Guia do Brasileirão 2021 | Como joga o Corinthians de Vagner Mancini
Em parceria com as redes sociais oficiais do Brasileirão, lançamos o Guia do Campeonato Brasileiro 2021. No oitavo dia, vamos conhecer o Corinthians de Vagner Mancini
Depois de um Campeonato Brasileiro 2020 abaixo da média e período turbulento no início da temporada 2021, o técnico Vagner Mancini alterou o esquema do Corinthians e parece encontrar um caminho em meio ao caos vivido nas últimas semanas. Os jovens ganharam mais espaço na defesa, Luan se reencontrou no meio e Cauê segue ganhando vaga na frente. Agora, expectativa nas competições que está disputando como Paulistão e Sul-Americana e a preparação final para o início do Brasileirão 2021.
A CONSTRUÇÃO DO CORINTHIANS
Com a mudança para os três zagueiros, a principal alteração na saída de bola é que nenhum dos volantes mais baixa entre os defensores para auxiliar. Jemerson fica mais centralizado, enquanto João Victor (direita) e Raúl (esquerda) estão buscando carregar mais a bola para o ataque, buscar alguns passes por dentro. Além disso, com a mudança de sistema, liberdade para Fágner e Piton subirem para a linha de meio-campo quase como atacantes.
O posicionamento dos volantes (Cantillo, Gabriel, Ramiro) é numa segunda linha — mais próximo aos alas — variando que recua um pouco para receber o passe dos zagueiros. Nesse ponto, é preciso ressaltar as inversões principalmente para o lado direita com Fágner ou então o passe para Cauê, o centroavante que busca recepcionar os passes mais longos por dentro com alguns apoios.
COMO ATACA O CORINTHIANS
Já falamos sobre a mudança de posicionamento dos alas na construção, agora é preciso ressaltar como esta mudança beneficia o Corinthians em fase ofensiva. Fágner e Lucas Pitón são dois jogadores ótimos no apoio e, quando estão já numa linha mais avançada, se desgastando menos tendo que arrancar para receber o passe nesta situação. Ou seja, com a bola, ambos são praticamente pontas. Dentro desta dinâmica, quando a bola está no lado direito (Fágner), o ala da esquerda (Pitón) fecha um pouco mais para aproveitar, inclusive, os cruzamentos. Se estiver do lado inverso, a mesma coisa ocorre.
Um dos maiores beneficiados na troca de sistema foi Luan, o jogador agora tem mais liberdade na zona de entrelinha e companheiros próximos para tabelar e gerar superioridade. Apesar de atuar um pouco mais centralizado, o camisa 7 tem buscado muito o lado direito para criar jogadas com Fágner ou então busca a esquerda para estar próximo de Otero.
No mais, seguiu entrando bastante na área para criação de oportunidades e, neste momento da temporada, Vagner Mancini parece estar conseguindo tirar o melhor rendimento do jogador que estava sendo muito criticado.
Ainda neste modelo, é preciso ressaltar que Cauê busca sempre os apoios — assim como Jô, quando titular — e se movimenta bastante para ser o finalizador das jogadas. Ainda muito jovem, vive uma fase de transição e adaptação ao profissional e aos poucos vai melhorando seu rendimento. Com mais mobilidade que Jô, nesta fase, está sendo importante para pressionar os rivais sem a bola.
COMO DEFENDE O CORINTHIANS
A fase defensiva tem chamado atenção. O Corinthians não busca sufocar os rivais a todo instante, mas começa a pressionar quando eles tentam passar da linha divisória do gramado — até por não ter jogadores de frente com tanta capacidade física para tal. Cauê, Otero e Luan buscam sempre induzir os adversários ao erro, enquanto Ramiro e Gabriel/Cantillo, por exemplo, sim, pressionam mais os adversários por dentro.
Pelos lados do campo, é interessante observar que os alas podem marcar numa linha mais adiantada e não apenas em 5-4-1. Lucas Pitón e, principalmente, Fágner, não deixam os pontas adversários respirarem chegando forte no setor, com os zagueiros fazendo a cobertura em alguns momentos. Uma variação que foi possível observar é a de João Victor virar um lateral direito e Fagner defender como se fosse uma segunda linha, como você pode ver no vídeo.
BOLAS PARADAS
Bolas Laterais Ofensivas: geralmente, a equipe de Mancini busca a segunda trave com bolas mais longas nestas faltas laterais cobradas por Fágner (ou Otero). Luan está sempre pronto para rebote na entrada da área ou até mesmo na segunda trave.
Escanteios Ofensivos: uma das forças da equipe com um jogador buscando sempre a primeira trave para dar a “casquinha” e os jogadores na segunda trave (Jô/Cauê, por exempo) tirarem vantagem e marcar. A equipe acumula mais jogadores por dentro se aproveitando a força ofensiva dos zagueiros e imposição.
Escanteios Defensivos: a equipe de Vagner Mancini tem uma marcação mista nas bolas paradas. São, geralmente cinco jogadores, na linha da pequena área (1 na primeira trave, 2 por dentro e 2 na segunda trave). O que pode variar são os jogadores marcando individualmente. Geralmente são de dois a três jogadores com os principais cabeceadores da equipe rival.
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