Guia Tático do Brasileirão 2023 | Athletico de Paulo Turra

Finalista da última Libertadores, o Athletico chega ao Brasileirão sob o comando de Paulo Turra no Brasileirão 2023

Após uma temporada que quase acabou com um título histórico, o Athletico resolveu apostar em Paulo Turra para comandar a equipe na temporada. O Rubro-negro que chegou na final da Copa Libertadores e ficou nas primeiras colocações do brasileirão busca um rendimento parecido com o obtido na última temporada. Com um futebol que busca agrupar vários atletas no meio trabalhando curto entre si e laterais de muita ultrapassagem, o Athletico pode potencializar seus principais jogadores e alcançar um belo futebol na Série A.

ESQUEMA DE JOGO

Partindo em 4-2-3-1, o Athletico costuma usar Vitor Bueno como meia central. Porém, Pablo também ocupou o setor em alguns momentos. Utilizando dois volantes e com os extremos atuando bastante pelo centro, Paulo Turra faz com que sua equipe acabe por atuar bastante pelo centro do campo. Seu rodízio na equipe titular mantém o Furacão com boa rotação física durante as partidas e boa parte do elenco com ritmo de jogo e níveis competitivos altos. 

SAÍDA DE BOLA

O Athletico inicia suas jogadas com uma saída sustentada. Ou seja, o Furacão procura colocar vários atletas para sair, visando atrair o adversário e usar o espaço nas suas costas. Caso os rivais não subam a marcação, o time vai progredindo cautelosamente com a bola. Nessa fase o Rubro-negro usa cinco ou seis jogadores na iniciação. Os quatro atletas da linha defensiva e um ou dois volantes.

Esses jogadores de meio precisam lidar bem com a pressão dos adversários recebendo a bola de costas, contexto onde Fernandinho demonstra sua importância, o jogador consegue se livrar bem dos rivais e dar prosseguimento nos lances. Thiago Heleno é uma peça importante para buscar bolas longas no costado dos rivais. Contudo, a equipe ainda carece de mais atletas com capacidade de conduzir a bola, ganhando metros em algumas situações. 

COMO A EQUIPE CONSTROI

Primeiro ponto a destacar na construção ofensiva do CAP é a influência de Fernandinho na construção da equipe. O volante participa ativamente em todos os setores de construção, contudo, talvez seu maior destaque fique pelas bolas longas, que são extremamente importantes na fase de construção da equipe. O Furacão busca essas viradas para o lado oposto tentando colocar seus laterais em boas condições no campo ofensivo. Khelven, Pedrinho, Fernando e Madson. O quarteto de laterais do clube ataca bastante a profundidade, sendo referências no momento ofensivo. 

Outro destaque são as movimentações que ocorrem no meio campo, com os pontas da equipe atuando bem centralizados, o Rubro-negro propositalmente acumula muitos jogadores no meio-campo, fazendo com que eles trabalhem bem juntos. E para gerar espaço, o Furacão utiliza de movimentações no setor, para atrair a marcação adversária e abrir espaços para conduções ou que outros jogadores ocupem o espaço. 

Vitor Bueno é o homem que normalmente fica na entrelinha, movimentando-se para locais próximos a bola. Junto de Terans, tem sido o jogador mais perigoso da equipe próximo ao gol do adversário neste início de temporada. O retorno de Vitor Roque da seleção sub-20 deve agregar muita profundidade e letalidade ao ataque da equipe. A profundidade no elenco acaba por ser outro trunfo ofensivo da Athletico. Paulo Turra tem vários jogadores de características diferentes e bom nível para poder realizar mudanças de cenário antes e durante as partidas.

COMO SAEM OS GOLS 

Primeiro ponto a se observar, é que o Furacão busca preencher bem a área, colocando normalmente 4 jogadores próximos ao gol adversário. Sempre tendo um dos volantes infiltrando, e estes tem ajudado nos lances de gol, seja com assistências ou finalizando as jogadas. O Rubro Negro tem uma boa jogada pelos lados do campo, vencendo duelos pelo alto para marcar. Também vale o destaque para o envolvimento de David Terans nos gols. O uruguaio é extremamente letal próximo ao gol e participa bastante dos lances decisivos da equipe. 

