BALANÇO TÁTICO - 4ª RODADA - CAMPEONATO BRASILEIRO

Por @RodrigoCout A 4ª rodada do Campeonato Brasileiro chega ao fim e, como de praxe, você acompanha em detalhes o rendimento de cada time. Aqui analisamos o desempenho, e os conceitos de evolução, estagnação e decepção não tem qualquer relação com o último jogo das equipes, mas sim com o modelo de jogo adotado por cada […]

Por @RodrigoCout

A 4ª rodada do Campeonato Brasileiro chega ao fim e, como de praxe, você acompanha em detalhes o rendimento de cada time. Aqui analisamos o desempenho, e os conceitos de evolução, estagnação e decepção não tem qualquer relação com o último jogo das equipes, mas sim com o modelo de jogo adotado por cada uma delas e a execução nas partidas. O Flamengo segue líder, continua evoluindo, mas o grande destaque foi a atuação do Grêmio na goleada sobre o Santos. Que bom assistir os ”recitais” do time de Renato Gaúcho a cada semana. O Palmeiras é outra equipe que merece ser destacada. A competição até aqui tem nível técnico e tático superior ao do ano passado.

FOTO 01


Mesmo muito pressionado, o Vasco fez um bom jogo contra o América/MG. Saiu atrás no placar, mas teve forças para virar. Desde o início do jogo ocupou bem o campo de ataque, mas ansioso e preso na marcação do América não via seu jogo fluir tanto. Os melhores momentos vieram com os deslocamentos de Thiago Galhardo para os lados do campo, buscando associações com laterais e pontas, ou então nas invertidas de jogo, a partir dos zagueiros e de Desabato, para o lado direito, buscando Pikachu e Rafael Galhardo. Criou para empatar no 1° tempo, mas perdeu chances. Na segunda etapa seguiu com a estratégia de alargar o campo e inverter rápido o lado da jogada, desta vez para os dois lados. Caio Monteiro, melhor no 2°tempo, construiu o primeiro gol e marcou o segundo. Bruno Cosendey entrou muito bem. Deu um passe e uma assistência, assim como Kelvin. Construiu a goleada após o Coelho se lançar ao ataque e ficar exposto.

Bruno Cosendey entrou na meia-central e foi muito importante para a vitória do Vasco.
Bruno Cosendey entrou na meia-central e foi muito importante para a vitória do Vasco.

O São Paulo protagonizou um dos melhores jogos do campeonato até aqui no empate por 2×2 com o Atlético/MG. Começou no 3-4-1-2, com Nenê como um meia central e Everton flutuando no ataque. Novamente teve dificuldades em propor o jogo e acabou reagindo mais. Foi seguro defensivamente a maior parte do tempo e suas transições estiveram afinadas. Executou melhor a sua estratégia nos 30 minutos iniciais e abriu o placar. Voltou para o segundo tempo diferente. Marcos Guilherme no lugar de Bruno Alves, que já tinha cartão, e o esquema passou a ser 4-2-3-1, com Everton e o ex-jogador do Furacão nas pontas, e Regis na lateral-direita. Sofreu com a melhora do Galo e os deslocamentos de Gustavo Blanco. Sua boa marcação foi superada pela criatividade adversária e levou a virada, mesmo com a entrada de Liziero no lugar de Nenê, para reforçar o meio. Cueva então saiu do banco para botar Diego Souza na cara do gol e o empate sacramentar o placar final. Tento construído no “perde e pressiona”. Precisa ser mais constante ofensivamente, mas vai evoluindo.

Diego Souza fez um bom jogo atuando como centroavante e fez o gol de empate.
Diego Souza fez um bom jogo atuando como centroavante e fez o gol de empate.

