ATLANTA UNITED VIRA UMA FRANQUIA DE SUCESSO NA MLS
Por Pedro Luis Cuenca Quando uma nova franquia estreia na Major League Soccer, é comum esperarmos o fracasso dela nos primeiros momentos, especialmente se a formação da equipe se basear no draft da liga ou em contratações menores para não causar um rombo no caixa. O problema é que em 2017 o Atlanta United decidiu […]
Quando uma nova franquia estreia na Major League Soccer, é comum esperarmos o fracasso dela nos primeiros momentos, especialmente se a formação da equipe se basear no draft da liga ou em contratações menores para não causar um rombo no caixa. O problema é que em 2017 o Atlanta United decidiu rasgar os casos antigos e reescrever esse capítulo na MLS, subindo a barra e aumentando a pressão nas novas equipes que entrarão no torneio.
Com apenas dois anos na liga, o Atlanta United surpreende muita gente com a velocidade que atingiu o topo da liga. Atualmente, é a líder da Conferência Leste, quatro pontos na frente do New York City FC, e lidera a Supporters’ Shield. A façanha não seria possível sem um planejamento muito bem executado e a interessante mistura de americanos experientes com jovens latinos dentro de campo, sob o comando de um treinador renomado.
Enquanto muitos clubes da MLS correm atrás de jogadores famosos, o Atlanta fez diferente e foi atrás de um treinador conhecido, anunciando Tata Martino (ex-Estudiantes, Barcelona e Argentina) para ser o primeiro técnico da história da franquia. A escolha se fez muito acertada, pois logo o treinador tratou de recrutar jovens promissores latinos, como o argentino Miguel Almirón (24 anos, ex-Lanús) e o venezuelano Josef Martínez (25 anos, ex-Torino). Em campo, os dois são os pilares de uma equipe ainda em construção, mas que já tem uma reputação a ser muito respeitada dentro da liga. No início de 2018, o time ainda abriu os cofres para trazer Ezequiel Barco (19 anos, ex-Independiente) por 15 milhões de dólares.
Em 2017, o Atlanta ficou em quatro lugar na sua conferência, sendo eliminado na primeira fase dos playoffs, em casa, para o Columbus Crew. Foi uma surpresa, tanto o bom rendimento na temporada regular quanto a eliminação nos pênaltis para um adversário inferior. Mesmo assim, a equipe deixou sua marca. Além dos bons resultados em campo, o show da torcida nas arquibancadas do recém-construído Mercedes-Benz Stadium, com várias quebras de recorde de público da MLS, ajudaram a colocar a cidade na rota do futebol nos Estados Unidos, inclusive ganhando o direito de sediar o All Star Game deste ano.
Na atual temporada, o Atlanta United mantém o alto nível do ano passado. Equilibrada, a equipe sabe como controlar o jogo, especialmente em seus domínios, tendo a posse da bola na maior parte do jogo. Se engana, porém, quem imagina que o time é improdutivo e não consegue pressionar os adversários. Apostando nos jogadores novos que tem, os ‘Five Stripes’ também abusam das bolas em profundidade no meio da zaga, em contra-ataques, com a dupla Almirón e Martínez. Os dois formam, neste momento, o pesadelo de grande parte dos defensores da MLS.
O Altanta é a terceira equipe que mais finaliza na MLS, apenas atrás de Sporting Kansas City e NYCFC, mas é a que mais acerta o alvo. Das 144 finalizações que foram na direção dos gols adversários, 50 balançaram as redes. A velocidade da equipe e a força ofensiva, com a maioria dos chutes acontecendo na área rival, faz com que o time já tenha 12 pênaltis marcados a seu favor neste ano. Josef Martínez, sozinho, já marcou 26 gols e está perto de superar o recorde de gols em uma única temporada da liga, sendo que ainda temos dois meses de jogos, pelo menos. Ibrahimovic, o vice-artilheiro da temporada, marcou apenas 15 vezes até o momento. Ele é o jogador que mais acerta finalizações no torneio, com Almirón, seu companheiro de equipe, aparcendo em terceiro lugar nesta lista. Os dois são a base de uma equipe muito poderosa ofensivamente, mas não os únicos destaques, já que Barco, o alemão Julian Gressel e o americano Darlington Nagbe – esse último atualmente machucado – também aparecem bem neste ano.
OK, ofensivamente entendemos que o Atlanta United é uma máquina, mas a defesa também não compromete. Comandada pelo experiente goleiro da seleção americana Brad Guzan (33 anos) e pelo zagueiro-capitão Michael Parkhurst (35 anos), a defesa da franquia é a quarta melhor da liga (média de 1,16 gol sofrido por jogo) e consegue dar equilíbrio ao time, consolidando ainda mais sua força na atual temporada. O único problema, até o momento, tem sido incluir os jovens jogadores nascidos ou criados na região de Atlanta, os conhecidos Homegrown Players, mas esse é um problema que Tata Martino ainda não precisa se preocupar tão cedo.
O Atlanta United começou como incógnita na Major League Soccer, mas virou, em pouco tempo, realidade e surge como um dos favoritos ao título da temporada. Para uma franquia tão nova, chegou fazendo muito barulho e elevou o nível para os próximos times que vão entrar na liga. Alguns, como o Los Angeles FC, que já chegou à MLS copiando o estilo profissional do Atlanta e faz boa campanha em sua primeira temporada. É hora de prestarmos atenção no Atlanta United, o rubro-negro que está dando o que falar nos Estados Unidos, dentro e fora de campo.
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