Guia Tático do Brasileirão 2023 | Fluminense de Fernando Diniz

Será que Diniz conseguirá seu primeiro título pelo Fluminense? Diretoria trouxe reforços que dão mais força coletiva, mas resta saber se irão manter o ritmo intenso até o fim da competição.

Após a terceira colocação na edição passada, o Fluminense quer ir além nesta temporada. Com um elenco recheado de jogadores experientes e vitoriosos, como os recém-chegados Keno e Marcelo, querem o topo e comandados por Fernando Diniz entendem que são capazes de superar as expectativas mais uma vez.

ESQUEMA DE JOGO

Adepto dos esquemas 4-2-3-1 ou 4-4-2, o Fluminense de Fernando Diniz procura envolver a marcação para gerar espaços e dar aos atacantes liberdade para progredir nas costas da linha de defesa. Conseguem atrair marcações para um setor com superioridade numérica e saem dessa pressão com facilidade. Não é uma equipe tão vertical e focada na profundidade, mas sabe espetar entre as linhas com a intenção de acelerar as investidas ofensivas.

SAÍDA DE BOLA

A equipe opta por controlar a posse da bola e utilizar vários jogadores em um único setor para dar opções. Com passes curtos e aproximação dos volantes, constroem desde a base da jogada trocando passes e se movimentando para envolver a marcação até sair da pressão. André e Martinelli são peças fundamentais neste esquema de jogo e dão dinâmica para fazer a bola circular por todas as partes do campo. Além da dupla formada em Xerém, Ganso também dita o ritmo na faixa central jogando de costas para a marcação e girando com a classe já vista em outras ocasiões. Um verdadeiro maestro que sabe compensar a falta de intensidade com movimentos e posicionamentos inteligentes.

Ao se desvencilhar da marcação, conseguem progredir pelo lado oposto com homens livres para atacar os espaços cedidos pela pressão ineficiente do adversário. Chegando no último terço com três ou quatro jogadores se movimentando constantemente, acionam a referência no ataque, Germán Cano, que se movimenta nas costas do zagueiro com rapidez e a letalidade já conhecida para finalizar com poucos toques na bola.

CONSTRUÇÃO E GOLS

Ocupando o setor ofensivo com praticamente todos os jogadores após a linha que divide o campo, preenchem os espaços e trocam passes até romper algum bloco defensivo com os laterais avançando tanto por dentro quanto por fora. Os atacantes pelas beiradas se adiantam ainda mais para receber alguma bola mais rápida e levar até o atacante posicionado entre os zagueiros. Superioridade é a chave da equipe para superar defesas com balanços até o momento da definição.

Outra opção fortemente utilizada é a bola longa para espaços que possibilitam a corrida dos homens de lado. Fazem os lançamentos ou inversões para atrair jogadores no lado oposto com liberdade. Geralmente Cano se posiciona na segunda trave para atacar a bola em condições de ajeitar o corpo e fazer a finalização corretamente. Arias também sabe aproveitar esses espaços nas costas da marcação e faz do lado direito do Fluminense uma forte arma para gerar gols.

FASE DEFENSIVA E PRESSÃO NA SAÍDA DA BOLA

Quando a equipe sobe a marcação, utilizam o 4-1-3-2 para colocar mais jogadores entre a linha da bola e dificultar a saída do adversário. Em bloco médio optam pelo 4-4-2 com as linhas bem sustentadas. Quanto mais o adversário recua, sobem as linhas e conseguem a recuperação em campo mais adiantado para aproveitar a retomada da posse em velocidade.

O Flu pressiona o adversário fazendo marcação individual com seus jogadores da frente e um bloco alto para encurtar os espaços. Caso recupere ou arraste a primeira linha adversária para trás, os induzindo ao erro, coloca mais atletas no campo ofensivo para concretizar a roubada de bola e tentar o gol. Estilo que se tornou marca de Fernando Diniz, e que exige dos jogadores intensidade e continuidade nas ações defensivas.

BOLAS PARADAS

Os cantos ofensivos em sua maioria são batidos entre a primeira trave e a marca do pênalti. Buscam um desvio para quem vem de trás e pegam a defesa ainda desarrumada. São raras as ocasiões em que lançam a bola no segundo corredor para buscar uma ação direta. Portanto, colocam velocidade na cobrança para reduzir as chances da defesa fazer o corte.

Defendendo os cantos de forma mista, os jogadores de maior alcance aéreo marcam em zona, enquanto os companheiros que fazem melhor o controle dos espaços pelo chão impedem a corrida dos adversários dentro da área.

Muito do sucesso ofensivo da equipe passa pela regularidade de John Arias pelo lado direito. Extremamente agressivo e inteligente nas movimentações para gerar linha de passe e sobrecarregar a marcação com o intuito de dar liberdade a Germán Cano, o colombiano terminou a última temporada em alta e já iniciou 2023 da mesma forma. Infiltrando em velocidade nas costas da marcação, recebe a bola e tem bom controle para progredir. Chega com perigo à linha de fundo e toma decisões conscientes no momento de passar. Graças às movimentações certeiras dos atacantes, o camisa 21 sabe como gerar apoio pelos lados. Em uma equipe que gosta de pressionar e aproveitar as fragilidades do adversário nas transições, Arias é mais que fundamental.

Germán Cano é a perfeita definição de goleador. Aproveita as oportunidades como poucos e não precisa de tantos toques na bola para balançar as redes. Seu ótimo posicionamento dentro da área possibilita a finalização com perigo e a fase iluminada que já dura boas temporadas segue firme. Já são 14 gols em 12 jogos e muita contribuição ofensiva também sem a bola. O argentino jogando longe da área acelera arrasta marcações gerando espaço para outros companheiros infiltrarem. A mobilidade para ser atuante no último terço do campo faz muita diferença no modelo de jogo do técnico Fernando Diniz.

Alexsander conquistou seu espaço na equipe e vem correspondendo. O jovem canhoto e habilidoso pode cumprir com enorme eficiência a função de volante ou a de lateral esquerdo. Porém, é na lateral que vem chamando a responsabilidade e mostrando seu potencial ofensivo. Com a inversão nos corredores e velocidade no ataque pelas costas da defesa, o novo camisa 5 tricolor aproveita seus predicados técnicos para concretizar as jogadas. É um perfil que encaixa perfeitamente no sistema de Diniz pela qualidade no passe, visão de jogo e personalidade para atuar sob pressão.


Você pode assistir a análise completa em vídeo, aqui:

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