GUIA DO BRASILEIRÃO 2025: SPORT
Após quatro temporadas, o Sport retorna para a Série A buscando estabilidade na elite do futebol nacional.
Após cair para a segunda divisão em 2021, o Sport retorna para a Série A com uma única missão: manter-se na elite. Os pernambucanos mantiveram o treinador Pepa e realizaram grandes investimentos em busca de um bom rendimento na divisão principal do futebol nacional. Apesar da dificuldade nas primeiras partidas do ano, a equipe está classificada para a fase mata-mata da Copa do Nordeste e está na final do Campeonato Pernambucano.
O Leão realizou quatro das cinco maiores transferências de sua história na primeira janela da temporada. O colombiano Christian Rivera se tornou o maior investimento já feito pelo clube, custando cerca de 17 milhões de reais. Além dele, outra contratação que gerou bastante expectativa foi a chegada do meia português Sergio Oliveira, ex-jogador de Porto e Roma. Ao todo, o elenco do Rubro-negro conta com nove estrangeiros, com quatro deles ocupando vagas de titulares no Leão.

ESQUEMA BASE

No início da temporada, Pepa tentou a manutenção do 4-1-4-1 utilizado na reta final da Série B, com Lucas Lima fazendo a função de meia aberto pela direita. Entretanto, o Leão começou a apresentar algumas debilidades defensivas – principalmente para esconder o camisa 10 no momento defensivo. Com isso, o treinador português mudou o sistema para o 4-2-3-1, fazendo Lucas Lima atuar atrás do centroavante e, sem a bola, o meia passa a defender na primeira linha de marcação. A alteração fez com que o Leão também passasse a atuar com dois extremos, com o treinador alternando bastante entre Lenny Lobato, Carlos Alberto, Gustavo Maia e Barletta na função.
COMO ATACA
A construção do Leão começa com uma saída em 3+1. Com a bola, Rivera desce para o meio dos zagueiros num primeiro momento. Nessa fase, o português João Silva mostra importância com saídas curtas, ou conduzindo a bola para ganhar metros. Já Rivera e Chico ficam mais fixos, buscando passes mais seguros, ou, no caso do colombiano, bolas longas procurando os extremos. A frente do trio, o português Sergio Oliveira tenta acelerar o ataque da equipe, com passes rápidos para Lucas Lima ou para os laterais.

Com a equipe postada em campo ofensivo, Rivera fica pouco a frente da meia lua, servindo mais como um ponto de retorno para as jogadas, enquanto Sergio Oliveira roda mais a intermediária, trabalhando próximo a Lucas Lima, com a dupla de meias se procurando bastante. Contudo, o Leão apresenta problemas quando precisa ter posses mais longas. A troca de passes se torna mais lenta, com dificuldades para entrar no terço final e faltando movimentações para abrir espaços para corridas pelo centro ou pelas laterais.
Mas, quando busca ataques mais rápidos, o Leão consegue ser mais letal, utilizando principalmente as subidas de Hereda, pelo lado direito do campo. O jogador tem boa vitalidade e qualidade no 1×1, buscando explorar o espaço no corredor, com as movimentações de Lenny Lobato, procurando atacar o espaço entre o zagueiro e o lateral. O extremo, que tem sido o jogador mais letal do Leão nesse começo de temporada, mostra uma finalização qualificada, recebendo a bola em boas condições de finalizar após se desmarcar dos defensores. Enquanto o lado esquerdo conta com Carius e Carlos Alberto, jogadores de maior força física, mas que funcionam em uma dinâmica um pouco diferente, com o lateral determinando seus movimentos de acordo com a movimentação com e sem bola de Carlos Alberto.
O centroavante Gonçalo Paciência é um atleta importante para o funcionamento ofensivo ao receber bolas longas diretas do goleiro Caíque França – movimento que tem sido diminuído com o passar dos jogos -, porém tem tido problemas para finalizar as jogadas, perdendo alguns gols. Enquanto Pablo se mostra importante pela capacidade maior se associando com os jogadores do meio-campo, além de manter uma média alta de gols vindo do banco de reservas.
COMO SAEM OS GOLS
A maior parte dos gols leoninos saem de dinâmicas geradas pelo lado direito do gramado, com a equipe conseguindo colocar o lateral em boas condições de realizar o último passe. Detalhe para o meia que faz o movimento de entrada na área, que por vezes é o alvo final do passe, como exemplo o meia Rodrigo Atencio, que já fez alguns gols assim na equipe pernambucana.
COMO DEFENDE
O Leão começa sua defesa no momento em que perde a bola, com os volantes saltando para pressionar os jogadores de meio adversário, com Rivera sendo bastante importante para vencer duelos e recuperar rapidamente a bola. Todavia, caso essa marcação seja superada, o Leão tende a sofrer bastante para correr para trás. O próprio volante colombiano tem dificuldades para se recuperar nas jogadas. Quando pressiona na saída do tiro de meta, a ideia é induzir a defesa adversária para os lados do campo, e tirar espaço de progressão. Sergio Oliveira avança uma linha, em alguns momentos, para pressionar o primeiro volante do adversário, formando uma pressão em 4-1-3-2, com Rivera posicionado mais atrás. Os extremos realizam o trabalho de pressão nos laterais rivais.

