BALANÇO TÁTICO – 16ª RODADA – CAMPEONATO BRASILEIRO

Por Jonatan Cavalcante e Rodrigo Coutinho O Balanço Tático está de volta ao FOOTURE! A 16ª rodada reforçou a impressão momentânea de uma briga mais quente pelo título monopolizada entre Flamengo e São Paulo, pelo menos por enquanto. O Internacional também merece destaque para solidez que vai adquirindo. Mesmo tendo perdido para o América/MG na […]

Por Jonatan Cavalcante e Rodrigo Coutinho

O Balanço Tático está de volta ao FOOTURE! A 16ª rodada reforçou a impressão momentânea de uma briga mais quente pelo título monopolizada entre Flamengo e São Paulo, pelo menos por enquanto. O Internacional também merece destaque para solidez que vai adquirindo. Mesmo tendo perdido para o América/MG na rodada passada, mantém a regularidade na maioria dos jogos. Corinthians, Galo e Grêmio vão se recuperando, o Palmeiras venceu, e alguns clubes como Botafogo, Sport, Vitória e Santos preocupam.

Lembramos que o Balanço Tático se propõe e avaliar o desempenho das equipes. Não levamos em consideração o resultado! Aqui analisamos a execução da proposta de jogo e a conveniência dela mediante os adversários e jogadores da equipe.

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Ceará (Estagnou)

Com apenas uma vitória em 14 jogos, o Ceará precisava vencer para ter uma sobrevida na luta contra o rebaixamento. E a promessa era de um time com postura mais ofensiva diante do Fluminense. Postado 4-2-1-3 com Leandro Carvalho, Juninho Quixadá e Cardona se revezando na função de meia-atacante e Arthur na referência, o Ceará controlou a bola na tentativa de sufocar o Fluminense nos primeiros 10 minutos. Sem sucesso. A estratégia mudou. O alvinegro ofertou a bola ao adversário e apostou no jogo mais direto, explorando o jogo físico de Artur para sustentar a bola para os jogadores de lado ou para quem vinha de trás. Quando a construção das jogadas começava pelos lados, principalmente, com João Lucas, era possível observar que o jogador o qual realizava a função de meia-atacante infiltrava na área formando um 4-2-4 e deixando a defesa do Fluminense em igualdade numérica. O gol saiu de um desmarque de Leandro Carvalho que aproveitou a quebra de linhas da defesa e atacou o espaço após bom passe de Juninho Quixadá. No 2ºT o Ceará seguiu com menos posse de bola (32%). Mas isso não quer dizer que a equipe sofreu até o final. Longe disso, controlou bem o jogo e conquistou a segunda vitória no campeonato. Os analistas Jonatan Cavalcante e Rodrigo Coutinho consideram que o Ceará estagnou. E isso é bom! Diante da desorganização tática e sem um padrão de jogo em que se encontrava, Lisca conseguiu estancar a sangria. E o Ceará dá demonstração de força e que irá brigar até o fim pela permanência na Série A.

Fluminense (Estagnou)

Embalado por duas vitórias e um empate pós-Copa do mundo, o Tricolor carioca foi ao PV na expectativa de seguir vencendo e encostar nos times que brigam pela Libertadores. E no primeiro minuto, Pedro pegou de primeira dentro da grande área e mandou para fora. O início era animador e parecia que o Fluminense liderado por Pedro e Companhia iriam buscar a terceira vitória consecutiva. Mas não foi. O time de Marcelo Oliveira não conseguiu impor o seu jogo direto com Pedro e Júnior Dutra escorando para Sornoza e Jádson e buscando a infiltração na defesa adversária e, se viu na obrigação de propor o jogo. E não conseguiu. Na etapa final Marcelo Oliveira colocou Everaldo e Luciano e sacou Sornoza e Jádson respectivamente e espelhou o Fluminense ao Ceará. Com isso, passou a atuar no 4-2-1-3 com Luciano preenchendo o meio, Júnior Dutra (Matheus Alessandro) pela esquerda, Everaldo na direita e Pedro centralizado. E quando a bola vinha pelos lados com Ayrton ou Gilberto, o meia-atacante (Luciano) pisava na área. Os laterais, por sinal, estiveram muito abaixo na partida no fundamento cruzamento. Foram 16 bolas alçadas na área e apenas 3 encontraram destino certo. Um aproveitamento de 18,75%. Além disso, o time tricolor demonstrou falta de intensidade com e sem a bola, pouca mobilidade dos jogadores de ataque com a exceção de Pedro, o que gerou pouca linhas de passe e um excesso de passes laterais. Para os analistas Jonatan Cavalcante e Rodrigo Coutinho o Fluminense estagnou. Pois não conseguiu executar o plano de jogo – jogar mais direto – e demonstrou incapacidade para modificar a plataforma de jogo durante a partida, uma vez que, teve 63% de posse de bola durante os 90 minutos.