COMO DEFENDE

O Furacão usa uma pressão em 4-4-2, com os volantes saltando bastante, principalmente para tirar espaço e forçar o erro dos meio campistas adversários. Essa pressão busca induzir os adversários para os lados do campo, para forçar o erro ou a bola longa, onde os zagueiros da equipe tem bom índice de vitória pessoal. 

Caso a marcação alta não funcione, o Rubro-negro se posta em 4-4-2 na defesa, usando uma marcação por encaixes setorizados, buscando pressionar principalmente o portador da bola. O Furacão tem dois gatilhos de pressão: um quando a bola chega nas laterais, fazendo a pressão ficar mais intensa no portador da bola. Outro gatilho é realizado quando os rivais vão recuando a bola, nesse momento a dupla de da primeira linha mostra-se importante, tendo que reagir rapidamente para pressionar os zagueiros adversários e dar tempo da defesa sair do seu campo. Um caso a ficar de olho, é quando os laterais do Athletico são atraídos pelos extremas rivais para zonas mais centrais. Gerando alguns desequilíbrios defensivos devido a falta de coberturas e leituras.

COMO SOFREM OS GOLS

Com apenas 8 gols sofridos na temporada, a defesa do Athletico tem estado em evidência. Porém, vale destacar que em alguns momentos a equipe demonstra dificuldade em conter os rivais quando estes trocam rapidamente o corredor. Deixando a mudança de direção da defesa um pouco lenta e desorganizada.  

BOLAS PARADAS

Adepto a cobranças mais “fechadas” nos escanteios, o Furacão busca preencher bem a pequena área. Tendo dois atletas no momento da batida e com pelo menos mais um infiltrando após a cobrança. Também pode-se notar que a equipe de Paulo Turra costuma deixar um atleta mais próximo a parte lateral da área, em uma zona morta, sem ninguém. Para recuperar a bola, caso a cobrança seja muito longa, ou passe todos atletas, ou para atacar o espaço no lado contrário aparecendo sozinho. 

Nos escanteios defensivos o Furacão busca uma marcação mista. O Rubro-Negro coloca dois atletas fazendo marcação individual nos zagueiros adversários. Enquanto outros cinco ficam distribuídos na marcação da pequena área em zona, enquanto um jogador fica na proteção da primeira trave.


O ex-volante do Manchester City é o termômetro do Furacão. Tendo grande peso na saída de bola da equipe, Fernandinho ativa bastante os laterais ofensivamente. Usando bons passes em profundidade ou invertendo a bola para o lado oposto com muita precisão. Mas não são apenas passes longos, o jogador ajuda muito a ditar o ritmo de seu time com passes curtos, usando as duas pernas. Fernandinho tem boa leitura para encurtar distâncias entre os setores do campo, conseguindo se movimentar para zonas entrelinhas, ou arrastando a marcação para outros locais. Essa capacidade em influenciar no estilo de sua equipe em todas as fases do jogo acaba por fazer do experiente volante o principal jogador do CAP. 

Após algumas especulações quanto sua saída no final do ano, Terans terminou ficando no clube, o que é uma ótima notícia para Paulo Turra. O uruguaio atua como um meia aberto, podendo estar em qualquer um dos lados, mas passa pouco tempo próximo as extremidades. Pelo contrário, está sempre próximo ao meio, em zonas entrelinhas ou avançadas.

Sua condição para jogar 90 minutos causa um pouco de preocupação, sendo um dos motivos para que o jogador passasse parte da temporada passada saindo do banco de reservas. Terans destaca-se pela qualidade em criar jogadas para si ou para os companheiros, sendo um bom finalizador a meia distância e um bom criador de jogadas.

Principal arma ofensiva do Furacão na última temporada, o centroavante começou 2023 em grande estilo, mas não pela equipe paranaense. O jovem foi destaque da seleção pelo Sul-americano sub-20, o que ajudou na sua convocação para a seleção brasileira principal. Roque destaca-se principalmente pelo caráter competitivo. O fato de não se abalar com as adversidades do jogo e com seus erros, seguir tentando mesmo em jogos de alto nível. Vitor é um atleta de muita força também, usando bem esse quesito para conseguir girar sobre os defensores. Sua capacidade de absorver contato em velocidade é boa. E tem qualidade na finalização. Contudo, precisa melhorar seu primeiro toque, em alguns momentos o jovem acaba por dar muitos toques para resolver uma jogada. 


Você pode assistir a análise em vídeo, aqui:

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