Postada em campo defensivo, a equipe pernambucana se defende em 4-4-2, com a primeira linha defensiva sendo formada por Lucas Lima e Gonçalo Paciência. O Leão opta por uma marcação em zona, pressionando o portador da bola, mas tendo dificuldades para defender quando os laterais da equipe são colocados em situações de 1×1, com um baixo aproveitamento nessa situações.
Individualmente, João Silva se destaca na defesa pernambucana. O português é responsável por coordenar a última linha, mantendo a organização da linha de impedimento, além de conseguir encurtar bem as distâncias para os adversários na área. Enquanto Chico é um defensor mais reativo, responsável por vencer mais duelos pelo alto e rebater cruzamentos.
COMO SOFRE OS GOLS
A equipe pernambucana tem sofrido bastante em jogadas de bola parada. Pegando como exemplo, o Leão tomou gols oriundos de faltas laterais em três partidas seguidas (um dos gols foi anulado, no duelo contra o Santa Cruz). Além dessa deficiência pelo alto, o Sport tem problemas para defender em campo aberto, sendo superado com facilidade quando os adversários estão em velocidade e igualdade numérica, tendo sofrido gols assim em alguns jogos importantes da temporada.
BOLA PARADA
Defensivamente, o Leão utiliza uma marcação mista, com seus jogadores mais altos responsáveis por ficar em zonas pré-determinadas da pequena área (a dupla de zaga, Rivera e Paciência). Enquanto outros três jogadores realizam encaixes principalmente nos zagueiros adversários.
Ofensivamente, a equipe tem um padrão bem claro de movimentação, com três jogadores atacando a primeira trave do adversário. Enquanto isso, o zagueiro João Silva faz um movimento para o segundo poste, para receber o passe desviado dos companheiros. Já Rivera fica um pouco mais ao lado de João Silva.
MELHOR JOGADOR – LUCAS LIMA

Principal nome leonino desde a última temporada, Lucas Lima é o maior criador de jogadas da equipe pernambucana. O meia mudou seu posicionamento nessa temporada, partindo desde o princípio do meio-campo e ocupando a zona entrelinhas dos rivais. Responsável por dar o último passe, Lucas procura principalmente Lenny Lobato fazendo o facão para dentro da área.
Lucas tem um bom controle da bola, conseguindo protegê-la e ganhando espaço para a equipe em campo. Sem bola, fica ao lado do centroavante na primeira linha de marcação, preocupado mais em fechar o espaço dos zagueiros no passe. O jogador apresenta problemas para finalizar, procurando quase sempre o passe, mesmo em situações claras para o chute.

MELHOR ESTRANGEIRO – SERGIO OLIVEIRA

Contratação mais impactante do Rubro-negro para a temporada, o meia português já mostra ter um peso enorme na construção de jogo do Leão. Sergio roda bastante o campo ofensivo, buscando acionar os extremos realizando desmarques para a área. O português tem qualidade invertendo o lado da jogada, acionando bem os laterais em situações de 1×1 no corredor. Enquanto que, por dentro, se encontra com Lucas Lima para tabelas curtas.
Sergio é o principal responsável por controlar o ritmo da equipe em campo, decidindo quando o Sport vai acelerar mais o jogo ou ter posses mais longas. Além de ser um atleta bastante vocal dentro das quatro linhas, estando sempre organizando o posicionamento da equipe. Contudo, sem bola, tem apresentado debilidades para cobrir espaços e conseguir acompanhar os adversários em velocidade.

MELHOR JOVEM – ZÉ LUCAS (2008)

O jovem surgiu como um furacão na equipe leonina. O volante nascido em 2008 começou a temporada na equipe sub-20, responsável por iniciar o campeonato estadual. E, desde então, tornou-se peça fundamental na equipe de Pepa. Zé Lucas pode atuar tanto como primeiro ou segundo volante, sendo uma peça muito importante no sem bola. Zé demonstra muita qualidade subindo para pressionar, tirando bem o espaço dos adversários e mordendo no momento adequado. Consegue antecipar bem as jogadas buscando interceptações e cobre um espaço defensivo relativamente grande.
Com bola, utiliza passes mais seguros, saindo pelo lado com os meias. Porém, nas últimas atuações, começou a arriscar mais nas bolas longas. No momento, o atleta desfalca o Leão por estar com a seleção brasileira sub-17 na disputa do Sul-Americano da categoria.

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