Vasco (Regrediu)

Depois de um 1º tempo razoável, quando apresentou mais volume, mas esteve longe de ser uma equipe de fato eficaz em todas as fases do jogo, o Vasco fez um péssimo 2º tempo. Jorginho mandou a campo a equipe novamente no 4-2-3-1. Luiz Gustavo seguiu na lateral-direita e Evander ganhou chance na meia-central, Wagner ficou no banco. Kelvin e Yago Pikachu (novamente o melhor da equipe) foram os extremos. O principal mérito vascaíno na primeira etapa foi a agressividade. Mesmo com uma construção bem irregular, forçando jogadas e afunilando demais os ataques, na base do ímpeto e nos deslocamentos em diagonal de Pikachu chegou ao gol. O Vasco também teve uma boa transição defensiva na etapa inicial, não permitiu contra-ataques ao Corinthians, e sua linha defensiva controlava os poucos ataques paulistas. Na segunda etapa, levou um gol logo aos dois minutos e desmoronou. Defensivamente ficou debilitado e sofreu uma goleada nos contra-golpes corintianos. Não teve forças para reagir. Desábato fez uma péssima partida.

Corinthians (Evoluiu)

Com poucos centroavantes de ofício a disposição, Osmar Loss montou sua equipe no 4-2-3-1 e Angel Romero na referência ofensiva. Jadson centralizado, Pedrinho e Clayson compunham a linha de meio. O principal problema do Timão no 1º tempo foi a falta de profundidade. Defensivamente a equipe foi competitiva mais uma vez. Fechou os espaços e não sofreu tanto, apesar da agressividade do Vasco. Ofensivamente, porém, não conseguia ser contundente. Tinha em Pedrinho a principal ferramenta para causar desequilíbrios, mas parava na intermediária ofensiva. Romero buscava os flancos e ninguém entrava na referência no tempo certo. Terminou os 45 minutos iniciais atrás no placar e sem o controle do jogo. Na segunda etapa, Loss mexeu taticamente no time. Reviveu o ”4-2-4”, tendo Pedrinho e Jadson centralizados na linha de frente, Romero pela direita. Antes mesmo de dar resultado já havia empatado o jogo em um contra-ataque e depois atropelou. Manteve a posse de bola por boa parte do tempo e foi letal nas transições. Destaque para Romero, autor de três gols, Pedrinho, Jadson, Gabriel e Douglas.

Romero foi destaque ao marcar três gols na vitória sobre o Vasco da Gama.
Romero foi destaque ao marcar três gols na vitória sobre o Vasco da Gama.