Não fosse os 30 minutos iniciais abaixo em intensidade defensiva, o Galo poderia ter saído do Morumbi com a vitória. Com a bola, mais uma vez se apresentou com uma proposta clara e bem executada. Bola de pé em pé, velocidade na troca de passes, aproximação entre as peças pelos lados, projeção dos homens de meio, atacantes abrindo espaços. Esbarrou na marcação tricolor em alguns momentos, mas teve estratégia para superá-la, principalmente no segundo tempo. Thiago Larghi sacou o apagado Otero pra colocar Cazares. Alterou o esquema do 4-1-4-1 para o 4-2-3-1. Ao invés de Luan, abriu Gustavo Blanco pela direita. Ele saía do lado pra dentro, buscando a entrelinha, as costas dos volantes são-paulinos, gerando superioridade no setor e sendo importante para a virada. Em bobeira de Patric, o Galo sucumbiu à transição defensiva do São Paulo e sofreu o empate logo depois. Seguiu trocando ataques com o adversário, mas não venceu. Atuação de quem mostra que vai brigar na parte de cima da tabela.

Gustavo Blanco foi mais uma vez peça-chave no Galo. Desta vez em nova função no segundo tempo.
Gustavo Blanco foi mais uma vez peça-chave no Galo. Desta vez em nova função no segundo tempo.

O Ceará fez o seu melhor jogo até aqui no campeonato. Encarou o Corinthians dentro da Arena com estratégia bem definida e executada perfeitamente em grande parte do jogo. Marcelo Chamusca desfez o sistema com três zagueiros e montou um 4-2-3-1 com algumas alterações. Rafael Carioca na lateral esquerda, Ricardinho retornou na meia-central, Wescley pela direita da linha de meias e Élton no lugar de Arthur como centroavante. Marcou no seu campo na maior parte dos minutos com muita intensidade e compactação. Sem dúvida foi um time bem mais competitivo e concentrado. Com a bola, buscou jogar com aproximação e ocupação inteligente dos espaços. Fez um golaço com Wescley, mas depois perdeu força ofensiva e foi pressionado até sofrer o empate. No segundo tempo retomou o ritmo dos primeiros 20 minutos e segurou o empate, com direito a duas chegadas muito perigosas.

Wescley comemora ao lado de seus companheiro. O meia canhoto atuou pelo lado direito, buscando a entrelinha, e nela fez um golaço.
Wescley comemora ao lado de seus companheiro. O meia canhoto atuou pelo lado direito, buscando a entrelinha, e nela fez um golaço.

Sem Diego, Maurício Barbieri manteve o 4-1-4-1 do Flamengo, mas com Everton Ribeiro na faixa central, ao lado de Paquetá, e Geuvânio pelo lado direito. Algo que já tinha feito contra a Ponte Preta, pela Copa do Brasil. Nos 15 primeiros minutos o Flamengo teve muita dificuldade pra jogar. Se movimentou pouco e consequentemente não tinha aproximação no campo de ataque. Via o Inter pressionar a sua saída de bola em alguns momentos com intensidade e, de quebra, não tinha uma boa transição defensiva, o que fez com que sofresse. Foi melhorando quando entendeu que precisava igualar a intensidade do adversário pra que seu jogo fluísse. Foi aí que conseguiu se mover mais e melhor, encontrar as associações pelos lados, sobretudo o direito, e empurrar o Colorado pra trás. O processo se intensificou no segundo tempo com a entrada de Guerrero no lugar de Henrique. O time ganhou mais um jogador com perfil associativo e chegou ao gol com Lucas Paquetá, o melhor em campo. A situação melhorou quando Pottker foi expulso. Com mais espaço fez o segundo. Destaque também para o posicionamento da linha defensiva. Time não leva gol há cinco jogos.

Paquetá segue conduzindo o líder Flamengo. É o dono das ações do meio-campo e fez um golaço.
Paquetá segue conduzindo o líder Flamengo. É o dono das ações do meio-campo e fez um golaço.

