FOOTURE PRO: UM VOLANTE PARA O VASCO DA GAMA
Mesmo com opções no setor, o Vasco carece de segurança na volância. Com isso, o Footure Pro realizou um levantamento com opções para a posição.
Após uma campanha segura no Brasileirão de 2024, quando ficou na décima colocação, o Vasco começa uma nova temporada em busca de qualificar seu elenco e coletivo, visando fazer um ano ainda melhor. O Cruzmaltino possui algumas lacunas em seu elenco, como a defesa e os extremos. Contudo, a posição de volante também chama atenção pelo contexto.
Os cariocas contam com a chegada de Tchê Tchê e os retornos de lesão de Paulinho e Jair, além dos remanescentes Hugo Moura e Matheus Carvalho. Porém, nenhuma dessas opções acaba oferecendo uma segurança necessária para enfrentar uma longa temporada, com mais de 50 jogos mantendo um alto nível – seja por questões técnicas, ou clínicas. Com isso em vista, a presente matéria busca fazer um levantamento baseado em análise quantitativa e qualitativa, com opções que se adequam ao que o Vasco precisa. As recomendações estão divididas em:
- Unanimidade – jogador incontestável que chegaria para tomar posição;
- Segurança – Jogador de boa qualidade e que ofereceria boa regularidade ao longo da temporada;
- Aposta – Opção mais jovem, de um risco maior, mas com possibilidade de crescimento.
MÉTRICAS E CARACTERÍSTICAS AVALIADAS
Inicialmente, é importante argumentar sobre as características procuradas, tendo em vista que Fabio Carille, treinador vascaíno, opta por atuar normalmente com uma dupla de volantes. Além disso, posta seus times com linhas mais baixas, marcando mais próximo do seu gol. Com isso em consideração, atletas acostumados a jogar em dupla serão considerados.
Analisando as debilidades do elenco, foram procurados jogadores de maior força física, que consigam percorrer bons metros em campo. Adicionado a isso, a capacidade defensiva – leitura de jogo para interceptar passes, aproveitamento nos desarmes – foram observados. Nem todos os jogadores preencherão todas as características, mas se enquadram em boa parte do procurado. Com isso, foram usadas as seguintes métricas para começar a filtragem:
- Mais de 3,5 desarmes por jogo
- Taxa de aproveitamento nos desarmes acima de 50%
- Mais de 3,5 interceptações por jogo
- Quantidade de cartões amarelos por jogo
- Mais de 75 min jogados em média por partida
Após a filtragem, uma lista foi gerada. O afunilamento foi realizado através de uma avaliação qualitativa, chegando aos atletas citados a seguir no ponto de corte.

FRED (FENERBAHCE)
Ex-jogador da seleção brasileira, Fred não é um primeiro volante de característica. Chegou a atuar na função, mas em situações mais específicas. Trata-se de um volante acostumado a atuar em duplas, com boa relação com a bola. Apesar de não se destacar nos quesitos de altura e força, mostra muita qualidade defensiva, oferecendo também muito dinamismo com bola. Esse perfil abre margem para formar uma dupla com qualquer uma das opções que o Cruzmaltino tem na volância.

