Guia Tático do Brasileirão 2023 | Cruzeiro de Pepa

Com a saída de Pezzolano, o Cruzeiro buscou o português Pepa para comandar a equipe na temporada

Com a saída surpreendente de Paulo Pezzolano ao final do Campeonato Mineiro — pelo menos por parte da torcida e imprensa —, o Cruzeiro já estava monitorando o português Pepa e oficializou sua chegada para disputa da temporada. Em sua primeira aventura no país, o técnico teve seu primeiro jogo (amistoso) contra o Red Bull Bragantino e traçamos alguns paralelos do que apresentou em outras equipes de Portugal e Arábia.

ESQUEMA DE JOGO

Adepto do 4-1-4-1 e 4-3-3, o português gosta de times que, mesmo realizando uma saída mais curta desde a defesa, vão atacar de forma mais direta e rápida para pegar as costas da defesa adversária desprevenida.

Além do mais, uma marcante frase que sempre leva para os seus times: “perdeu, reage!”. As equipes de Pepa buscam pressionar o adversário logo após o momento da perda e, mais que isso, quando está sem fase defensiva, pressionar forte sempre o setor da bola — independente do bloco médio ou alto.

SAÍDA DE BOLA

Em sua primeira partida como treinador, foi possível perceber o Cruzeiro realizando uma saída mais sustentada com os defensores auxiliados por Richard em 4+1 e tentando buscar o passe diretamente para o pivô de Gilberto ou inversões mais longas aos pontas (Wesley e Nikão).

Dentro dessa ideia, olho em Richard que iniciou como titular na posição de 5. Esse jogador precisa ter a capacidade de receber o passe de costas e, de primeira, tocar para o zagueiro de frente ou girar em cima do marcador e conduzir a bola.

CONSTRUÇÃO E GOLS

No momento de construção, a equipe busca muita profundidade com os laterais chegando na linha de fundo para receber o passe e triangulações com volante-ponta-lateral sempre muito próximos para criar linhas de passe.

Além disso, já foi possível perceber um time com foco nos pontas ou jogadas de 1 contra 1 pelos lados em duas ocasiões: construindo por um lado e invertendo a bola rapidamente para o lao oposto e criando uma situação de gol; ou então, desde a defesa, com os zagueiros lançando o ponta para chegar ao ataque rapidamente.

Neste primeiro momento, Gilberto acabou sendo utilizado de duas formas. A primeira foi como pivô, recebendo passe de costas para marcação e se conectando com Mateus Vital ou Ramiro no setor central e a equipe construindo. Na outra, se movimentando com arrancadas por trás da defesa adversária e recebendo o passe para finalizar.

FASE DEFENSIVA

Num primeiro momento, a equipe defendeu em bloco médio (4-1-4-1) com o ponta subindo a pressão em cima do lateral e tentando induzir ao erro/chutão. A pressão deve tentar ser intensa no setor de meio-campo, impedindo trocas de passe naquela região; enquanto a linha defensiva vai seguir atuando adiantada — e precisará de cuidados, já que sofreu contra o RB neste primeiro momento.

Gilberto deve ser o centro do ataque cruzeirense. Com bom físico para sustentar duelos de costa, pressionar o adversário ou jogar em transições, o camisa 9 já tem sido importante ao time desde o início da temporada com Pezzolano.

Num modelo que tende a ser mais direto e vertical, deve se aproveitar. Sua capacidade de finalizar em situações desfavoráveis e o costume a pressão podem ajudar Gilberto a ser importante também.

Atuando no centro do campo, Ian Luccas já causou boas impressões com sua capacidade de desarmes para auxiliar na fase defensiva e presença área a área do campo. Com um modelo que deve priorizar a pressão no setor da bola de maneira constante e meio-campistas com boa capacidade para passes verticais, Ian Luccas pode ganhar minutos com Pepa e desenvolver ainda mais na temporada.


Você pode assistir a análise completa, aqui:

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