GUIA DO BRASILEIRÃO 2025: INTERNACIONAL

Campeão gaúcho após nove anos, o Inter de Roger Machado chega ao Brasileirão como uma das equipes mais competitivas do país.

O Internacional chega para a disputa do Campeonato Brasileiro como uma das equipes mais competitivas do futebol nacional. A chegada de Roger Machado marcou uma mudança no conturbado ambiente do clube, principalmente após os 16 jogos de invencibilidade dentro do excelente segundo turno do Brasileirão realizado pela equipe gaúcha no ano passado.

Para 2025, a missão inicial era de dar prosseguimento ao bom momento do time. E apesar dos problemas físicos enfrentados por algumas peças importantes do elenco no início do mês, o Inter superou as adversidades e conquistou, de forma invicta, o Campeonato Gaúcho sobre o Grêmio após nove anos de jejum. O título estadual tira o peso das últimas temporadas, alivia o ambiente e motiva para um ano em que a equipe disputará a Libertadores da América.

Para esse ano, o Inter manteve a base de seu grupo e boa parte dos reforços foram direcionados para profundidade do plantel, como as chegadas do zagueiro Kaique Rocha, do volante Ronaldo e do meia Óscar Romero. No entanto, o Colorado também contou com as importantes contratações dos pontas Johan Carbonero e Vitinho.

Gráfico: Footure PRO

O Inter de Roger Machado joga no 4-1-3-2. A equipe gaúcha mantém a mesma distribuição tática até mesmo sem a bola, mas pode alternar em muitos momentos para o 4-2-3-1 (4-4-2) quando baixa suas linhas em defesa posicional. O sistema de Roger visa ter a bola, jogar curto e desequilibrar os adversários pelos lados do campo.

O Inter utiliza uma saída de bola sustentada. O Colorado prioriza sair curto e por baixo, construindo o jogo desde a base com os zagueiros. Os centrais conectam os laterais com passes de segurança, Fernando é vital pela versatilidade ao se aproximar para criar triângulos ou formar uma saída 3+1 junto aos defensores. Além disso, o camisa 5 do time gaúcho é importante identificando o homem livre antes de executar passes progressivos.

Os laterais alternam suas alturas com os pontas, mas Bernabei ocupa uma faixa um pouco mais interior enquanto o extremo canhoto é quem fica em situações de 1×1 contra os oponentes. O segundo volante (T. Maia ou B. Henrique) se projeta no meio e se aproxima de Alan Patrick, que flutua na entrelinha e é quem dá sentido à circulação ofensiva colorada em campo contrário. Ele fixa por dentro, associa curto com os pontas e lança o centroavante (Borré ou Valencia).

O Inter é uma equipe que gosta de ter a bola, de jogar curto e furar o bloco defensivo com tabelas ou passes criativos. É um time que executa muito bem o Conceito do Terceiro Homem para gerar situações com a bola, seja em ataque posicional ou em transições.

O Inter marca boa parte de seus gols a partir de jogadas de cruzamentos depois de ter desestabilizado o adversário pelos lados do campo. Depois de conquistar a linha de fundo, o time de Roger ataca o gol de duas formas: cruzamento no ponto do pênalti (Borré) ou passe longo direcionado na segunda trave para o ponta que pisa na área no lado oposto. Foi desta forma, inclusive, que o Colorado marcou seus dois gols na Arena do Grêmio, no jogo de ida da final do Campeonato Gaúcho.

O Colorado é uma equipe bastante agressiva sem a bola. Sobe pressão a partir de tiros de meta e conta com um intenso trabalho de pós-perda para recuperar segundas jogadas e impedir contra-ataques. O Inter adianta suas linhas no 4-1-3-2 e utiliza encaixes individuais com perseguições que podem ser longas. O time de Roger tem a tendência de pressionar em campo contrário com até seis jogadores.

O Inter sofre a maioria de seus gols em situações de bolas paradas, tanto em escanteios ou faltas laterais. Com bola rolando a equipe sofreu poucos gols recentemente, mas os gols adversários nasceram também de jogadas pelos lados do campo a partir de cruzamentos. Além disso, o Colorado sofre boa parte de seus gols em cobranças de pênalti.

O time de Roger coloca geralmente entre cinco ou seis jogadores dentro da área nos escanteios ofensivos. O Inter distribui eles dentro da área com três ficando na primeira trave, dois no ponto do pênalti e o último na segunda trave. As batidas são variadas, podem ser fechadas, abertas ou viajadas.

Nos escanteios defensivos, a marcação é mista. Porém, é um time que preenche bastante a própria área e define duelos individuais nos melhores cabeceadores adversários.


Mastro e dono da camisa 10 colorada, Alan Patrick é quem faz a engrenagem funcionar no ataque do time de Roger Machado. O meia-atacante é quem flutua na entrelinha, se aproxima dos dois pontas e do segundo volante por dentro e facilita jogadas para seus companheiros. Neste ano, apesar dos contratempos físicos, já marcou três gols e deu outras três assistências nas oito partidas em que esteve presente.

Gráfico: Footure PRO

Aproveitando a brecha existente ao lado do zagueiro Vitão, o jovem Victor Gabriel se firmou de maneira surpreendente entre os titulares da defesa colorada. O camisa 41 é um defensor forte, de bom jogo aéreo e boa habilidade com a perna esquerda para passes progressivos. Fez jogos muito seguros contra o Grêmio, não cometeu falhas, foi um diferencial em saída de bola no jogo da ida na final e possui potencial para estar na Europa em pouco tempo.

Gráfico: Footure PRO

Jogador de muito volume ofensivo, o argentino só ganhou espaço no Inter após a chegada de Roger Machado. Altura e a capacidade defensiva preocupavam, mas Bernabei ganhou a posição depois de colecionar boas atuações dentro do período de 16 jogos de invencibilidade da equipe gaúcha. Importante na saída de bola sustentada do colorada, o lateral aparece por dentro e por fora, sendo por fim uma peça de profundidade pelo lado esquerdo. As atuações de Bernabei foram tão boas que o Inter o contratou em definitivo em janeiro, pagando 4,5 milhões de euros ao Celtic.

Gráfico: Footure PRO
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