O crescimento de Andrey Santos no Strasbourg

Após viver um 2023 complicado, o volante brasileiro reencontrou o bom futebol na França.

Após ficar muito tempo sem atuar no Nottingham Forest, Andrey Santos passou por um novo empréstimo pelo Chelsea, indo até a França para atuar no Strasbourg. E foi na Ligue 1 que o brasileiro reencontrou o bom futebol, sendo um dos principais jogadores sub-23 da competição. Sua regularidade na equipe francesa deixa muitas expectativas quanto a sua minutagem e próxima equipe. 

O Strasbourg atua em 5-4-1 ou 4-1-4-1 e o posicionamento de Andrey varia de acordo com a forma que a equipe se posta. Com linha de cinco, joga em dupla por dentro. Mas no outro contexto, Andrey pode se tornar o primeiro volante, sendo o termômetro defensivo da equipe ou atuar mais a frente na segunda linha de meio-campistas. 

Gráfico: Footure PRO

A equipe francesa não costuma ter um controle nas partidas através da posse, tendo uma média de 47.3% na posse de bola por partida. Além disso, não foi um time especialista em pressão, sendo o quinto da Ligue 1 que mais permite passes para ação defensiva tomada (PPDA), deixando boa parte do destaque de Andrey para suas ações sem a bola. O brasileiro demonstra boa disciplina ao defender em zona, ocupando bem os espaços no meio-campo e sem saltar para pressionar e realizar encaixes aleatoriamente, controlando bem seu ritmo defensivo dentro de campo. 

Posicionando-se a frente da defesa em contextos que necessite sua utilização como primeiro volante, Andrey se fixa à frente da linha defensiva e busca cortar as opções de passe entrelinha. 

Além da sua disciplina tática, o jovem demonstra boas valências individuais na defesa. Tendo uma boa observação dos espaços ao redor, Andrey consegue tomar decisões rápidas para pressionar o portador da bola ou realizar interceptações, com um bom tempo de bola para ter êxito nesse tipo de jogada. Além disso, é bem consistente em duelos – tendo um aproveitamento de 60%, com uma média de sete disputados. Tem boa capacidade em desarmes contra dribles curtos e usando as duas pernas para utilizar os movimentos. 

Quando o Strasbourg sai para o jogo, o brasileiro participa ativamente. A equipe utiliza saídas em 3+2, com o volante se posicionando à frente do trio de zaga. Andrey usa seu bom giro de pescoço para já tomar algumas decisões rápidas. Além disso, costuma ter um bom controle orientado, optando por normalmente receber a bola com o pé mais afastado ao corpo e conseguindo, assim, ser um jogador que reage bem ao ser pressionado. 

O jovem é muito importante para fazer o jogo do Strasbourg funcionar ofensivamente, sendo um dos jogadores que mais toca na bola nos poucos momentos que a equipe tem a posse, com uma média de 48.62 passes por jogo (90,7% de aproveitamento), 12,91 destes passes para a frente. Consegue acelerar bem as jogadas com passes para a frente, achando principalmente o centroavante em zonas de entrelinha. 

Gráfico: Footure PRO

Porém, Andrey tenta muitos passes de segurança para o lado, em muitos momentos não arriscando o passe progressivo, somado a falta de confiança em utilizar seu pé não dominante. Além disso, demonstra não ter predisposição para passes longos. Por vezes perde algumas oportunidades de girar rápido o corredor da jogada devido a isso, fazendo com que a equipe demore um pouco mais para conseguir vantagem em campo rival. 

Apesar de ter alguns pontos claros para evoluir, além de já ter demonstrado boa qualidade na parte ofensiva, Andrey vem tendo um ótimo 2024. Mostra um bom crescimento defensivo, alcançado uma solidez nas suas atuações. E traz consigo, inclusive, uma dúvida quanto ao posicionamento do jogador no futuro. Se será um volante mais “camisa 8”, com boa influência e chegada no ataque, ou se manterá esse crescimento se tornando um primeiro volante, dando consistência e equilíbrio defensivo em seus clubes. 

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