Palmeiras (Evoluiu)

Sob o comando do interino Wesley Carvalho, o Palmeiras teve uma vitória muito tranquila contra o Paraná. Reviveu seus melhores momentos nas mãos de Roger Machado. Um time que trocou passes com velocidade e sufocou o adversário nos momentos em que não tinha a posse. Seja em transição ou marcando a saída paranista, o Porco constrangeu o rival por cerca de 30 minutos. No período, já vencia por 1×0 e marcou o segundo com Bruno Henrique, de novo, logo depois. Abria bem o campo com os laterais ou pontas, ”alargava a retaguarda adversária” e aproveitava os corredores que apareciam na faixa central, sempre com muitos jogadores flutuando por ali. A equipe foi a campo no 4-2-3-1 com Moisés e Bruno Henrique como volantes. Gustavo Scarpa, ainda apagado, na meia-central. Arthur partindo do lado direito e Dudu do esquerdo. Willian seguiu na referência. No segundo tempo, relaxou um pouco a marcação e sofreu alguns sustos, mas em nenhum momento viu sua vitória ameaçada. Ainda marcou o terceiro tento em finalização de Lucas Lima da entrada da área

Paraná (Regrediu)

Partida bem decepcionante do Paraná Clube, sobretudo o 1º tempo, quando demorou cerca de 30 minutos para trocar uma sequência de passes em progressão. Como sempre faz, tentou jogar com aproximação, troca de passes curtos, mas foi acharcado por um Palmeiras muito intenso. Errou muitas saídas de bola e utilizou ligações diretas para afastar o perigo. A questão é que não parecia preparado pra isso e demorou muito pra se encontrar. Rogério Micale montou a equipe em um 4-1-4-1. Caio Henrique e Alex Santana foram os ”meias interiores”. Leandro Vilela o volante. Rodolpho e Silvinho(o melhor da equipe) os extremos, e Carlos jogou na referência. Defensivamente até apresentou compactação, mas não igualou a intensidade adversária e a diferença técnica entre um time e outro ficou bem clara. Já perdendo por 2×0 conseguiu algumas boas jogadas e chegou perto de marcar, mas acabou levando o terceiro.

Flamengo (Evoluiu)

Diante do Sport, Maurício Barbieri, escalou força máxima. O Flamengo se postou no 4-1-4-1 com Cuéllar ocupando a faixa de campo entre as duas linhas de 4. E na segunda linha de 4 Lucas Paquetá e Diego atuando como meias-internos e, Éverton Ribeiro e Marlos Moreno como meias/pontas externos. No comando do ataque estava Uribe. Como um filme, Pode-se afirmar que existiu quatro momentos chaves do Flamengo no Maracanã. No primeiro momento a equipe carioca buscou mobilidade, infiltrações, desmarques, triangulações pelos lados, realizar o pressing (puxado por Paquetá), ultrapassagens com os laterais para conseguir desajustar o sistema defensivo do Sport que tentava fechar os flancos com as descidas dos extremos (Marlone e Michel Bastos). Mas foi na bola parada que o Flamengo inaugurou o marcador. No segundo momento, com o placar favorável o time de Barbieri manteve os comportamentos ofensivos, porém diminuiu a intensidade, começou a circular a bola sem tanta objetividade e deixou o nível de concentração baixar. E nesse instante entra em ação o terceiro momento, sem pressionar o portador da bola e com a linha quebrada, Cláudio Winck infiltrou e deixou tudo igual. E o gol deu início ao 4º momento, que, foi a retomada de tudo o que foi praticado em boa parte da primeira etapa. Como resultado o time amassou o Sport! O Flamengo desarmou 13 e interceptou outras 9 jogadas. Além disso, teve 88% de sucesso nas tentativas de dribles. Fora isso, mostrou precisão e eficiência nas finalizações. Das quatro que foram no gol – no 2ºT – 3 resultaram em gol. Perante de mais um bom jogo, o Flamengo segue em evolução e mostra-se no caminho certo para disputar o título nacional.

