Guia Tática do Brasileirão 2023 | Inter de Mano Menezes

Buscando um jogo vertical, o Inter quer usar o Brasileirão para retomar o bom nível da temporada e, pelo menos, repetir o desempenho de 2022

Depois do vice no Brasileirão 2022, uma expectativa foi criada para a temporada do Inter sob o comando de Mano Menezes. O início de temporada acabou sendo de oscilações e, com a eliminação na semifinal do Gauchão, uma pressão maior para o treinador. Reforços como Luiz Adriano e Aránguiz chegam para buscar aumentar o nível da equipe — que ainda deve anunciar em julho a chegada de Enner Valencia.

ESQUEMA DE JOGO

O treinador manteve a estrutura do 4-2-3-1 de 2022. Uma equipe buscando jogo mais vertical e rápido, sem tantas trocas de passe, em que pese ter a Alan Patrick, jogador com maior liberdade de organização e movimentação do time. De maneira geral, utilizando muito o pivô do 9 e velocidade na ponta esquerda — tendo em vista que do lado oposto, Mano prefere um meia direita com maior capacidade de armação para manter o equilíbrio defensivo.

SAÍDA DE BOLA

Quando o Inter busca uma saída mais curta, pelo menos sem tanta pressão do rival, Bustos sobe para a linha do meio-campo, com Renê fazendo a saída de 3 com Vitão e Mercado. O camisa 44 e o lateral esquerdo conduzem mais a bola para ganhar alguns metros em fase de construção. A frente deles, a dupla de volantes (Johnny, Matheus Dias, Baralhas, Gabriel, De Pena).

Porém, é um time que utiliza muito bem um jogo mais direto para Luiz Adriano. A chegada do jogador, inclusive, melhorou a equipe no quesito. O camisa 9 ganha os duelos pelo alto e consegue fazer ótimos movimentos de pivô para manter a posse de bola do Inter.

COMO ATACA

O Inter é uma equipe mais vertical e busca muito a utilização de Wanderson mais aberto pelo lado esquerdo. O ponta tem muita vitória pessoal pelo lado e se tornou o maior assistente da equipe na temporada. Velocidade e drible para fora e cruzar usando a esquerda ou cortar para dentro e finalizar (ainda precisando melhorar) fazendo dele a principal arma ofensiva do Inter.

Com os pivôs de Luiz Adriano, é preciso observar sempre os movimentos de Mauricio na entrelinha. O camisa 27 geralmente recebe nesta zona ou já infiltra na área para finalizar e foi melhorando na reta final do estadual. Além disso, Bustos sempre chega forte pelo lado direito como um ponta para cruzamentos ou até mesmo finalizar chegando na área.

COMO DEFENDE

Defendendo em bloco médio/alto, Mano Menezes prefere uma marcação mais zonal com Alan Patrick-Luiz Adriano fechando os espaços de zagueiro para lateral/volante enquanto induz o rival ao chutão ou para o lado do campo. Os pontas podem subir marcação nos laterais adversários, enquanto a linha defensiva não fica sustentada e busca desgarrar quando o passe entra em seu setor. O treinador aposta muito na agressividade defensiva de Vitão e Mercado.

Quando recupera, busca três jogadores: Wanderson, caso tenha espaço para o contra ataque mais rápido; Alan Patrick ou Luiz Adriano se precisa construir com mais alguns passes antes de chegar na área adversária e finalizar.

PROBLEMA DEFENSIVO

Neste início de temporada, o Inter tem sofrido com as jogadas pelo lado do campo e cruzamentos (por baixo e pelo alto). O goleiro Keiller não tem passado segurança nas saídas do gol e a falta de comunicação tem causado alguns problemas para a defesa. Além disso, depois de começar bem o ano, Mercado caiu seu nível e está sofrendo com jogadores mais rápidos se movimentando em suas costas.

BOLA PARADA

Quando tem escanteio ao seu favor: se a bola é pela direita, mais aberta aproveitando as chegadas de Vitão e Luiz Adriano que se posicionam na marca do pênalti e fazem o movimento de atacar o espaço; enquanto pela esquerda, o camisa 10 busca cruzamentos mais fechados para dentro da área.

Defensivamente, uma marcação bastante mista. Com 4 jogadores defendendo a zona (1 na primeira trave, 2 na pequena área e 1 na segunda trave) e outros 3 a 4 jogadores defendendo individualmente, dependendo da capacidade do adversário na bola parada.


Com uma pré-temporada completa, Alan Patrick está ainda melhor. Conseguindo jogar os 90 minutos das partidas, o camisa 10 é o grande organizador do time. Com liberdade de movimentação para estar sempre criando linhas de passe ou ajudando a acalmar/acelerar o jogo quando necessário. Além disso, está numa fase mais goleadora e entrando na área para finalizar, o que acaba sendo um diferencial.

Ainda sem a estreia de Charles Aránguiz e, provavelmente, Enner Valencia. De Pena é o melhor jogador estrangeiro da equipe. Jogando em uma posição mais recuada, não está conseguindo ainda desempenhar seu melhor depois de um início mais sólido em termos de criação e finalização, o uruguaio está com dificuldades para manter o ritmo ao longo dos jogos. Entretanto, quando está bem, o Inter consegue desempenhar bem por estar em uma posição crucial do meio-campo para Mano Menezes.

Foram poucos partidas em 2023, mas sempre acabou sendo importante com um gol e uma assistência. O jovem camisa 9 tem ótima capacidade de definição — visto principalmente quando esteve na Copinha em 2022 —, movimentos de atacar e o espaço vazio. Apesar disso, com as chegadas de Luiz Adriano e Enner Valencia deve perder um pouco de espaço, mas merecia oportunidades já no Brasileirão deste ano.


Você pode assistir ao vídeo completo, aqui:

Compartilhe

Comente!

Tem algo a dizer?