PARTE FÍSICA
O volante tem uma baixa estatura (1,69m), impedindo seu sucesso em disputas aéreas. Fred tem um nível de força regular, permitindo que dispute bem alguns duelos em movimento, aliados a seu bom equilíbrio, que o fazem suportar choques. Contudo, essa limitação de força o faz ter dificuldades em proteger a bola de costas ao ser pressionado. Fred tem uma boa velocidade, podendo correr longas distâncias. Por essa passada larga, o jogador tem um movimento natural, realizando pouco esforço para arrancar. À curta distância, apresenta uma saída bem rápida também. Além disso, Fred tem uma boa resistência, que o permite realizar repetidos movimentos em alta intensidade durante as partidas.
PARTE TÉCNICA
Defensivamente, Fred apresenta uma boa leitura do campo, conseguindo interceptar bem passes. Demonstra calma para executar boas decisões no momento de desarmar, sendo preciso e utilizando movimentos rápidos com os pés para recuperar a bola. O meio-campista tem uma boa capacidade no passe, seja em saídas mais curtas, tirando a bola da pressão, ou com passes mais elaborados, achando companheiros em zonas entrelinhas ou invertendo rapidamente o corredor da jogada. Sua distribuição de bola é rápida, mapeando bem o campo antes de receber a bola. Fred tem uma ambidestria regular, arriscando poucos passes com sua perna direita. Porém, consegue realizar bons controles com a mesma. Além disso, mostra qualidade conduzindo a bola com seu pé esquerdo e busca finalizar usando sua perna dominante, mas com baixa eficiência. Mostra boa força na execução, mas peca na qualidade.
PARTE TÁTICA
Fred, normalmente, atua em dupla de volantes. Contudo, ao longo de sua carreira, já atuou como médio ou primeiro volante (em situações específicas). Com bola, influencia em várias áreas, ficando na base como ponto de retorno ou se movimentando na intermediária (zona central), para participar da rotação de bola. Mostra importância na saída de bola, ficando à frente da primeira linha de passe, movendo-se bastante para buscar o ponto cego dos marcadores. Ou, então, busca cair para as laterais, arrastando os defensores consigo e abrindo espaço para uma saída por dentro. Em posse ofensiva, Fred forma triângulos com o extremo e lateral esquerdo, mantendo boas trocas de passe no setor. Costuma pisar na área, realizando movimentos na direção contrária ao centroavante. O jogador consegue cobrir bem as costas do lateral esquerdo, fazendo perseguições médias nos adversários. Em pressão, o jogador realiza alguns saltos para acompanhar os médios adversários que recuam para receber a bola.
DOUGLAS AUGUSTO – NANTES
Formado no Fluminense, Douglas é um meio-campista que se destaca pelas suas aptidões físicas, usando sua força e velocidade para cobrir uma boa área do campo e pressionar o adversário. Sua construção não é muito destacável. Porém, sem bola, pode oferecer muitas vitórias pessoais à equipe carioca. Imaginando as opções que o Cruzmaltino tem no elenco, Douglas Augusto pode apresentar um bom encaixe ao lado de Tchê Tchê ou Paulinho, preferencialmente.

PARTE FÍSICA
O jogador tem uma estatura baixa para a posição (1,73m). Contudo compensa nos demais aspectos físicos, possuindo um bom índice de força e conseguindo disputar duelos contra atletas maiores. Além disso, tem uma boa força no core, conseguindo manter bem o equilíbrio após receber contatos em movimento. Douglas tem uma passada larga, com movimentos naturais e não faz muito esforço físico para arrancar – tendo um primeiro arranque destacável. Realiza boas corridas a curta distância.
PARTE TÉCNICA
Douglas tem um nível de ambidestria baixo, tendo dificuldade para realizar domínios e passes mais elaborados com sua perna direita. Enquanto passador, opta por passes mais seguros, saindo pela lateral. Ou seja, arrisca pouco com a bola. Seu primeiro toque é funcional. Também mapeia bem o seu campo de ação antes de receber a bola. O volante tem um bom tempo de reação, permitindo que utilize sua velocidade para pressionar ativamente o portador da bola. Douglas Augusto consegue tirar bem o espaço do passador, impedindo passes pelo alto e finalizações, além de realizar movimentos rápidos com os pés para desarmar somado a um bom timing. Porém, sua eficiência nessas ações são mais direcionadas aos movimentos com o pé esquerdo. Além da leitura, consegue usar bem o comprimento de suas pernas para interceptar passes.
PARTE TÁTICA
Taticamente, Douglas apresenta boa versatilidade. No Nantes, tem atuado como médio em um 4-1-4-1, ficando mais no lado esquerdo. Porém, também pode atuar como volante em uma dupla. Ofensivamente, busca corridas pelo corredor central, visando pisar na área. Normalmente, busca movimentos entre os zagueiros. Em saída de bola, o meio-campista busca se mover à frente da primeira linha de passe, oferecendo-se como opção para girar a bola – mas, não é um atleta determinante no quesito – ou tentando arrastar os adversários para zonas laterais para abrir espaço. Determinante em pressão, Douglas sufoca o primeiro volante rival, sendo capaz de realizar corridas mais longas para acompanhar o adversário. Próximo ao gol, defende a parte central da intermediária, realizando encaixes curtos nos adversários que entram no seu setor, fechando linhas de passe.
CHRISTIAN RIVERA – TIJUANA
O capitão do Tijuana é um jogador de imposição física. Rivera tem boa altura (1,85m) e muita força, que utiliza a seu favor na defesa. O volante se destaca principalmente no lado defensivo do campo, usando seu corpo a favor para vencer duelos. Com bola, destaca-se pela qualidade no passe longo, encontrando muito bem os companheiros atacando o espaço. Rivera, por características, formaria uma dupla interessante com Paulinho, associando sua capacidade defensiva com a participação ofensiva do atleta Cruzmaltino.

