Guia do Brasileirão: Vitória
Após viver um calvário desde o rebaixamento de 2018, o Vitória retorna a primeira divisão visando manter-se na elite do futebol nacional.
Longe da primeira divisão desde o rebaixamento de 2018, o Vitória retorna a Série A após uma trajetória histórica, do improvável acesso para a Série B em 2022, até a campanha quase perfeita na segunda divisão em 2023. Transformando o Barradão em uma fortaleza e com a continuidade de Leo Condé no comando do clube, o Rubro-negro busca se manter na elite do futebol brasileiro.
O Leão buscou manter a base campeã da Série B, com quase toda a defesa titular mantida, além de sua principal espinha dorsal ofensiva, com Dudu, Matheusinho e Osvaldo. Além dos remanescentes, a equipe foi bastante agressiva no mercado. Buscando alguns jogadores conhecidos como o centroavante Alerrandro (que acabou o campeonato baiano como artilheiro), Luiz Adriano e Léo Naldi, destaque da Ponte Preta nos últimos anos.
ESQUEMA DE JOGO
Leo Condé normalmente opta por postar sua equipe em 4-2-3-1 no campo de jogo. Contudo, o treinador mostra capacidade de adaptar-se de acordo com o adversário. Um exemplo disso foram as finais do campeonato baiano, onde o Leão foi a campo com o trio William Oliveira, Dudu e Rodrigo Andrade no meio, buscando fechar o jogo do Bahia por dentro e ter dominância física. Inclusive, boa parte dessas mudanças se devem a variedade de atletas que o Vitória tem no seu meio campo. Além dos citados, reforços como Léo Naldi e Jean Mota vão oferecer maior qualidade criativa em jogos que a equipe precisar ter mais a bola.
SAÍDA DE BOLA
O Vitória busca uma saída sustentada em 4+2, com William Oliveira e Dudu bem ativos na saída de bola. O primeiro volante Rubro-negro tem muita importância invertendo a bola de corredor, sendo um balanço nessa primeira fase de construção. Outra peça fundamental nesse momento é o lateral Zeca. O capitão consegue usar bem sua capacidade associativa para ganhar metros para a equipe. Contudo, é importante citar que essa saída nem sempre é pelo chão. Por vezes Alerrandro é acionado para realizar o pivô em jogo direto, tendo uma boa retenção da bola, passando para os atacantes vindo de trás e com espaço para correr.
CONSTRUÇÃO DE JOGO
Além de uma opção pelo jogo direto, desafogando a equipe no campo de ataque, o pivô de Alerrandro é bastante usado próximo ao gol. O centroavante possui bom jogo de costas, podendo girar sob os marcadores e finalizar, ou encontrar boas opções de passe. O Rubro-negro usa uma dinâmica bem interessante com seus laterais, tendo Zeca em muitas situações na base da jogada, ajudando na construção, enquanto PK ataca a profundidade pelo lado esquerdo.
Próximo ao gol, uma movimentação a se notar são os extremos do Leão atacando a área no espaço entre o zagueiro e o lateral adversários. Com os meias da equipe tentando achar passes em profundidade nesses espaços. Além disso, os jogadores de lado se caracterizam por ter boa capacidade no 1×1, sendo responsáveis por vencer muitos duelos, principalmente Osvaldo pelo lado direito.
Dudu é um jogador primordial nesse momento ofensivo. O volante consegue conduzir bem a bola em curtas e médias distâncias, fazendo o Rubro-negro ganhar metros no campo de ataque. Enquanto Matheusinho recebe a bola mais em zonas entrelinhas, girando rapidamente e buscando o passe em profundidade para os atacantes. As entradas de Léo Naldi e Jean Mota podem fazer com que o Vitória conquiste mais criatividade em jogos que precise ter mais a posse de bola ao longo da temporada.