Enfim o Cruzeiro ”estreou” no Campeonato Brasileiro. Mano Menezes repetiu a escalação que vem ajustando as coisas na equipe de Belo Horizonte. Romero na lateral, Lucas Silva como volante, Rafinha, Thiago Neves e Arrascaeta na linha de meias, além de Sassá como centroavante. O início não foi bom. Teve dificuldades com a marcação adiantada do time do Botafogo, fez muitas ligações diretas sem sucesso, mas a base de muita intensidade e movimentação foi vencendo a barreira e dominando o jogo. Em campo ofensivo passou a envolver o Glorioso com as constantes trocas de posição entre os homens de frente e as infiltrações de quem vinha de trás e dos lados. Muita velocidade na troca de passes. No segundo tempo foi mantendo o ritmo, desgastando o Botafogo, e chegou ao seu gol em cabeçada fulminante de Dedé. Chegou a levar uma pressão depois, mas seguiu perigoso nos contra-ataques. Vitória justa! De um time que vai ganhando uma nova cara e tem a intensidade nas ações como principal característica.

Dedé vai recuperando espaço no futebol brasileiro e sendo importante na versão intensa que vai se aprimorando no Cruzeiro.
Dedé vai recuperando espaço no futebol brasileiro e sendo importante na versão intensa que vai se aprimorando no Cruzeiro.

Mais uma aula de futebol do Grêmio! Desta vez com direito a goleada de 5×1 contra o Santos, a segunda da semana. A forma como se impôs com e sem a bola corroboram ainda mais a certeza de se tratar do melhor time brasileiro dos últimos anos e, por que não, do século. Troca de passes muito afinada, movimentação coordenada, ocupação de espaço perfeita, qualidade técnica… Um atropelo! Teve um pouco mais de dificuldade para entrar na área do Santos em virtude do bom desempenho da linha defensiva rival, mas “amassou” o oponente e fez dois gols no 1°tempo. É bem verdade que levou um tento numa subida de marcação mal feita, mas a grande maioria desses movimentos foram eficazes, tanto que sufocava a saída do Peixe e anulava os contra-ataques adversários com uma transição defensiva perfeita. Maicon e Arthur acabaram com o jogo! Se conseguir escalar mais vezes os titulares no Brasileirão é hoje o principal candidato ao título.

Maicon fez uma partidaça contra o Santos, não só pelos dois gols, mas pelo controle do meio-campo e os passes verticais que acertou.
Maicon fez uma partidaça contra o Santos, não só pelos dois gols, mas pelo controle do meio-campo e os passes verticais que acertou.

Claudinei Oliveira vai conseguindo extrair aquilo que pretende no Sport de forma bem rápida. O Leão bateu o Bahia na Ilha do Retiro fazendo um jogo bem seguro. É um rubro-negro mais reativo, mas isso não quer dizer que o Sport ficou o tempo todo atrás. Pra começar, foi uma equipe bem compacta e firme na abordagem de marcação, agressiva. Travou o time do Bahia a partir dos dez minutos de jogo. Marcava em bloco médio, adiantava as linhas em alguns momentos, roubava a bola no campo adversário e acelerava. Detalhe para a rápida reação dos jogadores. Já buscando dar apoio ao companheiro que tem a bola e resolver rápido a jogada. Rogério funciona muito bem neste sentido. O atacante, que vem jogando na referência, também é ferramenta nos raros momentos de proposição de jogo do Sport. O Leão buscou muitas bolas longas pra ele, que se movimentava sempre em diagonal, partindo do centro para o lado, visando receber em profundidade. Depois que fez 2×0 recuou um pouco mais e foi pressionado no abafa do Bahia. Caiu de rendimento, mas não o suficiente para tirar o selo de evolução. Quando ficou com um homem a mais voltou a ser perigoso. Fellipe Bastos fez um grande jogo!

Fellipe Bastos fez um bom jogo no meio-campo, responsável pelos principais momentos de articulação do Sport.
Fellipe Bastos fez um bom jogo no meio-campo, responsável pelos principais momentos de articulação do Sport.