Sport (Estagnou)

Em queda vertiginosa após a parada da Copa, o Sport mais uma vez não performou e voltou a cometer os mesmos erros já vistos em partidas anteriores. Claudinei Oliveira escalou o Leão no 4-2-3-1 (aumentando o número de linhas), buscando ter uma maior compactação e diminuir os espaços entrelinhas tão buscado por Paquetá e Diego. Tentando segurar as subidas de Renê e Rodinei, Marlone e Michel Bastos – sem a bola – encostavam e até mesmo alinhavam com os laterais para diminuir a amplitude, cortar linhas de passe e fechar os espaços. A estratégia ruiu aos 14 minutos com o gol de Rever. Com o placar desfavorável, o Sport teria que sair mais de trás em busca do empate e iria oferecer o espaço. Raul Prata foi substituído por Winck para ter mais agressividade e também uma melhor recomposição, uma vez que, Prata se lançava ao ataque e recompunha lentamente deixando espaços. Quando tinha a bola, Leão não tinha a velocidade necessária para atuar de forma reativa. Ademais, em muitos momentos percebeu-se uma desorganização ofensiva latente. O time “rachou” e atuou de forma descompacta no momento ofensivo em um (4-2-4). Era visível os dois blocos distantes. O gol de empate parecia que iria trazer o time para o jogo novamente. Mas, mais uma vez durou pouco. Num intervalo de 2 minutos o time já perdia por 3 a 1. Claudinei precisa fazer o “feijão com arroz”. Escalar os jogadores certo na posição/função correta. E buscar no elenco soluções para realizar melhor proteção do funil, para ser o centroavante e alguém para jogar nas pontas. Diante desse contexto, analisamos que o Sport estagnou. Porém a estagnação é negativa. Pois o time não consegue encontrar soluções para os problemas sinalizados.

Cruzeiro (Regrediu)

Mano Menezes novamente preservou atletas. Desta vez, Robinho e Thiago Neves não iniciaram. Rafinha e Mancuello começaram na equipe que partia de um 4-2-3-1 com o argentino centralizado na linha de meias e De Arrascaeta partindo do lado esquerdo. Por mais que tenha pressionado e até assustado o São Paulo nos 25 minutos iniciais, a Raposa apresentou uma construção ofensiva bem irregular. Mancuello esteve perdido entrelinhas, não sabe atuar na função, precisa ser um elemento surpreso nesta faixa do campo, não ”habitar” o espaço constantemente. Se utilizou bastante das triangulações pelos lados, mas não teve a paciência necessária para furar o bloqueio do Tricolor. Acabou errando muito no terço final e abusando de cruzamentos a esmo. Teve bons momentos a partir da movimentação de Arrascaeta e de alguns passes em profundidade. Oscilou na transição defensiva. Até fazia uma boa pressão inicial, mas quando o São Paulo vencia este primeiro momento, demorava a recompor. Em cima disso levou o gol e o cenário acabou piorando depois. Mesmo se equivocando muito no último momento, ainda teve um pênalti a favor, mas Barcos desperdiçou. Acabou levando o segundo em novo contra-ataque.

O Cruzeiro de Mano Menezes teve muitos problemas na criação e na transição defensiva.
O Cruzeiro de Mano Menezes teve muitos problemas na criação e na transição defensiva.

São Paulo (Evoluiu)

Mais um jogo muito bom baseado na reatividade por parte do São Paulo. Vitória e atuação importantíssimas mediante os importantes desfalques. Diego Aguirre foi obrigado a improvisar Felipe Araruna na lateral-direita e os volantes foram os jovens Luan e Liziero. A equipe formou no 4-2-3-1 de sempre e foi muito compacta, além de organizada nas coberturas e compensações nos espaços que surgissem. Sofreu alguns desconfortos na primeira metade da etapa inicial, mas a partir do primeiro gol teve mais tranquilidade. Contra-ataques novamente muito letais e organizados. Destaque para Everton e Rojas neste aspecto. Bruno Alves e Diego Souza também se destacaram bastante. Reinaldo manteve a regularidade recente.

