O estilo de Pedro Caixinha, conheça o novo técnico do Bragantino

Após a saída de Maurício Barbieri, o Bragantino fechou com o português Pedro Caixinha, que possui algumas ideias diferentes do antigo comandante.

Após três temporadas com Maurício Barbieri no comando, o Red Bull Bragantino decidiu encerrar o vínculo com o treinador brasileiro ao término do último campeonato brasileiro. Para substituí-lo, a equipe de Bragança escolheu o português Pedro Caixinha. Aos 52 anos, o técnico tem como melhor trabalho recente o Cruz Azul, onde terminou conquistando a Liga MX em 19. Porém, o que se pode esperar de Caixinha no Bragantino? 

Primeiro ponto a comentar são as diferenças para Maurício Barbieri. Enquanto com o brasileiro, o Bragantino tinha uma das equipes mais agressivas do país em pressão — sendo a quarta com o melhor PPDA do último brasileiro, com Caixinha deve ser um pouco diferente. Com uma marcação mais conservadora e tentando chegar ao gol adversário com mais velocidade, ao invés de ter posses um pouco mais longas.

Em fase defensiva, o Talleres usava uma defesa em 4-4-2. A equipe se comportava em um bloco a média altura bem compacto. Tentando afastar os rivais o máximo possível de seu gol, a equipe possuia gatilhos para pressionar e fechar sempre o portador da bola, essa pressão sempre é realizada pelo jogador mais próximo do setor em que a bola se encontra. Esses gatilhos são realizados durante todo o jogo, gerando um desgaste físico, algo que vale ser destacado principalmente em uma temporada tão desgastante em número de jogos como a brasileira. 

Defesa em 4-4-2, preocupada em fechar o espaço pelo meio

Apesar disso, o Talleres foi o último colocado do campeonato no quesito duelos defensivos, com apenas 61.96 duelos por jogo. A defesa da equipe consistia muito mais em fechar espaços e obrigar lançamentos e jogo direto dos adversários para vencer situações de primeira e segunda bola. Com o sexto melhor aproveitamento em duelos aéreos da competição, a estratégia se fazia valer bastante pela capacidade aérea de seus zagueiros. Muitos desses lançamentos aconteciam após os rivais irem recuando devido a pressão no portador da bola do Talleres, fazendo com que a equipe do português subisse mais a marcação, fechando as linhas de passe e obrigando o passe longo vantajoso para o time de Córdova. 

Indo para uma das fases mais importante do Bragantino nos últimos anos, a pressão do Talleres consistia muito em tirar a construção por dentro dos adversários. Com encaixes na dupla de volantes do rival — ou no camisa 5 se for o caso de não ter uma dupla, a ideia é tirar a saída pelo meio e conduzi-los para as laterais do gramado. A partir desse momento, a equipe de Caixinha fechava as linhas de passe e pressionava o portador da bola obrigando o passe longo. 

Em fase ofensiva o Albiazul buscava chegar rapidamente ao gol adversário, com a bola passando pouco pelo meio campo. Inicialmente o Talleres parte em uma saída em 4+2, com os 4 defensores e a dupla de volantes no campo de defesa. A ideia é atrair o adversário e usar os espaços gerados nas costas da defesa, ou no lado oposto. Para isso, a dupla de volantes é parte vital desse processo, necessitando de atletas com boa capacidade em passe longo e facilidade para inverter os corredores do campo com velocidade. O Talleres inclusive foi a terceira equipe com mais tentativas de bolas longas por jogo no campeonato argentino, com 53.36 tentativas por jogo. 

Disposta no campo de ataque El Matador tentava colocar muitos atletas na área adversária, buscando ter igualdade numérica com a última linha dos rivais. As tentativas de acelerar rapidamente os lances tinham como intuito também deixar seus atacantes em boas condições em situações de 1×1 – sétimo melhor aproveitamento na competição nesse tipo de situação. Ou buscando passes no costado da zaga rival, acionando principalmente Santos ou Valoyes.

Devido aos conceitos de seu treinador, é importante pontuar que o Bragantino precisará de bastante força física no ataque, que aguentem e sustentem bem o contato. Além disso, a preparação física do RB precisará ser bem dosada, para conseguir aguentar toda a temporada sem lesões. Caixinha e Barbieri possuem diferenças na forma que tentam controlar seus adversários, essa ruptura pode causar estranheza no início, mas pode ser positiva no andamento da temporada do clube.


Quer conhecer mais o técnico Pedro Caixinha? Ouça o The Pitch Invaders #171 com o português, clicando aqui.

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