Grande jogo do Palmeiras! Atuação perfeita em definição e execução da estratégia por parte do time de Roger Machado. A escolha dos titulares foi corretamente pensada para uma marcação mais forte no campo de ataque, buscando impedir a boa saída de bola do Atlético/PR. Moisés iniciou no lugar de Lucas Lima, apesar de ter saído lesionado aos oito minutos, e Willian na vaga de Borja. Na grande maioria do tempo o Porco teve sucesso neste empreitada. Coordenação absurda no posicionamento, intensidade controlada, momentos de muita pressão, em outros não tão forte para equilibrar o desgaste. O Palmeiras forçava erros e rapidamente se reorganizava para atacar. Velocidade, aproximação, ataque aos espaços de forma inteligente. Fez o seu primeiro gol na partida assim. Quando o Furacão vencia essa pressão, a linha defensiva alviverde se comportava muito bem. Com a bola, quando o Atlético adiantava a marcação e impedia a saída curta, o time paulista utilizava o passe longo com critérios, explorando projeções dos atacantes por trás da última linha de defesa adversária. No segundo tempo, fez mais um em jogada ensaiada de escanteio e o terceiro no contra-ataque, quando já havia recuado suas linhas na reta final do jogo. Uma das melhores atuações de uma equipe até aqui neste Campeonato Brasileiro

Willian finaliza para marcar o terceiro gol do Palmeiras. O 'Bigode' foi escalado para ser uma peça que desse mais intensidade na marcação da saída de bola do Furacão.
Willian finaliza para marcar o terceiro gol do Palmeiras. O ‘Bigode’ foi escalado para ser uma peça que desse mais intensidade na marcação da saída de bola do Furacão.

Fábio Carille escalou um time misto. Não teve Balbuena, Rodriguinho, Romero, Clayson, Jadson e nem Matheus Vital desde o início. Entrou em campo no 4-2-3-1 com Roger estreando na referência, Danilo na meia central, e Marquinhos Gabriel e Pedrinho pelos lados. Foi um início muito ruim do Timão! Desconcentrado, passivo sem a bola, e com pouca mobilidade com ela. O desentrosamento e a atitude abaixo do necessário eram bem claros. Levou um gol e despertou. A entrada de Jadson no lugar de Danilo machucado também ajudou a dar movimentação ao time. Maycon entrou no jogo, Pedrinho começou a se destacar, o Corinthians sufocou e o empate saiu na bola parada. No 2° tempo manteve a intensidade da segunda metade da etapa inicial e melhorou a organização, principalmente após a entrada de Matheus Vital no lugar do apagado Marquinhos Gabriel. Esbarrou em decisões mal tomadas, mas poderia ter vencido caso Roger tivesse marcado em chance clara. Mais exposto, sofreu dois contra-ataques muito perigosos, mas o empate foi mantido.

Roger estreou, foi a referência ofensiva do Corinthians, mas ficou devendo uma atuação melhor e perdeu a bola do jogo.
Roger estreou, foi a referência ofensiva do Corinthians, mas ficou devendo uma atuação melhor e perdeu a bola do jogo.

Vitória com muita superação fora de casa conseguida pelo Fluminense. Não ganha o carimbo da evolução porque segue tendo uma construção ofensiva bem irregular. Não há muita pausa no trabalho de bola, algo que só aconteceu no início do 1°tempo, mas em vários momentos do jogo acelerou as jogadas sem ter opções e espaço pra isso. Acabava errando ou ganhando a segunda bola na faixa central e se estabelecendo no ataque. Mais uma vez se entregou muito e foi intenso em tudo que fez, acabou premiado no final com dois gols na bola aérea. Sem a bola teve bastante agressividade, mas apresentou problemas de posicionamento em sua linha de meio, esteve espaçada em alguns momentos, fruto de perseguições mais longas. Linha defensiva bem posicionada. Abel Braga poupou alguns titulares e escalou um time misto. Pablo Dyego entrou muito bem novamente. Pedro foi importante e Nathan Ribeiro estreou com segurança na defesa.