Internacional (Evoluiu)

Partida que demonstrou a maturidade da execução de um estilo de jogo por parte do Internacional. O Colorado novamente dominou a partir da imposição física no meio-campo. Rodrigo Dourado, Edenilson e, principalmente, Patrick, foram primordiais para a tranquila vitória por 3×0 sobre o Botafogo. Odair Hellmann. William Pottker, autor de dois gols e enfim destaque, Nico López(muito bem novamente) e Leandro Damião formaram o trio de frente. O Inter sofreu muito pouco com o Glorioso. Teve que controlar um outro ataque perigoso nos minutos iniciais, mas aos poucos foi se estabelecendo no campo de ataque, empurrando o adversário pra trás e atacando a área com muita gente para aproveitar os cruzamentos. Desta forma fez dois gols e encaminhou o triunfo. Na segunda etapa o cenário não se alterou tanto o terceiro gol foi marcado. O esquema tático foi mais uma vez o 4-1-4-1 no momento defensivo e o 4-3-3 com a posse de bola.

Nico López organizava o time quando partia da direita para o centro. Inter foi muito consistente contra o Botafogo.
Nico López organizava o time quando partia da direita para o centro. Inter foi muito consistente contra o Botafogo.

Botafogo (Regrediu)

Extremamente preocupante o momento do Botafogo no Campeonato Brasileiro. Terceiro jogo ruim em rendimento em sequência. Perdeu três das quatro partidas após a Copa, e cada uma delas com um padrão diferente de jogo, o que denota certa falta de convicção nas ideias de Marcos Paquetá. Desta vez, o esquema tático foi o 4-1-4-1, com Jean mais recuado em relação a Renatinho e Matheus Fernandes na faixa central. Pelos lados, Marcinho e Luiz Fernando. Luis Ricardo ganhou a chance na lateral-direita e Rodrigo Aguirre enfim foi escalado como ”9”. Novamente o Botafogo apresentou dificuldade em igualar a intensidade do adversário. Isso já havia acontecido em algumas ocasiões também com Alberto Valentim. Ofensivamente pouco produziu. Muitas vezes travado, sem mobilidade e chegada à área. Os poucos bons momentos aconteceram pelo lado esquerdo com Luiz Fernando e Moisés, mas foram insuficientes para um desempenho mais contundente. Na parte defensiva acabou sucumbindo pelas constantes investidas coloradas e foi se desorganizando com o passar do tempo.

Atlético/PR (Evoluiu)

O Atlético/PR é outro! Não, Isso não quer dizer que seja melhor ou pior do que vinha atuando com Fernando Diniz, mas sim diferente. Tiago Cunha já conseguiu transformar a forma de atuar da equipe. Hoje o Furacão é um time mais veloz e agressivo. Trabalha menos a bola e claramente busca atrair o adversário através de troca de passes entre a linha defensiva e um dos volantes para ter espaço para os passes em profundidade. Há muitos movimentos de infiltração, sempre em muita velocidade, além de intensidade pra marcar e força no contra-ataque. Dominou inteiramente o Vitória, marcou forte também a saída de bola adversária e construiu uma goleada até com naturalidade. A equipe atuou no 4-2-3-1 com o estreante Wellington(autor de um gol) ao lado de Bruno Guimarães como volante. Raphael Veiga centralizado, Marcelo Cirino pela direita, e Marcinho pela esquerda completaram a linha de meias. Pablo foi o centroavante e Léo Pereira ganhou espaço na zaga ao lado de Paulo André. Defensivamente a equipe sofreu muito pouco. Manteve a concentração e a compactação em praticamente todo o tempo.

Vitória (Regrediu)

Nova atuação lamentável por parte do Vitória no Brasileirão. A derrota por 4×0 custou a demissão de Vagner Mancini após o jogo contra o Atlético/PR. Novamente o treinador mexeu na equipe. Manteve Ramon na lateral-direita, mas colocou Kanu na zaga. Brayan ganhou espaço na lateral-esquerda. O Leão formou no 4-2-3-1. Willian Farias e Arouca foram os volantes e a linha de meias foi composta por Yago(direita), Neilton(centralizado) e Lucas Fernandes(esquerda). Este último foi o único a produzir algo. O Vitória teve uma saída de bola caótica. Sofreu com a marcação adiantada do Furacão no início do jogo. Errava perto da área quando tentava sair de forma curta. Quando apelava para a ligação direta não vencia nenhum duelo. Os bons momentos só vieram com a individualidade de Lucas Fernandes e algumas associações com Brayan. Defensivamente apresentou uma transição letárgica e desorganizada, além dos erros constantes individuais e de posicionamento em ataques mais pausados do adversário.

