As causas da dificuldade ofensiva do Corinthians

Sem nenhum gol marcado nas três primeiras rodadas, o Timão somou apenas um ponto no Brasileirão. Entenda as causas desse problema ofensivo.

A chegada de António Oliveira trouxe algumas mudanças no Corinthians. O treinador português fez a equipe ter boas atuações na reta final de Paulistão, sobretudo com Yuri Alberto voltando a ser mais consistente, mesmo sem o time conseguir a classificação – muito afetado pelo início ruim na competição. 

Essa melhora criou certa expectativa para o amadurecimento coletivo da equipe. Entretanto, a equipe além de não evoluir, tem mostrado uma enorme dificuldade ofensiva, com o Alvinegro terminando as três primeiras rodadas sem nenhum gol marcado e uma enorme dificuldade em criar oportunidades. 

Um ponto a se destacar inicialmente é a quantidade de jogadores a frente da linha da bola que a equipe tem. Nessas rodadas iniciais, António tem optado por usar Fausto Vera e Raniele juntos. Contudo, os dois volantes ficam mais na base da jogada, atrás da linha da bola, assim como os zagueiros. Fazendo a equipe atuar com apenas 6 atletas a frente. 

Gráfico: Footure PRO

Além dos volantes, Hugo não é um lateral com muito volume ofensivo – inclusive, o jogador estava sendo usado como um terceiro defensor na saída de bola e ficando mais responsável por ajudar na construção na primeira fase de jogo. 

Esse baixo número de atletas instaurados em campo ofensivo exige uma capacidade, não apenas coletiva de conseguir ganhar metros rapidamente com passes curtos, mas também precisa de atletas capazes de ganhar metros em campo conduzindo a bola. Porém, nenhuma das duas coisas tem acontecido na equipe. 

Trazendo como exemplo o duelo contra o Red Bull Bragantino, o Alvinegro tinha na dupla Igor Coronado e Rodrigo Garro seus jogadores mais criativos. Mas dentro de campo, os meias ficavam muito distantes um do outro, impedindo jogadas mais combinadas pelas estrelas do Timão. 

Mesmo quando não atua junto a Coronado, Garro acaba tendo poucos companheiros para atuar próximo de si. Fazendo com que o principal jogador da equipe paulista acabe não tendo a influência esperada em campo. Garro por vezes acaba buscando passes mais forçados para Yuri Alberto, ou procura opções de retorno com os volantes. 

Gráfico: Footure PRO

Além disso, apenas o jovem Wesley tem qualidade para ganhar metros através de dribles. Contra o Atlético Mineiro, mesmo com um a mais durante boa parte do jogo, a equipe só conseguia acelerar o jogo quando o extremo vencia embates pelo lado esquerdo. 

Essa debilidade no elenco faz com que a equipe termine sobrecarregando o jogador, buscando seu 1×1 mais do que o normal. E somado as poucas dinâmicas ofensivas para gerar vantagem ao atleta naquele setor, Wesley começa a sofrer com algumas situações de dobra, dificultando ainda mais lances eficientes. 

Esses problemas estruturais são algumas das respostas para a dificuldade ofensiva do Corinthians, contudo é importante destacar que a fase técnica de alguns atletas de ataque da equipe não é boa, influenciando nessa má fase. Porém, apesar do futebol apresentado, existem alternativas para a equipe paulista poder voltar aos trilhos. 

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