Pablo Dyego fez o gol da vitória tricolor e teve outra boa atuação. Atacante de força e velocidade no intenso time de Abel Braga.
Pablo Dyego fez o gol da vitória tricolor e teve outra boa atuação. Atacante de força e velocidade no intenso time de Abel Braga.

O Paraná Clube segue sem vencer no Brasileirão, mas jogou melhor que a Chapecoense em Santa Catarina. Não leva o carimbo da evolução por seguir com problemas individuais e coletivos em sua ultima linha. Rogério Micale manteve a estrutura tática da equipe no 4-2-3-1 e escolheu Léo Itaperuna e o paraguaio Torito para substituir os lesionados Raphael Alemão e Wesley Dias. Durante os 30 minutos iniciais variou o bloco de marcação. Ora mais adiantado, forçando erros na saída de bola da Chapecoense, ora com o combate acontecendo próximo a linha de meio, onde também fechava bem os espaços. Novamente foi um time agressivo sem bola e criou chances com ela. Outra coisa que se repetiu foi a imprecisão nas finalizações, poderia ter aberto o placar no 1°tempo. Ocupou bem o campo de ataque, buscou jogar com bola no chão e acelerar as jogadas quando podia. Em outros momentos não conseguiu vencer o sistema defensivo adversário. Na segunda etapa levou um gol após falta boba de Cléber Reis, mas empatou logo depois com Carlos. Teve um jogador expulso na reta final, mas mesmo quando esteve completo no 2°tempo, não conseguiu repetir o controle da etapa inicial pela leve melhora da Chapecoense.

Defesa do Paraná Clube precisa melhorar para que a equipe seja mais competitiva no campeonato.
Defesa do Paraná Clube precisa melhorar para que a equipe seja mais competitiva no campeonato.

O América executou muito bem a sua estratégia reativa no 1° tempo. Fechou os espaços com competência, apesar do Vasco ter criado algumas oportunidades, e levou perigo nos contra-ataques. Depois que abriu o placar, porém, baixou muito a intensidade e deixou de fazer o que vinha fazendo. Na segunda etapa, Enderson Moreira saiu do 4-2-3-1 e montou um 4-1-4-1, recuou Serginho e o time perdeu um homem no combate a Desabato e aos zagueiros. Deu liberdade para as inversões de lado e não conseguiu frear o Vasco no terço final do campo. Já em desvantagem tentou sair mais, jogadores de frente entraram, mas além de não produzir, se expôs demais. Acabou goleado!

Rafael Moura marcou de pênalti o gol do Coelho em São Januário. Time começou bem, mas foi superado pelo Vasco.
Rafael Moura marcou de pênalti o gol do Coelho em São Januário. Time começou bem, mas foi superado pelo Vasco.

O Inter fez 15 minutos iniciais muito bons no Maracanã. Bloqueava as investidas do Flamengo com muita intensidade, anulava a saída de bola adversária e assustava em transições a partir do campo rubro-negro. Odair Hellmann fez algum adaptações corretas na equipe para marcar o Mais Querido. D’Alessandro atuou pelo lado direito. Com a bola variava pro centro e até foi perigoso entre as linhas do Flamengo no 1°tempo. Sem ela fechava as investidas de Renê, lateral mais defensivo do oponente. Patrick então formou o trio central ao lado de Rodrigo Dourado e Gabriel Dias. A missão era claramente travar os talentosos meias do Flamengo e acelerar na retomada da bola. Pottker fez o lado direito. Com a bola, o Colorado teve muita dificuldade na saída de trás, mesmo sem o adversário ter tanta intensidade e organização para pressionar. Faltou mais conjunto pra vencer isso. Seus momentos de perigo surgiam após bolas roubadas no campo de ataque. Teve três boas chances no 1°tempo, mas foi sendo empurrado pra trás a medida que o Flamengo, mais qualificado, ia melhorando. O Inter não fez um jogo ruim defensivamente. Bloqueava muito bem as investidas do Flamengo no terço final quando levou um gol de falta. Saiu pra empatar, teve um homem expulso, e levou o segundo. Leva o carimbo da decepção por ter tido apenas 15 minutos de boa execução da sua estratégia.