Chapecoense (Estagnou)

Por mais que tenha jogado melhor que o Grêmio, não dá pra dizer que a Chapecoense evoluiu. Na parte ofensiva, nada de novo. Mesmo com a presença de Yan Sollis como meia-central no 4-2-3-1, o time seguiu utilizando a bola direta, sem tanta passagem pelo setor de meio-campo para produzir algo mais elaborado. Muitas associações pelos lados também foram buscadas. Elicarlos e Amaral foram os volantes, Nery Bareiro jogou ao lado de Douglas na zaga. Bruno Silva e Osman atuaram nas pontas e Wellington Paulista na referência. O principal pecado no 1º tempo foi a transição defensiva. Levou o gol num contra-ataque gremista e poderia ter sofrido outros. O time demorou a reagir a partir da perda da bola e se viu algumas vezes em inferioridade numérica. A competitividade e o ímpeto ofensivo, porém, foram dando o controle do jogo à Chape. O gol de empate foi conseguido após um lateral batido na área. A bola aérea também foi outra arma perigosa. Na segunda etapa o time sofreu menos com os contra-golpes rivais e assustou na bola parada, mas seguiu com pouca imaginação no ataque.

Grêmio (Estagnou)

Um bom início de jogo do time reserva do Grêmio e o gol marcado por Pepê logo a dois minutos. Renato Gaúcho não levou nenhum titular a Chapecó. Montou um 4-2-3-1 com algumas caras conhecidas: Jailson, Douglas, Bressan, Madson, Paulo Miranda, Hernane e Marinho. O time titular gosta de ter a posse e essa pareceu ser a ideia inicial do tricolor, mas não conseguiu pela falta de conjunto e ritmo competitivo da maioria dos atletas. Acabou levando mais perigo nos contra-ataques e perdeu chances de ampliar o marcador. Com o passar do tempo foi sofrendo com o jogo físico do adversário e cada vez mais sendo controlado. Não teve competitividade para fazer uma partida de igual para igual até o fim, mas pelo menos segurou o empate. Penou também com a bola aérea da Chape. O garoto Pepê fez um belo jogo.

Com time reserva, Grêmio até impôs seu jogo no início, mas depois sofreu fisicamente na Arena Condá.
Com time reserva, Grêmio até impôs seu jogo no início, mas depois sofreu fisicamente na Arena Condá.

Santos (Evoluiu)

Ainda sem uma definição quanto ao comando técnico da equipe, o Santos entrou para mais uma rodada do Brasileirão.  Um autêntico jogo de paciência para o time da baixada santista que iniciou no 1-4-3-3, apostando na velocidade, mobilidade e imprevisibilidade do trio (Rodrygo, Gabriel e Bruno Henrique). E nos primeiros 20 minutos, essa foi a tônica da partida. Impondo o jogo apoiado com Victor Ferraz, Rodrygo e Gabriel pelo lado direito e no lado oposto com Dodô, Bruno Henrique e Sasha, o Santos conseguia infiltrar na defesa do América-MG, porém não conseguia finalizar. A jogada sempre “morria” em um cruzamento sem destino ou em uma finalização travada. Resultado: nenhuma finalização certa e num total de 19 cruzamentos, apenas 1 encontrou alguém. Números que retratam a dificuldade do Peixe em escolher a melhor jogada e também em definir. A bola pouco circulou pela faixa central, ocupada por Eduardo Sasha que tinha a função construir as jogadas, gerar apoio e buscar a infiltração, mas praticamente não contribuiu. Na etapa complementar, o Santos continuou explorando as jogadas pelos lados de campo. Com domínio amplo das ações ofensivas e 76% de posse de bola, o Alvinegro mostrou ter o “time” correto para acelerar a jogada ou rodar a bola em busca de espaços. Tanto é que criou 9 chances claras de gols, mas novamente esbarrou na imprecisão da finalização. O Santos realizou uma boa partida diante do América-MG. Teve mobilidade, jogo curto, infiltrações no momento ofensivo e mesmo se expondo por estar perdendo a partida não sofreu com os contragolpes no momento defensivo. A derrota para o América-MG vai para a conta da má precisão das finalizações. E mesmo com o tropeço em casa, os analistas táticos do Footure FC, Jonatan Cavalcante e Rodrigo Coutinho, consideram que houve uma evolução no desempenho se comparado com a que o time possuia com Jair Ventura.

