Guia do Brasileirão 2021 | Como joga o Fluminense de Roger Machado

O Fluminense fez uma campanha acima da média no Brasileirão 2020 e mesmo com a saída de Odair Hellmann na reta final, Marcão conseguiu manter o trabalho em ótimo nível. Em 2021, a aposta foi com Roger Machado para dirigir o Tricolor Carioca na Libertadores, Brasileirão, Copa do Brasil e no Carioca, onde (quando escrevemos esse texto) a equipe é finalista.

A CONSTRUÇÃO DO FLUMINENSE

Para construir jogo, a equipe de Roger Machado se baseia no nível de pressão do adversário. Quando o rival não marca forte a saída de bola, temos uma equipe buscando o jogo curto numa saída mais sustentada e de aproximação entre defesa e os volantes. As condução de Nino são importantes nesse sentido para levar a equipe para o ataque.

Quando enfrenta uma marcação pressão mais forte, o volante Martinelli recua entre os zagueiros e faz uma saída de 3 para dar liberdade aos laterais e criar superioridade no setor. Ainda assim, é possível observar aproximação de Yago Felipe e Nenê por dentro para conseguir em toques mais curtos sair da marcação.

COMO ATACA O FLUMINENSE

Depois de sair jogando, a fase ofensiva do Fluminense tem foco nos jogadores mais adiantados: Nenê e Fred. O armador da equipe busca a bola na defesa — e quando faz este movimento, Yago Felipe adianta para ocupar aquele espaço —, vai (mais) para o lado esquerdo onde tabela com Luiz Henrique e Egídio e tenta criar jogo para Fred.

O centroavante, por sinal, que vive bom momento e é o centro da equipe. Recebendo jogo direto do goleiro para fazer o pivô ou ganhar a primeira bola ou recebendo o último passe para apenas dominar e finalizar. Tem sido assim principalmente na Libertadores da América.

Dito isso, é preciso falar sobre a dinâmica do jogo pelos lados do campo. Roger Machado se preocupa sempre em ter um jogador mais aberto e outro no meio espaço (lateral e zagueiro) para criar suas oportunidades. Na direita, Calegaria sempre busca a linha de fundo e ataca em velocidade porque o jovem Kayky quando tem a bola, por ser canhoto, sempre busca conduzi-la por dentro com dribles, passes e finalizações pro gol adversário.

Do outro lado, há uma variação maior. Como o outro garoto, Luiz Henrique, é canhoto, ele também fica em alguns momentos mais aberto para buscar a vitória pessoal no 1×1 e cruzar para área; enquanto Egídio busca esse meio-espaço para também chegar em velocidade contra a última linha rival.

COMO DEFENDE O FLUMINENSE

Se defendendo, o técnico Roger Machado busca algumas formas de não desgatar Nenê e Fred. Por isso, o Fluminense tem uma linha média/baixa de marcação e estes dois jogadores vão cercando o adversário e induzindo-os para o lado do campo, onde ocorre uma maior pressão.

No sistema defensivo, de maneira geral, os dois zagueiros (Luccas Claro e Nino) tem sido fundamentais para defender as bolas pelo alto ou por baixo com rebatidas — e também é por isso que o Tricolor Carioca tentar induzir o adversário para o lado do campo e fazer com que ele tenha mais dificuldades para achar os espaços dentro da área com cruzamentos.

BOLAS PARADAS

Bola Lateral Ofensiva: o Fluminense tenta utilizar ao máximo seus principais cabeceadores e, por isso, em vários momentos as faltas (mesmo distantes da área) tem lançamentos. Geralmente, uma jogada ensaiada com a bola para Nino mais aberto e ele dando um toque de cabeça para pequena área. No mais, nas cobranças laterais, busca sempre pelos zagueiros e Fred na pequena área.

Escanteio Ofensivo: nos escanteios, a lógica segue a mesma com o trio (Luccas, Nino e Fred) buscando o centro da área e sua imposição, Kayky ou Luiz Henrique na segunda trave para aproveitar um rebote e um jogador na primeira trave para algum desvio.

Escanteio Defensivo: marcações por zona com, no máximo, dois jogadores individual. Egídio e Fred na primeira trave, Nino e Luccas Claro defendendo a área e mais atrás outros dois jogadores dependendo do adversário.