GUIA DO BRASILEIRÃO 2025: PALMEIRAS
Agressivo no mercado na busca por reforços, o Palmeiras de Abel Ferreira chega ao Brasileirão com objetivo de reconquistar o título nacional.
Dono de um dos principais elencos do país, o Palmeiras, comandado por Abel Ferreira, fez um 2024 abaixo das expectativas. O Verdão, vindo do vice-campeonato, oscilou ao longo de todo o último ano e não esteve à altura dos desafios no Brasileirão passado.
Reconhecendo que precisava se reforçar para competir em um torneio longo contra equipes como Botafogo e Flamengo, o Palmeiras foi mais ativo na última janela de transferências. Além de Bruno Fuchs, que chegou por empréstimo, o Palestra anunciou as contratações de Paulinho, Facundo Torres, Emiliano Martínez, Micael e Vitor Roque, em um claro movimento de elevar o patamar da equipe em termos de valores individuais.
No entanto, o desempenho em campo segue irregular. E apesar de atualmente estar na final do Campeonato Paulista, o Palmeiras evitou o vexame da eliminação na fase de grupos ao conquistar sua vaga para o mata-mata nos minutos finais contra o Mirassol.

ESQUEMA DE JOGO

Abel Ferreira tem optado pelo 4-2-3-1 na maioria dos jogos, podendo alternar em algumas situações para o 4-1-4-1. Os mecanismos mais conhecidos, como o papel de Marcos Rocha em saída de bola, a formação de triângulos pelos lados e o comportamento defensivo com marcações individuais, não são alterados mesmo que a distribuição inicial de peças seja diferente da habitual. Resta, ainda, uma grande expectativa sobre como e onde o atacante Paulinho será utilizado dentro do sistema de Abel, sobretudo pensando no encaixe após a chegada de Vitor Roque e a então presença do jovem Estêvão, que deixará o clube depois do Super Mundial.
COMO ATACA
Como nos últimos anos, o Palmeiras utiliza uma saída de bola com três jogadores. Marcos Rocha atua como lateral-base na direita em fase de iniciação ofensiva e fica próximo aos outros dois zagueiros. O ponta Estevão e o lateral-esquerdo Piquerez ficam abertos em lados opostos, dando amplitude no campo.

O extremo do flanco canhoto alterna entre posição aberta ou meio-espaço, dependendo do posicionamento do próprio Piquerez, que faz movimentos de ultrapassagens que partem de dentro para fora. O meia-atacante circula mais por dentro, mas pendente para formação de triângulos na direita junto com Richard Rios e Estêvão.
No entanto, o Palmeiras tem ficado marcado nos últimos meses pela falta de repertório durante a criação de jogadas quando o time tem a bola. Ao final, é uma equipe que acaba se apoiando bastante em suas principais peças individuais, que são determinantes em situações decisivas.
Até por isso, o time alviverde tem se caracterizado também por direcionar o fluxo de seus ataques para o lado direito, com o objetivo de acionar Estêvão. O jovem de 17 anos, que atrai adversários e sabe mesclar a hora de desequilibrar individualmente ou buscar uma jogada associativa, está envolvido em muitas situações de pré-assistências quando não marca gols cortando para dentro e chutando da entrada da área.
COMO MARCA OS GOLS
Com bola e buscando criar jogadas, o Palmeiras é uma equipe que, por causa do seu desenho de distribuição, acaba abrindo bastante o campo e explorando jogadas nas beiras em situações de cruzamentos. Esses cruzamentos são direcionados contendo muito efeito e velocidade, dificultando a ação do defensor na hora de afastar a bola.
O Verdão também marca seus gols em situações de recuperação de segunda bola ou em lançamentos que são seguidos de múltiplos passes dentro da área (cruzamento na segunda trave que é devolvido no ponto do pênalti).
Até por isso, o Palestra consegue ter sucesso anotando gols em cenários de abafa na busca pelo resultado nos minutos finais. E por conta de seu trabalho defensivo, a equipe de Abel Ferreira anota boa parte de seus tentos em jogadas de contra-ataques ou transições rápidas quando recupera já próximo da meta adversária.
COMO DEFENDE
Sem a bola, o Palmeiras de Abel utiliza seu habitual trabalho de encaixes individuais com perseguições longas. O alviverde é uma equipe dura na hora de defender, marcada pela intensidade e agressividade na hora de até mesmo saltar pressão sobre os goleiros adversários. Além disso, o time busca quebrar o ritmo ofensivo do oponente com faltas, que podem surgir de saltos em coberturas que os zagueiros fazem no centro do campo.

COMO SOFRE OS GOLS
Quando tem seu trabalho de marcação individual quebrado, o Palmeiras conta com muitas dificuldades para se proteger em transição. Com isso, os adversários conseguem alcançar o fundo do campo pelos costados e a maioria dos gols que o Verdão sofre nascem de cruzamentos. O time de Abel Ferreira também tem cometido muitas perdas de posse em zonas delicadas do campo e isso tem comprometido no placar.
BOLAS PARADAS
As bolas paradas ofensivas também são um ponto forte do jogo do Palmeiras, que conta com bons cobradores. Nos escanteios a favor, o time de Abel coloca seis jogadores dentro da área e outros dois na frontal da área. As batidas são variadas, podendo ser abertas, fechadas, tensionadas ou direcionadas para a entrada da área (para Piquerez ou Richard Rios).
Nos escanteios defensivos, a equipe marca de maneira mista, preenche bem a área e prioriza o trabalho de marcação individual.
MELHOR JOGADOR – ESTÊVÃO

Apesar de seus 17 anos, Estevão assumiu com naturalidade o papel de melhor jogador da equipe. A influência do camisa 41 é tão grande, que o Palmeiras tem direcionado boa parte dos seus ataques para o lado direito, setor onde o “Messinho” atua.
Partindo em posição aberta, Estevão atrai e induz adversários, consegue ganhar muitos metros em condução por já ser respeitado como driblador e dosa muito bem os momentos de quando se associar buscando passes por dentro para seus companheiros ou partir para jogadas individuais em situações até mesmo de 2×1. Muito ágil, o jovem consegue encontrar soluções técnicas em espaços reduzidos e é uma ameaça goleadora cortando da direita para dentro e buscando disparos da entrada da área.

MELHOR JOVEM – VITOR ROQUE (2005)

Recém-chegado ao Allianz Parque, Vitor Roque possui características diferentes do antigo titular da posição. É um jogador mais rápido, que ameaça em profundidade com desmarques de ruptura nas costas da defesa e finaliza com velocidade quando tem campo curto para correr. A chegada do ex-jogador do Athletico talvez impacte na maneira de atacar do Palmeiras, que pode futuramente construir mais pelo chão e aproximar os jogadores mais criativos para que o “Tigrinho” seja o complemento final de um ataque com muita qualidade individual.

MELHOR ESTRANGEIRO – RICHARD RIOS

Jogador que tem evoluído cada vez mais nos últimos anos, Richard Rios se tornou uma peça importante no meio-campo do Palmeiras. O técnico Abel Ferreira busca ter meias intensos com e sem a bola e o colombiano tem sido cada partida mais regular dentro do que o treinador português busca. Eficiente no trabalho de marcação homem a homem do Verdão, Richard aparece bem nas recuperações de segunda jogada e nas bolas divididas no centro do campo.

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