América-MG (Evoluiu)

A proposta do técnico Adilson Batista era clara: fechar os espaços pelos lados de campo, proteger o funil e realizar uma transição ofensiva em velocidade. Sem a bola os extremos (Marquinhos e Giovanni) recuavam até a linha dos laterais e procuravam gerar superioridade numérica no setor da bola e fechar as linhas de passe. E mesmo com a linha sustentada, o time mineiro enfrentou dificuldades para impedir as infiltrações do trio Gabriel, Bruno Henrique e Rodrygo. Mas conseguiu se segurar. E em uma jogada rápida e com poucos toques, Marquinhos recebeu na área e foi deslocado. Pênalti convertido por Ruy e que deu tranquilidade e espaços para a estratégia de Adilson Batista ser aplicada. No 2ºT, o Santos aumentou o volume de jogo em busca do gol e o América-MG continuou pondo em prática o plano de jogo. Os zagueiros Matheus Ferraz e Messias foram responsáveis por cortar 31 de 59 jogadas santistas. A pressão foi grande, os espaços apareceram, mas o Santos não conseguiu ser eficaz. Quando tinha a bola, o América-MG não conseguiu encaixar um contra-ataque, pois os jogadores ou tomavam a decisão errada ou executavam erroneamente. Adilson Batista comemora a 2º vitória consecutiva e evolução do Coelho na Série A. O América-MG evoluiu, porém precisa ajustar e treinar comportamentos ofensivos. No jogo de hoje ficou notório que o time ainda tem muito a crescer no momento ofensivo do jogo, foram apenas 2 finalizações em toda partida.

Bahia (Estagnou)

Ao lado do Atlético/MG, o Bahia protagonizou um dos melhores jogos da rodada. O empate por 2×2 foi justo, e o Tricolor começou muito mal. Teve 15 minutos de intensidade baixa sem a bola e lentidão na troca de passes. Previsível e aberto, acabou sendo presa fácil e levou um gol logo no início. Com a desvantagem no placar, o time de Enderson Moreira acordou e passou a colocar em prática a agressividade em forma de associação pelos lados do campo. Para aproveitar, atacava a área com muita gente. A equipe foi a campo no 4-2-3-1 novamente. Melhorou defensivamente no decorrer dos 90 minutos e pressionou, sempre da mesma maneira. No final do jogo se expôs e acabou levando mais um gol em contra-ataque. Também nos acréscimos marcou com Régis, que mais uma vez entrou bem na equipe baiana.

Atlético-MG (Estagnou)

Bom jogo do Galo! Não ganha o carimbo de evolução pela queda na segunda etapa, ocasionada também pelo ímpeto do Bahia e a natural oscilação de uma equipe que perdeu jogadores importantes e entrou em campo com desfalques. Thiago Larghi manteve o esquema tático(4-1-4-1), mas teve Galdezani e Elias como ”meias interiores”. Chará foi o grande destaque. Mobilidade, habilidade e inteligência. Deu o passe para os dois gols. Tanto o marcado logo no início, período em que o alvinegro foi bem superior, quanto o feito por Ricardo Oliveira nos acréscimos. Foi sucumbindo ao longo da partida, perdendo o controle, mas tentou sempre manter a posse de bola e, muitas vezes, mesmo com espaço para encaixar contra-ataques, preferiu tentar ataques mais pausados.

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