Guia Tático do Brasileirão 2023 | O Cuiabá de Ivo Vieira
Última equipe antes da zona de rebaixamento na temporada 2022, o Cuiabá inicia o atual ano querendo mais tranquilidade. O Dourado realizou algumas contratações buscando melhorar seu elenco ao ponto de ter uma temporada mais tranquila, sendo Isidro Pitta a principal chegada. Para o comando técnico, a equipe manteve a nacionalidade. Antônio Oliveira deu lugar […]
Última equipe antes da zona de rebaixamento na temporada 2022, o Cuiabá inicia o atual ano querendo mais tranquilidade. O Dourado realizou algumas contratações buscando melhorar seu elenco ao ponto de ter uma temporada mais tranquila, sendo Isidro Pitta a principal chegada. Para o comando técnico, a equipe manteve a nacionalidade. Antônio Oliveira deu lugar a Ivo Vieira, que está realizando seu primeiro trabalho no Brasil. O português tenta, a princípio, ter uma equipe que ocupa o campo adversário, trocando passes mais curtos e tendo em Ceppelini o ritmista do time. Porém, é de se esperar algumas adaptações no brasileirão, quando a equipe enfrentará adversários mais qualificados.
ESQUEMA DE JOGO
Estreando em solo brasileiro, o português Ivo Vieira arma o Dourado partindo em 4-2-3-1. Revezando bastante a dupla de volantes. Já atuaram como parte de uma dupla nomes como Ceppelini, Denilson, Ronald e Filipe Augusto. Contudo, a figura mais carimbada é a do volante uruguaio, que acaba por ter muita influência na equipe de Ivo.
Sem com um meia atrás do centroavante, sendo responsável também por preencher a área. Outro ponto destacável é que a equipe atua com um lateral direito pelo lado esquerdo. Matheusinho ocupa o setor, atuando por dentro em vários momentos, ajudando a manter a posse de bola.
SAÍDA DE BOLA
O Cuiabá busca fazer uma saída sustentada. Usando sua dupla de volantes a frente do quarteto de zaga, formando uma saída em 4+2. A transição da bola entre o setor de defesa e ataque do Dourado acaba sendo muito lenta e extremamente dependente de Ronald e Ceppelini. A dupla tem grande peso para encontrar os companheiros em situações vantajosas no ataque, principalmente quando ambos recebem a bola de frente, acionando os extremas abertos, situação que a equipe também busca quando é pressionada fortemente no próprio campo. Porém, ambos sofrem quando recebem o passe de costas, não conseguindo girar sob os rivais. O que acaba dando uma grande importância a Alan Empereur, que é o defensor da equipe com melhor capacidade no passe.
COMO CRIA JOGADAS
Sendo a principal equipe atuando em competições regionais e estaduais, o Dourado acaba por atuar sempre em contextos que precisa controlar o jogo pela posse. Tentando progredir pelo campo ofensivo com passes curtos e mais rápidos, os sul-mato grossenses tem em Pablo Ceppelini o principal fator para conseguir avançar. O uruguaio é o atleta que mais toca na bola, tentando achar os companheiros na entrelinha ou mais abertos. Mostrando boa criatividade ao passar. Ficando muito próximo ao lado direito, Pablo aciona bastante Matheus Alexandre e Cafú, porém, Ceppelini é o principal jogador da equipe invertendo a bola para o corredor oposto, tendo menos responsabilidades nesse quesito quando atua com Ronald.
A maioria dos ataques da equipe se dão pelos lados do campo, onde o Dourado busca criar superioridade – sobretudo pela direita – com os jogadores trocando de posição entre si. O Cuiabá tem uma boa ocupação de espaço no campo do adversário, com seus atletas se movimentando bastante e trocando de posições, mas sempre mantendo quase todos os setores bem preenchidos. Matheus Alexandre agrega bastante em potência pelo lado direito, podendo atacar pelo corredor lateral ou ocupando uma zona mais próxima ao centro às vezes.
Do outro lado, o destro Matheusinho acaba por aparecer mais atuando por dentro, ajudando na criação do Cuiabá. Enquanto Wellington Silva fica mais aberto, recebendo muitas vezes a inversão de bola para ficar em situações de 1×1, porém essa troca de corredor muitas vezes é lenta e acaba fazendo com que o ponta tenha menos tempo e espaço para vencer os duelos. Com Rafael Gava e Rodriguinho normalmente fazendo essa função atrás do centroavante, o Dourado tem a ocupação de área feita pelos quatro jogadores de ataque, os volantes pouco pisam na área. Um ponto importante que a equipe precisa evoluir, é acionar mais seus centroavantes durante as partidas. Pitta e Deyverson são importantes segurando a bola e fazendo o pivô, contudo participam pouco da rotação de bola do Cuiabá. Deixando suas atuações muito dependentes dos gols.
COMO SAEM OS GOLS
O Dourado tem uma predominância nos seus gols marcados: a bola aérea. A equipe demonstra muita força em bolas alçadas próximas a meta rival, tentando encontrar seus centroavantes ou meias (estes quando infiltram) entre os zagueiros oponentes. Em bola parada, o principal alvo ofensivo é o zagueiro Marllon. A forma com que o Cuiabá costuma marcar acaba por destacar ainda mais o volume ofensivo de seus laterais, que estão sempre participando do momento ofensivo.
