Guia do Brasileirão: Palmeiras

Vindo do bicampeonato brasileiro, o Palmeiras de Abel Ferreira contratou pontualmente e segue sólido para buscar o terceiro título consecutivo.

Atual bicampeão brasileiro, o Palmeiras de Abel Ferreira chega para o Brasileirão 2024 com o objetivo de buscar o tricampeonato nacional. Apesar do título em 2023, o ano do Verdão ficou marcado pela irregularidade e pelos problemas táticos que a equipe do Allianz Parque apresentou após as saídas de Danilo e Gustavo Scarpa.

Para essa temporada, o Palmeiras foi atrás de cobrir as pequenas lacunas do elenco e buscou contratações pontuais para reforçar o grupo. A principal chegada foi a do argentino Aníbal Moreno. O novo camisa 5 alviverde rapidamente se adaptou ao time e devolveu aspectos defensivos importantes para o meio de campo da equipe de Abel.

O lateral-esquerdo Caio Paulista, o meia Rômulo e os atacantes Lázaro e Bruno Rodrigues foram os outros reforços do Palestra para a disputa da temporada em 2024.

Gráfico: Footure PRO

Nesse ano, Abel Ferreira está optando pelos sistemas com três zagueiros. 5-2-1-2, 5-3-2 e 5-2-3 foram os desenhos mais usados até agora. O sistema pode depender do adversário por causa da estrutura defensiva que o Palmeiras pode usar para realizar seus habituais os encaixes individuais em fase defensiva. O 4-2-3-1 é uma possibilidade, como já aconteceu em 2024, com o time de Abel alternando para uma estrutura 3-4-2-1 em fase ofensiva – com um dos seus laterais (Marcos Rocha ou Piquerez) alinhando com os centrais para formar uma saída com três.

Por utilizar diversos sistemas a partir de desenhos táticos similares, o Palmeiras também apresenta essa mesma variação em suas estruturas de saída de bola. No entanto, na maior parte das vezes opta por uma saída 3+1, com a presença do trio de zagueiros + Aníbal Moreno. O 3+2 é frequentemente usado e oferece mais opções de passe em tentativas de pressão dos adversários.

O comportamento inovador para 2024, é quando Aníbal alinha entre os zagueiros e forma uma saída com quatro jogadores, com os centrais exteriores nas ocupações dos laterais. Isso faz com que figuras como Mayke ou Piquerez sejam liberados em amplitude e meio-campistas como Zé Rafael ou Richard Rios apareçam mais por dentro e gerem superioridade numérica nas costas das primeiras linhas de pressão adversárias.

Palmeiras

Em construção, o Palmeiras alarga o campo com os alas e preenche os espaços com os meias por dentro. Zé Rafael, Richard Rios e até mesmo Aníbal Moreno se projetam mais e se aproximam do setor da bola para formar triângulos ofensivos principalmente pelos lados do campo. Raphael Veiga é peça fundamental flutuando nas costas dos volantes e conectando com setor de ataque. O camisa 23 possui facilidade para identificar e explorar espaços nas defesas adversárias.

Como é uma equipe que utiliza bastante os lados do campo com os alas e as incorporações de demais jogadores, o Palmeiras busca sempre o passe atrás quando em profundidade pelo lado do campo antes de buscar o cruzamento dentro da área em direção a Flaco López, que pode cabecear direto para o gol ou dar uma assistência encontrando alguém no ponto do pênalti.

É nessa fase de construção que é possível perceber a evolução de Endrick, atuando agora como um segundo atacante que ocupa a faixa do meio-espaço na direita para gerar jogo – algo que ele faz desde o início da arrancada pelo título brasileiro em 2023. O camisa 9 alviverde de 17 anos pode ainda não ter números expressivos em assistências, mas está cada vez mais participativo criando ocasiões e distribuindo passes para situações de gols.

Como resultado, o agora Palmeiras conta com uma dupla de ataque muito complementária, com Endrick sendo a peça mais relacionada com o jogo fora da área e Flaco sendo a ameaça em profundidade.

Pela qualidade que possui no elenco, o Palmeiras marca seus gols por diversas direções: em cruzamentos, bolas paradas, ataques posicionais ou contra-ataques. Em situações de ataque estático, está utilizando o grande início de temporada de Flaco López para anotar seus gols através de bolas lançadas na área pelo alto. Em 17 jogos em 2024, o centroavante argentino já balançou as redes 10 vezes neste ano.

Como é uma equipe que voltou a dominar as disputas das segundas jogadas, o Palmeiras também gera seus gols a partir de volume ofensivo criado pelas rápidas recuperações já em boas zonas do campo. E aí também entra a presença de Veiga para encontrar soluções no acabamento de jogadas.

Sem a bola, o Palmeiras pode pressionar o setor da bola, mas neste ano voltou a ser uma equipe que marca a partir de duelos individuais. É uma equipe bastante dura na hora de defender, intensa e forte nas divididas. Defende bem a profundidade com Gustavo Gómez e Murilo, que também se destacam na hora de saltar e cobrir espaços nas costas de seus meio-campistas.

A pressão alta existe em tiros de meta ou bola rolando, evidenciando a agressividade palmeirense que busca induzir a saída de bola para o setor mais frágil antes de encurtar ainda mais os espaços.

Palmeiras

Raphael Veiga é o cobrador responsável pelas bolas paradas. Nos escanteios ofensivos, coloca entre cinco ou jogadores dentro da pequena área na altura da primeira trave para as batidas fechadas. Em cobranças abertas, busca o centro da área e a segunda trave, ou a entrada da área para as batidas de Piquerez.

Nos escanteios defensivos, coloca até 10 jogadores dentro da área. Dois jogadores da pequena área defendem em zona (primeira e centro da pequena área) e os demais encaixam nos principais cabeceadores, configurando uma marcação mista.


O principal nome da arrancada palmeirense ao título em 2023, Endrick mostra a cada partida que é um jogador especial. Atuando como segundo atacante no sistema ofensivo de Abel Ferreira, o camisa 9 não apenas é um fazedor de gols. O jovem da base é uma peça fundamental dentro das situações de jogo, ocupando meio-espaço na direita, distribuindo a um toque para companheiros, superando marcadores com giro de corpo, força física ou velocidade.

Gráfico: Footure PRO

Aqui poderíamos destacar Estevão, que subiu para o time profissional depois da Copinha, mas Luís Guilherme é o jovem que mais tem minutos na equipe principal depois de Endrick. Já com 18 anos, o camisa 31 pode atuar aberto pelas duas pontas é bastante habilidoso para proteger e esconder a bola com a perna esquerda. Possui uma boa batida para cruzar rasteiro ou com efeito pelo alto. Apesar de jovem, já se destacou fazendo uma grande partida fora de casa contra o San Lorenzo, na estreia da Libertadores deste ano.

Aníbal Moreno era a peça que faltava para o Palmeiras não ter pontos fracos evidentes dentro do plantel. A chegada do argentino rapidamente devolveu uma identidade defensiva que o time de Abel havia perdido desde a saída de Danilo. A equipe alviverde voltou a dominar as segundas jogadas, a neutralizar os principais jogadores adversários por dentro e ser muito dura de ser batida com passes por conta da solidez defensiva e cobertura de espaços. Além disso, Aníbal consegue aliar esses atributos defensivos com sua brutal capacidade associativa em fase ofensiva. Distribui e toma boas decisões com a bola como poucos, sendo importante em saída de jogo ou fazendo a bola circular no campo de ataque.

Gráfico: Footure PRO
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