, o Grêmio contou com as contratações dos defensores João Lucas, Luan Cândido, Lucas Esteves e Wagner Leonardo. O Tricolor também reforçou o meio de campo com Camilo Reijers e Gustavo Cuéllar, e as pontas com Francis Amuzu e Cristian Olivera.

No início do ano, o clube também anunciou a chegada de Gustavo Quinteros para a missão de substituir o ídolo Renato Portaluppi como treinador. Apesar das oscilações dos últimos anos, Renato ainda é o comandante dos últimos títulos e campanhas relevantes da equipe gremista.

Com boas atuações contra as equipes pequenas no campeonato estadual, o agora Grêmio de Quinteros não foi bem enfrentando Inter e Juventude, os principais rivais do Rio Grande do Sul, e deixa dúvidas sobre o seu potencial no Brasileirão deste ano.

Gráfico: Footure PRO

O Grêmio de Quinteros parte de um 4-2-3-1 sem a bola. O desenho tático passa para um 4-3-3 na fase ofensiva, com a equipe gaúcha apresentando dinâmicas de jogo bastante simples, como ter os laterais atacando só por fora e o extremos no máximo ocupando o meio-espaço. Na defesa, adota uma postura agressiva utilizando os homens de frente para pressionar os adversários.

Com a bola, o Grêmio atua em um 4-3-3. A mudança acontece a partir da saída de bola sustentada, onde um dos volantes fica junto aos zagueiros na base da jogada no desenho 4+1, enquanto o outro médio se projeta e fica na entrelinha junto ao meia-atacante que desce em apoio para se aproximar da zona de iniciação/criação de jogadas. Os laterais atacam por fora junto com os extremos, que aparecem por vezes no meio-espaço para explorar situações de ultrapassagens (overlapping) pelos lados do campo.

O Grêmio é uma equipe busca impor ritmo em seus ataques para chegar rapidamente ao gol adversários. Para isso, a equipe de Quinteros move a bola com rapidez desde a saída de bola e utiliza muitas viradas de jogo da esquerda para a direita para atacar o lado débil da jogada.

A posse gremista conta com muitos passes verticais ou quebra da linha até mesmo com conduções de bola. No ataque, o Tricolor explora muitos movimentos de ruptura de seus jogadores de frente, especialmente de seu centroavante, o dinamarquês Martin Braithwaite. Ele é importante para dar ritmo ofensivo nos metros finais mesmo aparecendo em apoio, dando poucos toques na bola e explorando constantemente as costas da defesa.

O Grêmio marca muitos gols em jogadas rápidas de poucos toques quando consegue impor seu ritmo ofensivo. Para isso, é uma equipe que precisa de espaço e muitas vezes acaba marcando seus gols em transições, em jogadas que podem nascer de perde-ganha, ou de jogadas rápidas pelos lados do campo com os extremos buscando cruzamentos.

O Grêmio defende em 4-2-3-1. O trabalho sem bola é marcado pela agressividade, intensidade e encaixes individuais. Os jogadores de frente (Braithwaite e os outros três meias) pressionam os defensores adversários no campo de ataque, com um deles encarregado de subir pressão no portador da bola enquanto os demais tentam cortar opções de passe.

No entanto, a altura da defesa pode variar para um bloco médio ou médio-alto, não mudando o fato dos pontas permanecerem avançados. Portanto, em defesa posicional, o Grêmio conta com apenas seis na fase sem a bola.

Como é uma equipe que defende com um 4+2, já que os pontas não voltam, o Grêmio tem visto seus laterais serem explorados com frequência neste início do campo. A linha defensiva joga ligeiramente avançada, necessita de ajustes na coordenação, e deixa muitos espaços entre zagueiro e lateral. Com isso, os adversários buscam jogadas que nascem do meio-espaço para o fundo do campo e o Grêmio sofre muitos gols em jogadas de cruzamentos.

O Grêmio utiliza poucas variações em suas cobranças de escanteio. Normalmente a equipe deixa entre cinco ou seis jogadores dentro da área, com a maioria deles posicionados no ponto do pênalti e partindo para a pequena área no momento da cobrança que pode ser aberta ou fechada.


Com sete gols em 11 jogos no ano, o atacante dinamarquês segue a boa forma que foi importante para escapar de vez da possibilidade de rebaixamento em 2024. Braithwaite é um 9 de muita mobilidade, vital para o sistema ofensivo gremista pelos movimentos em profundidade que oferece e pelos desmarques de apoio já dentro da área que dá para aparecer livre no momento da finalização.

Gráfico: Footure PRO

Com já cinco passes para gol em 2025, Miguel Monsalve vem ganhando cada vez mais espaço no time titular gremista. O jovem colombiano pode jogar como ponta pela esquerda ou como meia-armador na posição de 10, e com Quinteros tem sido importante pelo encaixe no desenho na hora de atacar. Monsalve é um jogador criativo, com boa capacidade de leitura quando recebe em zonas mais distantes do gol e habilidoso carregando a bola até zonas de finalização.

Gráfico: Footure PRO

Dentro de um sistema gremista que acaba dando muito protagonismo aos pontas, Olivera é um jogador de grande potencial. Mesmo com pouca minutagem, o uruguaio já marcou dois gols nas seis partidas que realizou com o Grêmio, e pode ser uma das principais armas ofensivas da equipe gaúcha ao lado de Braithwaite no Brasileirão.

Gráfico: Footure PRO
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