COMO TOMAM OS GOLS
Em contraste a como a equipe faz seus gols, o Dourado acaba por ter problemas para defender bolas paradas defensivas. Sofrendo pelo alto. Seja por erro de coberturas para cobrir os espaços vazios ou por problemas para ganhar duelos pelo alto. Outro ponto de atenção, é que o Dourado normalmente não consegue defender bem inversões para o lado oposto, fazendo com os laterais ou extremos adversários recebam a bola com muito espaço, gerando ocasiões de perigo contra a equipe. Contudo, esses lances normalmente surgem em um efeito dominó, já que boa parte dessas trocas de corredor, acontece pelo fato da equipe conceder muito espaço no meio, dando tempo e espaço para os adversários invertem a jogada.
MARCAÇÃO ALTA
Pressionando em 4-2-3-1, a ideia principal é obrigar a bola longa do oponente para a dupla de zaga do Dourado vencer o duelo pelo alto. Pitta busca fechar a linha de passe de um dos zagueiros adversários, buscando induzir o passe para uma localidade. Enquanto os demais jogadores realizam uma pressão por encaixes setorizados e prontos para tentar interceptar a bola. Porém, em vários momentos falta essa pressão ser mais enérgica.
FASE DEFENSIVA
Quando postada no próprio campo, a defesa do Cuiabá fica em 4-2-31. Usando gatilhos sobretudo nas laterais. Com Matheus Alexandre e Matheusinho pressionando sempre o extrema rival. Enquanto os volantes fazem trabalhos de encaixe mais setorizados nos meias adversários, o que ocasiona alguns problemas quando os mesmos são levados para zonas afastadas do campo, abrindo um espaço para o rival no centro do relvado.
Outro ponto a se observar é a falta de físico no meio da equipe, fazendo com que o Dourado sofra em embates mais físicos, além da má proteção no costado dos volantes. Ivo Vieira tenta criar superioridade no lado em que a bola de encontra, porém, a equipe precisa reagir mais rapidamente quando o oponente inverte o corredor da jogada, sendo esta talvez o problema mais ocorrente durante as partidas. Faltando sobretudo pressão quando os adversários recebem a bola na entrelinha, normalmente conseguindo receber, girar e passar a bola para o lado contrário.
BOLA PARADA
Ofensivamente, Pablo Ceppelini normalmente é o responsável pelas cobranças de escanteio, buscando principalmente o zagueiro Marllon. O defensor e Matheus Alexandre tem um posicionamento especial nos lances de cobrança mais aberta. Ficando mais próximos a entrada da área e correndo para próximo ao gol no momento da batida. Já o lateral Matheusinho busca atacar o espaço da segunda trave, aproveitando os espaço do setor, visto que sua equipe tenta colocar a maria dos atletas atacando a primeira trave.
Uma jogada a se reparar, é quando o Dourado optar cobrar o esquinado de forma curta. Normalmente a equipe repete o seguinte padrão: cobrador recua a bola para uma zona intermediária, o receptor pega a bola e aciona novamente o cobrador do escanteio, para neste momento, a bola ser alçada na área, pegando os jogadores do Cuiabá de “frente” para a jogada.
Defendendo o Dourado busca ter dois atletas fazendo marcações individuais nos zagueiros adversários. Enquanto os demais atletas realizam uma marcação predominante por zona.
O uruguaio é o jogador mais importante do Dourado com a bola. Podendo atuar como volante ou meia central, Pablo é quem mais toca na bola durante a fase ofensiva da equipe. O jogador tem uma boa visão prévia, mapeando bem as jogadas antes de receber a bola e tomando as decisões mais rapidamente. Tem certa facilidade para encontrar os companheiros em zonas entrelinha, com passes a meia distância. Também tem muita responsabilidade para inverter o jogo para o lado contrário, encontrando o extremo em boas situações de 1×1. Além disso, o volante já distribuiu 8 assistências na temporada.
Ceppelini tem dificuldade para receber a bola de costas, o que pode causar alguns problemas sendo pressionado em saída de jogo. O atleta também não aguenta muito contato, tendo dificuldades em vencer alguns duelos ou quando é pressionado. Pablo possui bom entrosamento com a dupla Matheus Alexandre e Cafú, conseguindo boas jogadas com a dupla pelo lado direito do Dourado.
Pitta chegou a equipe como principal reforço da temporada. O paraguaio respondeu rápido as expectativas, com 7 gols na temporada, Isidro já é o artilheiro da equipe na temporada e tomou a vaga de Deyverson incontestavelmente. O atleta é importante para o Dourado realizando pivôs próximo a área, tendo uma boa proteção de bola. Contudo, pelo estilo da equipe, o atleta acaba sendo pouco participativo durante as partidas. Sendo mais responsável pelas finalizações da equipe. Pitta é bastante acionado pelo alto, se colocando entre a dupla de zagueiros. Também mostra importância em campo aberto, quando os Sul-Mato grossenses saem em velocidade quando pressionados ou contragolpes, recebendo a bola mais pelo lado esquerdo e saindo em velocidade para o centro.
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