A PUBLICIDADE DA PIRATARIA

Por @DonElece* Você pode até ser contra – com razão – o comércio de produtos piratas por vendedores ilegais, mas você não pode negar que os caras são antenados. Se um blockbuster está em cartaz no cinema, pode procurar em qualquer barraca de filmes “3 por 10” que ele estará lá. Até a Netflix sonha […]

Por @DonElece*

Você pode até ser contra – com razão – o comércio de produtos piratas por vendedores ilegais, mas você não pode negar que os caras são antenados. Se um blockbuster está em cartaz no cinema, pode procurar em qualquer barraca de filmes “3 por 10” que ele estará lá. Até a Netflix sonha com uma velocidade de lançamento tão grande. E o mesmo fenômeno acontece com as camisas de Futebol.


 

Em 2013, o Flamengo começava uma histórica parceria com a Adidas, que colocava o clube, em termos financeiros/contratuais, no mesmo patamar que outros gigantes parceiros da empresa fundada por Adi Dassler. Essa parceria já era dada como certa um ano antes de se concretizar. E, nesse ano anterior, você achava mais camisas do Flamengo com o logo da Adidas, do que com o logo da Olympikus, fornecedora do rubro-negro naquela época. Torcedores vestiam camisas que nem chegavam perto do que viria ser o modelo oficial, mas eles estavam felizes: estavam com a nova camisa do Flamengo, até que se prove o contrário. E esse fenômeno não é exclusivo do lado vermelho e preto do Rio de Janeiro. Recentemente, o Fluminense largou a DryWorld, e assinou contrato de fornecimento com a gigante Under Amour. A torcida tricolor ficou na ansiedade pelos novos uniformes do clube. Não deu outra, semanas após o anúncio, já se via quase que exclusivamente nas ruas do Rio as camisas do Fluminense com o símbolo de seu novo parceiro.

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O que esse fenômeno gera, de uma maneira impressionante, é a propagação da marca na cabeça dos torcedores do clube. A empresa acaba tendo, sem custos, a sua imagem disseminada, já que os torcedores, apesar de consumirem um produto de pior qualidade, compram o mesmo por um preço que chega a ser 5% do valor original. Um exemplo enorme de disseminação de marca através desse comércio ilegal é o do New York Yankees, time de Baseball da MLB, que tem seus bonés vendidos em grandes quantidades em feiras e camelôs.

Mesmo que uma pessoa nunca tenha ouvido falar do clube, ela com certeza conhece o distintivo da equipe, visto exaustivamente nas ruas há anos. Mas, em contrapartida, o clube e a fornecedora de material esportivo podem ter enormes prejuízos financeiros com isso. Não se pode ignorar que, apesar de não gastarem nada com essas camisas piratas, é uma significativa quantidade de dinheiro que ambos deixam de arrecadar, fora má utilização das marcas que pode ocorrer, prejudicando a imagem do time e da fornecedora.

Os torcedores, obviamente, preferem comprar o material original, pela maior qualidade do produto, e até mesmo para ajudar seu clube, mas os preços elevados acabam impossibilitando isso. Em alguns casos, uma camisa de jogo de um clube chega a custar 30% do salário mínimo atual, deixando quase inviável para um torcedor com esse poder aquisitivo – que é a grande maioria – comprar uma camisa original. Os clubes e marcas buscam alternativas para os torcedores, como as versões simplificadas das camisas de jogo, feitas especialmente pra torcida, que chegam a custar um terço do valor da versão de jogo. Camisas casuais, com o preço similar ao de camisas piratas, também são encontradas nas lojas oficiais, mas não costumam agradar tanto os torcedores.

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A demanda para produtos piratas é enorme, e enquanto houver essa demanda, haverá uma infinidade de ofertas. O que resta aos clubes é surfar, ao menos por hora, nessa “exposição espontânea” de suas marcas, e buscar uma forma de tornar seus produtos mais acessíveis aos seus torcedores.

 

*Lucas Carvalho é CEO da produtora Starbox. Você pode conferir esse texto em vídeo aqui.

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