ANÁLISE: FLAMENGO X ATLÉTICO-MG NA FINAL DA COPA DO BRASIL - CONFRONTO DE IDA

Análise do primeiro confronto e projeção do duelo final na Copa do Brasil.

No texto, analisaremos o confronto de ida da final da Copa do Brasil 2024 entre Flamengo e Atlético-MG. Além disso, projetaremos o confronto de volta que acontecerá neste domingo, quando conheceremos o campeão dessa edição.


O Flamengo começou o jogo de forma controlada, impondo-se e utilizando o lado direito de seu campo, com Wesley e Gerson sendo peças fundamentais na movimentação ofensiva. A equipe manteve a posse de bola com inteligência, alternando momentos de paciência e jogo direto pra buscar explorar o lado oposto e algumas jogadas para acionar Gabriel. A estrutura base usada funcionou muito bem, os dois zagueiros se distanciavam para ter tempo e espaço, principalmente Leo Ortiz que foi ativo em posse. Os dois volantes fechavam por dentro e foram muito ativos para construir e atrair a marcação adversária.

Criação do Flamengo tinha Ortiz com espaço e os volantes atraindo os jogadores do Atlético.

Na defesa, usando praticamente um 4-2-4 para marcar o tiro de meta, o Flamengo sufocava a saída de bola do adversário, aproveitando a fragilidade do time mineiro em distribuir a posse. Tal comportamento impediu o adversário de acessar claramente os volantes e atacantes, e foi uma das chaves para neutralizar o time visitante nos primeiros 45 minutos.

Pressão na saída de bola realizada pelo Flamengo.
Pressão na saída de bola realizada pelo Flamengo.

Nos momentos em que perdia a bola, o Flamengo conseguia recuperar rapidamente, utilizando-se de um bom pós-perda e da imposição nos duelos físicos, além de dificultar a criação de jogo do Atlético, que, por sua vez, não conseguia fazer transições eficientes.

No segundo tempo, o Flamengo teve mais dificuldades para sair dos encaixes do Galo e não conseguiu criar tantas chances claras. A pressão ajustada do time mineiro fez com que o Flamengo se visse mais pressionado e, com isso, teve mais dificuldade para manter a posse. Mesmo assim, ainda conseguiu ampliar a vantagem com outro gol decisivo de Gabriel.


ATLÉTICO-MG

O Atlético-MG entrou em campo com uma proposta de jogo em que, desde o início, teve dificuldades para se organizar com a posse de bola. Os zagueiros tinham muitas dificuldades em achar opções próximas ou em profundidade, com os volantes facilmente marcados pelo oponente. No ataque, Hulk e Paulinho ficaram isolados, sem opções de passes próximas para conectar o ataque e sem a presença de um centroavante para ocupar a linha defensiva do adversário, como tem sido com Deyverson nos jogos da Libertadores. Com isso, o Galo sofreu para criar situações.

A equipe de Gabriel Milito tentou explorar os espaços na esquerda com Rubens, mas as tomadas de decisão erradas e os erros técnicos impediram que essas jogadas se transformassem em oportunidades concretas. Além disso, Scarpa ficou praticamente isolado do jogo no primeiro tempo.

Situação comum no primeiro tempo do jogo, Hulk e Paulinhos isolados do resto da equipe.

Na defesa, o Atlético apresentou falhas, especialmente no posicionamento de seus jogadores e na estratégia de encaixes no primeiro tempo. Iniciando pelos jogadores ofensivos, Paulinho, que estava mais à frente, acabava tirando a marcação de um dos volantes (Evertton), e Franco muitas vezes era atraído e cedia espaços ao tentar acompanhar Gerson, deixando clarões para o Flamengo, principalmente ao redor de Leo Ortiz, que ficou com liberdade para construir em várias situações durante grande parte do primeiro tempo. Foi assim que saiu o primeiro gol. Além disso, com Arana e Rubens também com dificuldades de encaixe, o lado esquerdo foi muito explorado pelo Rubro-negro e se tornou o lado frágil do Atlético no confronto, principalmente na primeira etapa.

Análise do primeiro gol do Flamengo. Situação aconteceu repetidas vezes no primeiro tempo:

O Atlético melhorou no segundo tempo. A entrada de Alisson e Kardec trouxe uma mudança na postura da equipe, que conseguiu manter mais a posse e criou mais oportunidades. Mesmo assim, não foi o suficiente pra encurtar tanto a vantagem do mandante no placar.

O que esperar no jogo de volta?

  • Flamengo: O Flamengo deve ter o retorno de alguns jogadores para o jogo de volta. O treinador Felipe Luis deverá ser estratégico, como foi contra o Corinthians, jogando com a vantagem para neutralizar os pontos fortes do adversário. A aposta será no setor defensivo, que tem sido sólido na competição e nas individualidades, principalmente de Arrascaeta, Plata e Gabriel.
  • Atlético MG: Milito pode optar por mudanças na escalação. O uso da dobradinha Rubens e Arana pelo lado esquerdo tem sido a escolha do treinador em jogos recentes com a falta de confiança nos outros pontas/meias do elenco. Entretanto, é notória a melhora da equipe após a entrada de Alisson no jogo. Além disso, o favorito para ficar com a vaga de Rubens pode ser Zaracho, que atua pelo meio e pode também flutuar para o lado esquerdo, mas sempre liberando o corredor para Arana. Caso seja necessário mais um gol ao final do jogo, Kardec mostrou à Milito que pode contar com ele no confronto.
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