Patrick foi escalado na faixa central para ajudar a intensificar a marcação na região que Paquetá e Everton Ribeiro jogaram.
Patrick foi escalado na faixa central para ajudar a intensificar a marcação na região que Paquetá e Everton Ribeiro jogaram.

Fez um bom início de jogo o Botafogo. Adiantou suas linhas de marcação e matou a saída do Cruzeiro durante pelo menos 20 minutos. No período, mesmo sem criar tantas chances, tamanha a intensidade do adversário para marcar, foi mais perigoso. Parece que foi se desgastando mais do que o normal ao passar dos minutos e ficou bem abaixo em intensidade no restante do jogo. Até manteve-se organizado, mas não conseguia ter agressividade para marcar com regularidade e não encontrava as conexões de ataque que costuma usar. Valentim tentou empatar colocando Luiz Fernando, João Pedro e Kieza. Tornou o time mais ofensivo, mas mesmo ensaiando uma pressão não conseguiu. Foi um jogo em que não impôs o seu ritmo nem no momento defensivo e nem no ofensivo. Um alerta que precisa ser mais competitivo em jogos desta natureza.

Botafogo não teve a intensidade necessária para fazer frente ao Cruzeiro no Mineirão.
Botafogo não teve a intensidade necessária para fazer frente ao Cruzeiro no Mineirão.

Mais um jogo sem vencer no Brasileirão. O Vitória apresentou problemas recorrentes na derrota para o Fluminense no Barradão. Vagner Mancini pôs em campo um time mais ofensivo. Rhayner como volante ao lado Uillian Corrêa. Wallyson ganhou chance pelo lado esquerdo, mas a limitação coletiva para construir jogadas continuou. Na única jogada trabalhada que conseguiu fazer no 1°tempo saiu o gol. Tirando isso, muita precipitação e aceleração de jogadas sem ter necessariamente esta condição. Defensivamente teve intensidade, mas em diversos momentos esteve mal posicionado, fruto de algumas perseguições mal compensadas. Transição defensiva bem irregular. Com a vantagem no placar, passou a marcar mais atrás pra tentar ampliar em contra-ataques, mas não teve regularidade. Por fim, sofreu a virada em falhas na bola aérea defensiva.

Rhayner foi escalado como volante, mas o Vitória não jogou bem de novo.
Rhayner foi escalado como volante, mas o Vitória não jogou bem de novo.

O Santos foi inteiramente dominado pelo Grêmio e volta pra casa com uma goleada de 5×1 na bagagem. A estratégia reativa não funcionou! O Peixe até bloqueou bem a entrada do adversário em seu terço defensivo no 1°tempo, mas sucumbiu mediante a qualidade rival. Saída de bola bem pobre, pouca movimentação para fugir da marcação adiantada do Grêmio. Também não conseguiu encaixar contra-ataques por não superar o Tricolor nas transições. Ficou acuado o jogo inteiro, saindo um pouco mais somente depois do terceiro gol gremista. Fez o seu tento ainda no 1° tempo em subida de marcação mal feita pelo Grêmio. Deixou uma péssima impressão. Foi um time covarde.

Rodrygo tentando marcar Arthur na saída do Grêmio. Santos foi inteiramente dominado.
Rodrygo tentando marcar Arthur na saída do Grêmio. Santos foi inteiramente dominado.

