A nova geração de talentos do futebol holandês

Apesar de alguns desfalques importantes, a Holanda vive um grande momento no Europeu Sub-21.

Começando um novo ciclo visando os Jogos Olímpicos de 2024, a Holanda dirigida pelo jovem Erwin van de Looi está em grande forma nas eliminatórias para o Europeu sub-21 de 2021, liderando sua chave que conta também com um rival de alto nível como Portugal, com 9 pontos somados em três jogos e deixando grandes sensações a nível tático, individual e coletivo.

Com 13 gols marcados e apenas 3 concedidos, a equipe sub-23 da Holanda tem o melhor ataque e a defesa mais sólido da fase de classificação até o exato momento

Com ausências importantes recorrentes pela presença de jogadores como Donyell Malen na seleção adulta, a Jong Oranje está utilizando jovens que atuam maioritariamente na Eredivisie, com o AZ Alkmaar, a surpresa da temporada nos Países Baixos ao lado do Vitesse, se tratando do clube que mais cede atletas a equipe sub-23, com até cinco nomes frequentes nas convocações do treinador Erwin van de Looi.

Convocação para a penúltima Data FIFA, durante o mês de agosto

Em geral, os últimos anos estiveram marcados por uma crise de estrutura na formação de jovens no futebol holandês. Sem ir muito longe, os neerlandeses não disputam a fase final do Europeu sub-21 desde a edição de 2013, enquanto o desempenho nos outros torneios de categorias diferentes não foi especialmente positivo e tampouco a qualidade individual de suas gerações de jovens ofereceu uma perspectiva para o futuro. Neste período, houveram exceções de equipes de base da Holanda que possuíam material humano de alto nível e que, no entanto, não conseguiram corresponder às expectativas devido a falta de ideias coletivas e solidez tática na hora de competir em maior exigência.

Em 2016 no Azerbaijão, a Jong Oranje tinha nomes como Matthijs de Ligt e Justin Kluivert, que na temporada seguinte seriam peças importantes em um Ajax finalista de UEFA Europa League

Após a contextualização em relação ao retrospecto na década dos neerlandeses quanto ao futebol de base, já introduzimos a quantidade de informação suficiente para abordar o tema principal do artigo e finalmente desenvolver o assunto em termos táticos e individuais. Primeiro, as escalações utilizadas por Erwin van de Looi contra Portugal, Chipre e Noruega nas eliminatórias para a fase final do Europeu sub-21 de 2021. Em seguida, uma análise detalhada a respeito de mecanismos ofensivos, destaques individuais e inclusive vídeo para ilustração.

Vs. Chipre: Maarten Paes; Owen Wijndal, Justin Hoogma, Perr Schuurs, Deyovaisio Zeefuik; Teun Koopmeiners, Ludovit Reis; Noa Lang, Dani de Wit, Calvin Stengs; Kaj Sierhuis.

Vs. Portugal: Maarten Paes, Owen Wijndal, Perr Schuurs, Rick van Drongelen, Deyavaisio Zeefuik; Teun Koopmeiners, Ludovit Reis; Justin Kluivert, Dani de Wit, Calvin Stengs; Myron Boadu.

Vs. Noruega: Maarten Paes; Owen Wijndal, Perr Schuurs, Rick van Drongelen, Deyavaisio Zeefuik; Teun Koopmeiners, Ludovit Reis; Justin Kluivert, Dani de Wit, Calvin Stengs; Myron Boadu.

Avaliação geral dos jogos

A Holanda, diferentemente de suas outras seleções de base em anos anteriores, possui uma estrutura tática e mecanismos ofensivos bem definidos e praticados por seu treinador. Utilizando o 4-2-3-1 prioritariamente, a Laranja Mecânica prioriza pelo domínio do tempo com a posse de bola e por uma pressão alta característica contra adversários que optam por sair de forma curta e apoiada desde abaixo.

Dado este contexto, a goleada contra o Chipre por 5-1 na estreia da campanha dos holandeses foi construída através da monopolização da bola ante um rival que defendeu com o bloco baixo ao longo de todo o duelo, enquanto contra a Noruega no triunfo por 0-4 os neerlandeses encontraram cenário idêntico ao da primeira partida, com a diferença a nível tático estando no confronto contra Portugal, em que os comandados por van de Looi tiveram problemas para sair jogando de forma elaborada enfrentando o pressing realizado pelos lusos, que resultou em um contexto de posse de bola dividida em que a entrada do extremo Cody Gakpo foi diferencial para a vitória por 4-2.

Fase ofensiva

A ideia de Jong Oranje ofensivamente consiste em insistir em uma saída de bola curta e elaborada a partir do jogo com os pés de Maarten Paes, com os centrais Rick van Drongelen e especialmente Perr Schuurs assumindo protagonismo na construção ofensiva com passes verticais. Avançando para o campo de ataque, os holandeses ocupam os espaços em organização ofensiva configurando um ataque posicional com zonas fixas e pré-determinadas: os volantes Teun Koopmeiners e Ludovit Reis organizam as possessões na base da jogada; os laterais Owen WIjndal e Deyovaisio Zeefuik garantem amplitude exterior, enquanto os extremos Calvin Stengs e Justin Kluivert atraem dos lados para zonas interiores, liberando o corredor para a ocupação dos laterais e gerando opções de passe entre linhas. Já na profundidade, o atacante (Myron Boadu ou Kaj Serhuis) fixam os zagueiros rivais e o 10 do 4-2-3-1 de van de Looi, Dani de Wit, atua muito relacionado à atacar a área e chegar em zonas de definição.

Teun Koopmeiners e Ludovit Reis somam, juntos, em média, 150 passes por jogo neste início de trabalho dos holandeses para o Europeu sub-21

Vídeo-análise

Vídeo com algumas sequências de passe dos holandeses, os mecanismos ofensivos e o estabelecimento do lado forte na esquerda com Deyovaisio Zeefuik em amplitude para a inversão na direita.

O lateral-direito do Groningen vem se caracterizando como o jogador mais profundo do ataque posicional da Holanda

Atentem para o 3-1 da Holanda
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