Guia do Brasileirão 2021 | Como joga o Inter de Miguel Ángel Ramírez

Em parceria com as redes sociais oficiais do Brasileirão, lançamos o Guia do Campeonato Brasileiro 2021. No décimo quarto dia, vamos conhecer o Internacional de Miguel Ángel Ramírez

Odair Hellmann, Eduardo Coudet, Abel Braga e Miguel Ángel Ramírez. Quatro treinadores com estilos diferentes e todos com o mesmo objetivo nos últimos anos: fazer o Inter voltar a conquistar um Brasileirão. Este é o desafio do espanhol Ramírez, mais um adepto do Jogo de Posição. Com o reforço de Taison, a expectativa da torcida Colorada é alta pela disputado do campeonato nacional que acabou batendo na trave em 2020.

A CONSTRUÇÃO DE JOGO DO INTER

O Inter começa seu jogo com os defensores independente da situação. Mais do que isso, o goleiro é o primeiro passador e construtor de jogo. Quando o adversário não pressiona tão forte, os zagueiros (Zé Gabriel, Lucas Ribeiro e Custa) são os responsáveis por dar os primeiros passes e, logo atrás, Marcelo Lomba vira uma opção de retorno.

Quando o rival busca pressionar mais a saída de bola, o primeiro volante (Rodrigo Dourado) baixa para criar superioridade e liberar os laterais numa linha mais a frente — e mais por dentro, como veremos na fase ofensiva. Dentro desta saída de três, em alguns momentos será possível Edenílson auxiliando numa saída de 3+1, ambas explicadas de maneira mais detalhadas aqui.

Os zagueiros também são trabalhados para dar um passe direto para o centroavante sempre que houve espaço, e sempre pelo chão (rasteiro e firme). Sendo assim, ele precisará estar atento para o pivô. Um dos objetivos na construção, em alguns momentos, é atrair o adversário para o próprio campo e tentar dar um passe longo nas costas de defesa em velocidade.

COMO ATACA O INTER

Depois de sair jogando, poderemos perceber os laterais atacando um corredor mais central do campo, ou então do meio-espaço. Moisés e Rodinei/Saravia são os jogadores responsáveis por estarem presentes na base das jogadas e não de chegar a todo instante no fundo, apenas em algum momento que estiverem trocando de posição com outros jogadores, neste caso os internos.

No Inter de Ramírez, os internos são Edenílson (direita) e Taison (esquerda). O primeiro, tem mais a função de atacar os espaços da defesa adversária, levar a bola controlado para o campo de ataque e, até mesmo auxiliar na saída de bola — e tudo isso tem cumprido o camisa 8. A chegada de Taison mudou o setor. Antes, na presença de Maurício ou Praxedes, jogadores ainda em evolução, a circulação ficava lenta. O camisa 10 acelerou o jogo por dentro e serve como base da equipe para também criar jogadas e levar a bola para os extremas que são peças fundamentais.

Dentro de sua ideia de Jogo de Posição no Inter — até porque fez diferente no Del Valle, por exemplo —, são os extremos os jogadores a estarem pelo lado e buscarem a vitória no 1×1. O objetivo é sempre acelerar o jogo para deixar estes jogadores no mano a mano, próximos do gol adversário para eles darem um drible e assistência ou finalização.

No ataque, Guerrero e Galhardo tem ganhado mais oportunidades pela capacidade de jogar de costas e fazer o pivô para dar sequências as jogadas. De qualquer forma, uma das peças mais importantes desde 2020 tem sido o jovem Yuri Alberto. O atacante é um dos goleadores do Inter e busca seguir com o protagonismo e, apesar de características de atacar mais as costas dos rivais em velocidade, tem se adaptado bem a função de jogar de costas em muitos momentos.

COMO DEFENDE O INTER

Com a presença de Taison, o Inter agora está defendendo em duas linhas de 4 para ele não ter um desgaste tão grande recuando até zonas mais recuadas. A equipe busca sempre pressionar mais forte a saída, mesmo que nem sempre numa zona mais adiantada do campo, para recuperar e atacar em velocidade nos espaços deixados.

Quando o adversário já está num ataque mais posicional, são duas linhas buscando pressionar o jogador que estiver com a bola para recuperar a bola o mais rápido e então reiniciar a construção com o goleiro.

BOLAS PARADAS

Bolas Laterais Ofensivas: a força aérea tem como peça-chave os zagueiros, principalmente Cuesta. Estes jogadores partem da entrada da área para tentar surpreender a defesa e ganhar na imposição.

Escanteios Ofensivos: segue a mesma lógica das faltas laterais, a diferença é que em cruzamentos mais fechados, é possível observar 3 a 4 jogadores mais próximos a primeira trave para antecipar a bola.

Escanteios Defensivos: diferente das faltas laterais defensivas, nos escanteios contra, o Inter marca individual com dois jogadores em zonas específicas (primeira trave e mais ao centro). No mais, jogadores marcando individualmente.

Compartilhe

Comente!

Tem algo a dizer?

Últimas Postagens

Como funciona o ataque do Vasco de Ramón Díaz

Como funciona o ataque do Vasco de Ramón Díaz

Como joga a LDU de Zubeldía, finalista da Sul-Americana 2023

Como joga a LDU de Zubeldía, finalista da Sul-Americana 2023

A importância de Alan Patrick no Inter

A importância de Alan Patrick no Inter

As mudanças táticas do Bahia com Rogério Ceni

As mudanças táticas do Bahia com Rogério Ceni

Conheça como joga Aníbal Moreno, novo volante do Palmeiras

Conheça como joga Aníbal Moreno, novo volante do Palmeiras

O segredo de Romero para defender tantos pênaltis

O segredo de Romero para defender tantos pênaltis

A tática do Santos de Marcelo Fernandes

A tática do Santos de Marcelo Fernandes

A essência tática do Dinizismo

A essência tática do Dinizismo

A importância de utilizar o “pé ruim”

A importância de utilizar o "pé ruim"

Os segredos táticos do RB Bragantino de Pedro Caixinha

Os segredos táticos do RB Bragantino de Pedro Caixinha

O estilo tático de Mano Menezes

O estilo tático de Mano Menezes

O modelo tático de Tite (2015-2022)

O modelo tático de Tite (2015-2022)

Os pilares táticos de Dorival Jr no São Paulo campeão da Copa do Brasil 2023

Os pilares táticos de Dorival Jr no São Paulo campeão da Copa do Brasil 2023

A evolução tática do Galo de Felipão e a importância de Paulinho e Pedrinho

A evolução tática do Galo de Felipão e a importância de Paulinho e Pedrinho

Por quê ter (ou não ter) amplitude no ataque?

Por quê ter (ou não ter) amplitude no ataque?