O Bahia até começou bem enfrentando o Sport na Ilha do Retiro, mas a partir do momento que a equipe da casa encontrou o encaixe e o tempo de marcação, o Tricolor travou! Tentava propor o jogo, mas faltava uma movimentação coletiva mais bem definida. Tentou como de praxe as associações pelos lados, mas acabou anulado pelo Sport. Deu muitas transições ofensivas ao adversário, e nem sempre reagia bem. De uma forma geral, atuação bem abaixo do que o Bahia pode. Foi para o intervalo perdendo e levou o segundo gol logo no início da segunda etapa. Guto Ferreira fez substituições, o time ensaiou uma pressão, criou boa chance na base do abafa, mas perdeu força após a expulsão de Ítalo. Principais peças criativas do Bahia seguem devendo. Vinícius e Zé Rafael de novo apagados, mas será que não rendem por não terem um contexto coletivo que os favoreça?

Bahia foi superado pela estratégia do novo Sport que vai nascendo com Claudinei Oliveira.
Bahia foi superado pela estratégia do novo Sport que vai nascendo com Claudinei Oliveira.

Atuação bem decepcionante do Atlético/PR. No 1º tempo até conseguiu ser competitivo, mas já enfrentava muitos problemas com a marcação adiantada do Palmeiras. Mostrou que precisa desenvolver mais os conceitos da saída de bola curta acumulando muitos atletas e movimentos de apoio ainda em campo defensivo. Estratégia louvável, mas que precisa de ajustes contra equipes deste nível. Errou mais do que o indicado e demorava para se recompor, transição defensiva muito ruim em toda a partida. Quando chegava ao campo de ataque trabalhando a bola, se precipitava na entrada do terço final, sempre forçando passes, cruzamentos ou pecando nas finalizações. Na segunda etapa, foi uma equipe ainda mais passiva sem a bola. O segundo gol é o retrato fiel disso. Fernando Diniz tornou o seu time ainda mais ofensivo, chegou a diminuir o marcador nos acréscimos, mas já havia levado o terceiro no contra-ataque.

Carleto sem espaço, tendência que se seguiu em boa parte da partida para os atletas do Furacão, sobretudo na saída de bola.
Carleto sem espaço, tendência que se seguiu em boa parte da partida para os atletas do Furacão, sobretudo na saída de bola.

A Chapecoense fez um jogo pavoroso do ponto de vista ofensivo contra o Paraná na Arena Condá. Até tentou propor, mas sua saída de bola péssima não deixou que o jogo fluísse. Rafael Thyere, Douglas, Amaral, Elicarlos e Márcio Araújo acumularam erros com a bola. Júnior Santos esteve inoperante. A única opção de jogada era a bola longa buscando a vitória pessoal de Wellington Paulista ou dos laterais.

Defensivamente não se comportou mal, mas a insegurança gerada pela pobreza com a bola, acabou atrapalhando a concentração sem ela, e a Chape deu mais chances que o normal ao adversário. Não fosse por Jandrei, iria para o vestiário perdendo. Gilson Kleina montou sua equipe num 4-1-4-1 inicialmente, com Elicarlos pela direita, Amaral à frente da defesa, Júnior Santos e Márcio Araújo pela faixa central, e Artur Caíke pela esquerda. Depois abriu Márcio Araújo pela direita, trouxe Elicarlos para jogar ao lado de Amaral, adiantou Júnior Santos pra meia-central, montou um 4-2-3-1, não adiantou.

No 2°tempo armou um 4-3-3 com Leandro Pereira como centroavante, Wellington Paulista partindo do lado direito e Junior Santos sacado. O time melhorou um pouco, principalmente após a entrada de Canteros. Seguiu com construção coletiva pobre, mas com mais presença no ataque. Acabou marcando com Artur Caíke de falta e sofreu o merecido empate logo depois. Teve um homem a mais nos últimos 15 minutos, mas nem assim conseguiu fazer uma pressão efetiva.

Gilson Kleina conversa com Wellington Paulista tentando acertar o time. Trabalho do treinador muito voltado para a parte defensiva e pobre demais ofensivamente.
Gilson Kleina conversa com Wellington Paulista tentando acertar o time. Trabalho do treinador muito voltado para a parte defensiva e pobre demais ofensivamente.
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