Guia do Brasileirão 2021 | Como pode jogar o Fortaleza com Juan Pablo Vojvoda
Em parceria com as redes sociais oficiais do Brasileirão, lançamos o Guia do Campeonato Brasileiro 2021. No décimo segundo dia, vamos tentar entender como Vojvoda pode escalar o Fortaleza
Desde a saída de Rogério Ceni, o Fortaleza busca o seu caminho na Série A do Brasileirão. Tentou com Marcelo Chamusca, antecessor de Rogério, depois com Enderson Moreira e, agora, foi atrás do argentino Juan Pablo Vojvoda. A mensagem do presidente Marcelo Paz é a busca por um treinador que busque propor mais jogo e esta pode ser a tendência. Com poucos jogos no comando da equipe, a análise de hoje se baseará também em trabalhos passados e o que poderá ser utilizado no Leão do Pici.
Por questões do pouco tempo de trabalho, decidimos por colocar no campo apenas aqueles que, neste primeiro momento, e aparentemente, serão titulares desde o início com Vojvoda. O próprio treinador ressaltou precisar de um mês para observar bem todo grupo.
A CONSTRUÇÃO DE JOGO DO FORTALEZA
O técnico argentino é bastante adaptativo e já teve equipes atuando em linha de 4, linha de 3 ou linha de 5. Em seus primeiros dois jogos (Crato e Ceará) apostou uma linha com quatro defensores — modelo que já estavam acostumados os jogadores do elenco. Suas equipes se notabilizaram por sair jogando desde os zagueiros para chegar ao ataque.
Desta forma, devemos ter os zagueiros (Quintero, Titi, Benevenuto, Wanderson) conduzindo a bola e, dependendo do volante a frente deles, podemos ter uma diferença. Com Ederson, foi possível observar que os laterais permaneciam mais numa saída com a linha mais fixa e Gustavo Blanco se aproximando para gerar mais linhas de passe. Em caso de Felipe jogando como 5, o jogador baixou mais entre os zagueiros, buscou mais inversões e liberou um pouco mais os laterais.
Na frente, é preciso destacar que Vojvoda gosta de um centroavante atuando de costas, fazendo pivô e sendo uma opção de passe mais longo por dentro. Wellington Paulista seguirá sendo peça importante e vamos falar sobre isso mais a frente.
COMO PODE ATACAR O FORTALEZA
Já falamos sobre essa saída mais segura e, nos primeiros dois jogos, algumas coisas possíveis de observar foram os movimentos dos internos (o time atuou no 4-3-3) com os laterais e pontas. Os internos (Jussa, Matheus Vargas, Luiz Henrique, Gustavo Blanco) faziam bastante o movimento de dentro pra fora atacando o espaço entre lateral e zagueiro adversário para chegar ao fundo, enquanto os laterais (Daniel Guedes/Tinga e Carlinhos/Bruno Melo) ficavam mais na base da jogada e os extremas tinha diferentes funções: Osvaldo/Robson tentam a vitória pessoal mais abertos, enquanto Lucas Crispim/David, por serem destros na esquerda, buscavam o centro.
De qualquer forma, quando a bola estava na direita, o extremo daquele setor entrava na área para acompanhar Wellington Paulista e ter mais um jogador dentro da área; o mesmo ocorria quando a bola estava na esquerda. Uma das ideias de Vojvoda é ter muitos jogadores dentro da área quando ataca.
O centroavante é uma peça importante no modelo. Como dito na fase de construção, o mesmo serve para a fase ofensiva. Wellington Paulista será bastante exigido neste jogo de apoio aos extremos e internos. Estará sempre gerando uma linha de passe com pivô para abrir o jogo para os lados do campo e dar prosseguimento aos ataques. Ele será o “jogador terminal” para finalizar as jogadas dentro da área, algo que o jogador também já estava acostumado a fazer.
COMO PODE DEFENDER O FORTALEZA
A tendência é de um time que busque pressionar o adversário logo após perder a bola para obrigá-lo a dar um chutão e então recomeçar a fase defensiva. São poucos jogos para observar mais gatilhos defensivos. Dentro do que acompanhamos em outras equipes, tende a fechar todos os espaços de quem estiver com a bola. Se ela for para o lado esquerdo, por exemplo, veremos os jogadores do setor (lateral, interno e extremo) e mais o centroavante tentando fechar a zona.
Quando o adversário passar da linha da bola, poderá se defender no 4-1-4-1 com os extremas retornando bastante para fechar os lados e, sempre que algum jogador tentar buscar o centro do campo, vai receber uma pressão mais forte para recuar a bola.
BOLAS PARADAS
Bolas Laterais Ofensivas: no Union La Calera, foi possível observar algumas jogadas mais ensaiadas com toques curtos para depois o cruzamento na segunda trave; senão, a lógica segue com 2 jogadores mais ao centro e dois na segunda trave para aproveitar os cruzamentos.
Escanteios Ofensivos: quando os escanteios eram cobrados mais fechados, sempre 3 jogadores próximos da primeira trave para já se antecipar ao marcador; quando mais abertos, mais jogadores na segunda trave com pelo menos um no primeiro pau para dar a casquinha.
Escanteios Defensivos: uma marcação mais individual do que mista, mas com dois a três jogadores em um setor específico (1 na primeira trave e 2 por dentro). Resta observar se fará o mesmo no Fortaleza.
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