Guia do Brasileirão: Juventude

Retornando a primeira divisão e com o vice do Gaúchão, o Juventude de Roger Machado buscará a permanência na Série A em 2024.

Retornando à Série A do Brasileirão, o Juventude conquistou o acesso em 2023 após ter feito uma impressionante campanha de recuperação na Série B sob o comando de Thiago Carpini, que deixou o clube gaúcho ainda no início do ano para substituir Dorival Júnior no São Paulo.

Agora com Roger Machado, o time do Alfredo Jaconi chega para a competição com o objetivo de assegurar a permanência na elite do futebol brasileiro. E apesar do início de ano irregular, a equipe da Serra Gaúcha chega motivada pela surpreendente campanha do vice-campeonato no Gauchão.

O Juventude se movimentou bastante na janela e trouxe 14 nomes para a disputa do Brasileirão. Alguns reforços rapidamente se tornaram importantes no time titular, como os casos de Caíque Gonçalves, Lucas Barbosa, Jean Carlos e Gilberto.

Gráfico: Footure PRO

Roger chegou a utilizar o 4-1-4-1/4-3-3 em seus primeiros jogos desde que retornou ao clube. No entanto, o treinador definiu o 4-4-1-1 com o decorrer dos jogos. O desenho passou a ser o sistema-base depois da melhora defensiva apresentada pelo Ju no mês de março (sofreu apenas um gol nesse período). Além disso, o sistema potencializou algumas individualidades. Danilo Boza e Rodrigo Sam cresceram na defesa; Caíque Gonçalves começou a se destacar no meio, Lucas Barbosa ganhou protagonismo na ponta-direita e Jean Carlos se tornou peça fundamental para o funcionamento do time em campo contrário, mesmo tendo a missão de substituir Nenê, que virou o ano lesionado.

O Juventude apresenta um comportamento variado em saída de bola, mas é possível identificar duas diferenças dependendo do contexto e adversário. O primeiro é, iniciando o jogo a partir de tiros de meta, a busca por sair trocando passes por baixo e tendendo progredir por fora acionando um dos extremos nas costas dos laterais do oponente.

O outro momento é quando a equipe da Serra libera os laterais para construir com três jogadores na primeira altura (os dois zagueiros + Caíque Gonçalves). Nesse período, o meia-atacante Jean Carlos desce em apoio para ser mais uma opção e passe e auxiliar na conexão defesa-ataque.

Ademais, o Juventude adota uma postura mais associativa e de jogo apoiado contra as equipes menores. Contra times mais fortes, busca simplificar alguns processos e salta linhas adversárias com lançamentos pelo alto tentando encontrar o centroavante Gilberto ou o extremo Lucas Barbosa.

Em construção, o Juventude também apresenta variação no comportamento dos seus laterais. Na direita, João Pedro ataca por fora e dando amplitude. Enquanto na esquerda, Alan Ruschel percorre mais por dentro em zonas interiores. Os extremos Edson Carioca e Lucas Barbosa partem abertos, mas fazem cortes para dentro e buscam cruzamentos de pé trocado com muito efeito na direção da segunda trave.

Na entrelinha, novamente se faz presente a figura de Jean Carlos como uma peça para percorrer o campo de lado a lado. Além disso, o camisa 20 é importante nas muitas ocasiões que o time cria em situações de bola parada.

Nos metros finais, é o veterano centroavante Gilberto o responsável por finalizar as jogadas que nascem pelos lados com laterais/extremos e por dentro com Jean Carlos. O camisa 9 também precisa trabalhar de costas para fazer o trabalho de pivô e elaborar fora da grande área em cenários de transições.

Sem a bola, o Juventude adota uma postura de defender em um bloco médio-baixo, com as duas linhas de quatro bastante aproximadas. Em tiros de meta, o pode subir uma pressão alta com encaixes específicos. Defendendo em campo próprio, é uma equipe bastante dura nas divididas e possui um miolo de zaga alto e físico.

No geral, o time da Serra Gaúcha não gosta de recuar tanto suas linhas, prioriza um posicionamento médio e seus jogadores já saltam em pressão contra o portador da bola quando este atravessa o circulo central.

Nos escanteios ofensivos, busca escanteios fechados, com batidas diretas de Jean Carlos (seja na direita ou esquerda) procurando desvios ou a finalização na primeira trave. Como tem jogadores altos no elenco, tenta se aproveitar disso nas bolas paradas. Ainda nos escanteios, visa preencher a pequena área adversária com o máximo de jogadores para atrapalhar a saída do goleiro.

Nos escanteios defensivos, utiliza uma marcação mista. Alguns defensores defendem o espaço (geralmente na primeira trave), enquanto no centro da área o Ju começa a individualizar as marcações.


Depois de um 2023 irregular com a camisa do Cruzeiro, Gilberto parece ter reencontrado o bom futebol no Alfredo Jaconi. O centroavante, que volta a reeditar a parceria com o treinador Roger (trabalharam juntos no Bahia), já é o artilheiro do Juventude no ano com sete gols marcados. No entanto, o camisa 9 não é apenas um fazedor de gols dentro da equipe, já que ele precisa trabalhar mais longe da área para jogar de costas, temporizar jogadas e fazer combinações por dentro com o meia-atacante (Jean Carlos ou Nenê).

Gráfico: Footure PRO

Com cinco gols e duas assistências no ano, Lucas Barbosa se tornou uma peça importante no sistema ofensivo do Juventude de Roger Machado. O extremo-direito, que possui um excelente perfil físico com seus 1.94cm de altura e passada larga, trabalha tanto por dentro no meio-espaço quanto aberto em amplitude. Jogando por fora, oferece profundidade no flanco destro junto ao lateral João Pedro, e gosta de realizar cortes para dentro buscando cruzamentos de pé trocado explorando a segunda trave.

Gráfico: Footure PRO
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