Guia do Brasileirão 2021 | Como joga o São Paulo de Hernan Crespo

Em parceria com as redes sociais oficiais do Brasileirão, lançamos o Guia do Campeonato Brasileiro 2021. No décimo nono dia, vamos conhecer o São Paulo de Hernan Crespo

Depois de brigar pelo título do Brasileirão 2020, ter uma queda na reta final e demitir Fernando Diniz, o São Paulo foi atrás de Hernan Crespo para comandar a equipe. O argentino chega com a responsabilidade de fazer a equipe dar um salto ainda maior, seguir na briga pelo título nacional e, claro, pela Libertadores da América. Para isso, ganhou reforços como Miranda, Orejuela, Benítez, Éder e Rigoni.

A CONSTRUÇÃO DO SÃO PAULO

Desde o período de Fernando Diniz, o São Paulo já buscava uma saída desde a defesa. Para isso, conta com Tiago Volpi sendo o “primeiro passe” do time e, então, tudo vai depender de como o adversário marca. Se não tiver muita pressão, uma saída de 3+1 com os zagueiros e primeiro volante (Luan) da equipe e os alas já tomando posições mais adiantadas do campo. Se o adversário marcar pressão, Tiago Volpi se torna mais um jogador para receber o passe, os alas ficam próximos e os volantes (Luan e Liziero) se aproximam para fazer uma saída um pouco mais sustentada.

Entretanto, Crespo não é um treinador que pede para a equipe tocar curto a qualquer custo. Se está mais difícil sair jogando por baixo, é possível observar o São Paulo tentando passes mais longos para as pontas, na velocidade para os alas ou então direto para o jogador mais adiantado tentar fazer o pivô e gerar uma apoio para equipe…

COMO ATACA O SÃO PAULO

Desde a saída de bola, precisamos destacar o zagueiro Leo. Canhoto, ele tem realizado boas conduções no setor e conseguido conectar bem com Reinaldo no lado esquerdo. Como a equipe atua no 3-4-1-2/3-4-2-1, vemos muita força pelos dois lados para aproveitar as características de seus jogadores de lado. Reinaldo chega muito ao fundo e, também, faz entradas em diagonal para finalizar. No lado direito, Daniel Alves, antes da lesão, ganhou sequência na posição e tem sido completo: chega ao fundo, mas também se aproxima por dentro para gerar superioridade no setor direito. Os alas, no terço final, sempre fecham dentro da área quando a bola está do lado oposto.

No meio, temos algumas movimentações importantes. Luan fica mais recuado para aproveitar os rebotes ofensivos e ser um passe de retorno da equipe e para proteger as conduções de bola de Leo pela esquerda. Liziero tem se movimentado entre a base da jogada e a entrelinha para gerar jogo e ajudar na circulação de bola. À frente, temos Benítez — e que foi adiantado ao ataque após as lesões de Luciano e Éder —, mas que tem total liberdade para circular nos dois lados, ficar mais aberto, estar na entrelinha e finalizar de fora da área para criar oportunidades.

A chegada de Rigoni trás a dúvida de onde será utilizado o jogador: como um meia de chegada ou atacante se movimentado com ainda mais liberdade pela facilidade de usar as duas pernas para passar e finalizar.

No ataque, Luciano e Pablo devem ser a dupla e aqui entra uma questão importante. Como os alas dão muita profundidade, isso abre espaço para os dois se movimentarem nos espaços e gerarem apoios aos meias. De qualquer forma, a incumbência de estar mais adiantado é de Pablo, que tem sido muito utilizado para criar linhas de passe; enquanto Luciano se movimenta bastante com o meia — e por isso o esquema pode ser dito como um 3-4-2-1 em alguns momentos.

COMO DEFENDE O SÃO PAULO

O São Paulo pressiona o adversário muito forte desde o tiro de meta com marcações por encaixes. Os atacantes nos zagueiros, alas nos laterais, o meia marcando o primeiro volante e assim por diante. Inclusive, em alguns momentos é possível perceber algumas perseguições mais longas até mesmo dos zagueiros. Entretanto, quando isso acontece, um dos zagueiros sai na “caça”, a defesa fecha com quatro jogadores e os alas retornando para não abrir muitos espaços.

BOLAS PARADAS

Bolas Laterais Ofensivas: na maioria das vezes, busca cruzamentos para a segunda trave com seus melhores cabeceadores, mas ficar de olho nas cobranças diretas de Reinaldo.

Escanteios Ofensivos: os cruzamentos são sempre muito fechados, independente de buscarem a primeira ou segunda trave. Benitez (esquerda) e Reinaldo (direita) são os cobradores e a força aérea conta com Miranda, Arboleda, Pablo, Leo e Luan — este um pouco mais recuado na grande área.

Escanteios Defensivos: marcações predominantemente individuais da equipe de Crespo. No máximo, dois jogadores na zona da primeira trave para proteger algum cruzamento mais fechado, no mais, individual.

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