Guia do Brasileirão: Red Bull Bragantino

Após a venda de Léo Ortiz e a eliminação na Libertadores, o RB Bragantino terá a missão de encontrar a regularidade no Brasileirão de 2024

Sob comando de Pedro Caixinha, o Red Bull Bragantino viveu um 2023 de altos e baixos. Apesar de ter finalizado o Brasileirão do ano passado na sexta colocação com 62 pontos ganhos (sua melhor campanha na história dos pontos corridos), a equipe de Bragança Paulista ficou aquém diante de alguns cenários específicos, sobretudo quando precisou confirmar seus bons momentos em partidas decisivas. O desafio para esse ano será encontrar essa regularidade mesmo em situações não tão favoráveis.

O Bragantino teve como baixa a saída do zagueiro Léo Ortiz, líder dentro do vestiário, que se transferiu para o Flamengo. No entanto, o clube contou com as chegadas do central Douglas Mendes, do lateral-direito Nathan Mendes e do meia Lincoln. Poucos, mas pontuais reforços considerando a manutenção do grupo do ano passado.

Gráfico: Footure PRO

O técnico português Pedro Caixinha já utilizou diversas formações nesse início de ano. Ele começou 2024 em 3-4-3, passou para o tradicional 4-4-2 e chega às vésperas do Brasileirão com o 4-3-3 como o desenho tático base. Em todo caso, os padrões seguem similares: pontas de pé trocado partindo abertos, Juninho Capixaba aparecendo por dentro, muita rotação de movimentos do trio de meias e o atacante na frente (Sasha ou Borbas) circulando por todos os lados.

O Bragantino inicia seu jogo utilizando uma saída com três jogadores, os dois zagueiros e o lateral-esquerdo Juninho Capixaba. Nathan permanece fixo, na direita, como lateral baixo, e participa dando passes criativos. O comportamento com bola é o de verticalizar e acelerar o jogo o mais rápido possível, o que explica as constantes movimentações do trio de meio-campistas – mas sempre com um mais próximo da base da jogada ao passo que os dois interiores flutuam na entrelinha – com o objetivo de criar frequentes linhas de passe.

O Bragantino é uma equipe bem vertical e busca bastante Helinho e Henry Mosquera, seus dois pontas titulares, com o objetivo de acelerar jogadas pelos lados do campo. Ambos partem abertos de pé trocado e buscam dribles por fora para ganhar a linha de fundo e cruzar. Além disso, atuam como extremos invertidos para cortes para dentro tentando finalizações em arco na região esquina da área.

Porém, para a bola chegar até eles o time de Bragança Paulista conta com outros dois jogadores que são importantes na circulação ofensiva do Massa Bruta: Juninho Capixaba e Lucas Evangelista. O primeiro, além de importante em saída de bola, tem um papel de atacar mais por dentro como um lateral-interior e possui muita qualidade no passe.

Já Evangelista, é o meio-campista mais lúcido da equipe com a bola. Tanto que o camisa 8 começou a jogar até mais avançado no 4-2-3-1 utilizado por Caixinha no ano passado. Ele possui boa leitura para identificar espaços, jogo rápido trabalhando a um toque e boas aproximações pelos lados para conectar companheiros.

Se Capixaba é um lateral-interior mais relacionado com a saída de bola e primeiras fases de progressões, Nathan Mendes é o lateral que ataca mais por fora, com algumas aparições por dentro e muito participativo em situações de pré-assistências ou lançamentos que geram ocasiões de gol. O camisa 21 do Massa Bruta tem sido importante com seus passes criativos que encontram por dentro o homem livre, que, jogando a um toque, aciona um dos atacantes se desmarcando nas costas da defesa.

E como comentado anteriormente, os pontas buscando jogadas de vitória pessoal também são importantes gerando desequilíbrios no sistema defensivo adversário. São perigosos marcando gols finalizando de fora da área ou ganhando linha de fundo para cruzamentos.

A pressão alta é a identidade do Bragantino de Pedro Caixinha. A equipe de Bragança utiliza sua verticalidade para finalizar jogadas e, a partir de tiros de metas do adversário, sobe suas linhas para exercer sua pressão alta colocando até sete jogadores no campo de ataque. A abordagem agressiva visa induzir o adversário pelos lados do campo e se desfazer da bola, caso contrário o Bragantino recupera a posse em uma excelente faixa do campo e rapidamente inicia seus contra-ataques.

Nos escanteios ofensivos, ocupa a pequena área adversária com cinco jogadores todos concentrados próximos da primeira trave na busca pelas batidas fechadas. Dificilmente vai cobrar em dois tempos, mas pode explorar jogadores que ficam próximos da entrada da área. Direciona suas cobranças para os jogadores mais altos/de boa impulsão do elenco, como os zagueiros Luan Cândido e Douglas Mendes ou o centroavante Thiago Borbas.

Nos escanteios defensivos, gosta de defender com 10 jogadores. A marcação é mista, com algumas marcações individualizadas.


Vivendo sua fase mais regular na carreira, Lucas Evangelista é o meio-campista mais importante jogando com bola no RB Bragantino. O meia de 28 anos, que anotou três gols e deu seis assistências no ano passado, virou uma peça importante dentro da rápida circulação ofensiva da equipe de Pedro Caixinha. Atuando em uma faixa interior pela esquerda, flutua bem nas costas dos volantes adversários, toma boas decisões na hora de distribuir e é fundamental arriscando passes progressivos buscando Eduardo Sasha/Thiago Borbas.

Gráfico: Footure PRO

Com a saída de Léo Ortiz, Luan Cândido ganhou um papel de maior protagonismo dentro do grupo de Pedro Caixinha. Apesar de não ser muito alto para um zagueiro (1.84cm), Luan vai muito bem nos duelos aéreos por conta de sua boa impulsão. O defensor de 23 anos, que também pode atuar como lateral-esquerdo, é bastante importante defendendo em campo aberto por causa da sua grande velocidade e boa capacidade para corrigir lances em situações de igualdade/inferioridade numérica – algo fundamental considerando o quão exposto fica o Bragantino quando tem seu trabalho de pressão superado.

Gráfico: Footure PRO

Ainda que não seja um titular consolidado na equipe, Thiago Borbas é um atacante confiável para ganhar muitos minutos em uma temporada longa como a brasileira. Se trata de um perfil diferente ao de Eduardo Sasha, é um centroavante mais clássico, mas opera o que o sistema ofensivo de Caixinha pede: sai da área, se movimenta bastante nos metros finais, trabalha bem de costas e realiza excelente trabalho de pivô. Mesmo sendo um jogador de rotação, o uruguaio anotou 13 gols em 2023.

Gráfico: Footure PRO
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