PARTE FÍSICA
O colombiano possui uma altura elevada (1,85m), credenciando-o como bom competidor pelo alto. Sua passada é larga, porém Rivero tem uma velocidade baixa, fazendo muita força para percorrer médias e longas distâncias. Seu primeiro arranque é lento, ganhando mais velocidade conforme ganha metros. Seus movimentos laterais são eficientes. O volante tem bom nível de força e usa bem seu corpo para disputar duelos físicos, utilizando bastante seus braços para limitar os movimentos adversários.
PARTE TÉCNICA
Rivero tem um tempo de reação bom, porém, seus movimentos de saída são lentos, ocasionando em atrasos para realizar algumas coberturas. Em situações de mano a mano, tem um bom timing para desarmar, aguardando o adversário tomar a decisão para efetuar o movimento. Rivero faz um bom trabalho fechando o espaço da perna dominante do rival, reduzindo opções de passe longo e atrasando a a tomada de decisão. Tem uma leitura boa do campo para interceptar passes, utiliza de um jogo bastante físico para conseguir levar vantagem nos duelos e seu passe longo é de boa qualidade, tendo uma ótima visão dos atacantes realizando movimentos de ruptura. À média e curta distância, opta por passes de mais segurança, tirando a bola da pressão e lateralizando as jogadas. Tem um primeiro toque eficaz e consegue mapear bem o campo antes de receber a bola. Sua ambidestria é baixa, tendo problemas para executar movimentos com o pé esquerdo. Já seu giro de corpo é lento, apresentando dificuldades ao jogar de costas para o defensor.
PARTE TÁTICA
Rivera atua em dupla de volantes. Com a bola, é uma peça importante da saída de bola, ficando entre os zagueiros para buscar passes mais longos. Sua intenção é encontrar os atacantes que estão se desmarcando em direção ao gol. Após a primeira fase de construção, passa a atuar na base da jogada, servindo como ponto de retorno dos ataques, seja para buscar inversões de jogo ou manter a rotação da bola. Em pressão, busca tirar o espaço do meia adversário, fazendo vigilâncias a curta distância e saltando para pressionar, se necessário. Próximo ao gol, sua posição é mais fixa, movendo-se pouco. O atleta se posiciona à frente da grande área, sendo responsável por realizar cortes em passes buscando as zonas entrelinhas e vencendo embates no centro do campo.
CONCLUSÃO
Ao avaliar todas as opções, de variadas idades e contextos, foram escolhidos atletas mais velhos e atuando fora do país, mas que representavam um risco menor dentro de campo, chegando prontos para atuar e performar onde melhor se encaixarem. Contudo, também foram analisados outros jogadores, que tiveram uma avaliação quantitativa boa, porém, foram preteridos por outros fatores (encaixe, preço, etc).

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