COMO SAEM OS GOLS
O Rubro-negro costuma usar bem os lados do campo, criando situações para que Zeca e PK consiguam alçar a bola com espaço na área, somado a isso bons desmarques – sobretudo de Alerrandro, buscando ficar entre os defensores adversários. A equipe também leva muito perigo com os extremos atacando o espaço entre o zagueiro e o lateral, recebendo a bola em profundidade e saindo já em condições de finalizar ou dar a assistência.
COMO DEFENDE
Defensivamente, o Vitória opta por usar uma marcação mais pautada em encaixes individuais. Começando pela pressão no campo adversário, onde nota-se os extremos encaixando nos laterais, Matheusinho no primeiro volante, enquanto Alerrandro busca induzir o passe dos zagueiros para os lados do campo. Os volantes da equipe nesse momento saltam e pressionam os meias rivais. Em campo próprio, os encaixes permanecem, mas os defensores não realizam encaixes longos, mas sim a curta ou média distância.
Inclusive, com a última linha subindo bastante para perseguir os atacantes adversários, aproveitando principalmente a boa agressividade de Camutanga para realizar esses encaixes. Contudo essa opção acaba obrigando a defesa – sobretudo o meio campo, a vencer boa parte dos duelos propostos. Quando ocorre do adversário sair da marcação, um efeito dominó vai se espalhando causando problemas defensivos. Os embates pelo meio são muito pautados na predominância física dos volantes leoninos, sobretudo Dudu e William Oliveira.
BOLA PARADA
Ofensivamente a ideia é ter um jogador atacando cada trave. O jogador que se posiciona no primeiro poste, fica mais próximo ao gol e corre para a quina da pequena área no momento da cobrança. Enquanto o atleta do segundo pau, fica mais afastado, porém corre para a pequena área no momento da cobrança. Outros três atletas se posicionam em zonas mais intermediárias, ficando em uma linha reta que se desfaz no momento da cobrança. Leo COndé também busca algumas cobranças de escanteio curto, tentando espaçar a linha adversária.
Defensivamente, o Rubro-negro adere uma marcação mista. Onde sua dupla de zaga faz parte da marcação em zona, ficando mais posicionada a frente da pequena área. Enquanto outros dois atletas ficam um em cada trave. Outros três atletas são usados para realizar marcações por encaixe em adversários pré determinados.
COMO TOMAM OS GOLS
O Leão apresenta problemas para defender transições adversárias, cedendo sobretudo espaço nos lados do campo. A dupla de zaga também apresenta certa dificuldade em defender a profundidade, gerando problemas quando o rival possui atacantes com boas características de desmarque. A bola aérea defensiva também é irregular, gerando chances, principalmente com os adversários buscando posicionamentos nas costas da dupla de zaga.
MELHOR JOGADOR – DUDU
Chegado do Volta Redonda na última temporada, o volante Dudu é o jogador mais determinante do Leão nos dois lados do campo. Com 1,86m de altura, o jogador consegue usar bem seu físico para vencer duelos defensivos, além de ter pernas rápidas para desarmar. Com a bola, Dudu tem um bom giro para seu lado direito, além de conseguir conduzir bem a bola a média distância, ganhando campo para o Vitória. É um passador regular para bom, mas ainda precisar crescer em alguns pontos. Por exemplo, é costumeiro que erre alguns passes por telegrafar bastante o movimento antes da batida na bola. Também precisa usar melhor seu pé não dominante. Contudo, o volante tem tudo para ser um destaque do Brasileirão.
MELHOR JOVEM – LÉO NALDI (2001)
Um dos principais destaques da Ponte Preta nas últimas duas temporadas, Léo Naldi chega no Vitória podendo realizar várias funções. Na Macaca atuou como primeiro e segundo volante e mais avançado no meio campo em determinadas situações. O volante tem um bom controle de bola, é um passador bastante versátil também. Podendo acionar os companheiros em situações de bolas a média distância, mas também tem qualidade para se associar e sair curto. Sua parte física é algo a se notar. Léo não é um atleta de imposição física, tendo dificuldades em alguns duelos, principalmente para proteger a bola em determinadas situações.
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