BALANÇO TÁTICO - 6ª RODADA - CAMPEONATO BRASILEIRO

Por @RodrigoCout A sexta rodada do Campeonato Brasileiro traz um novo líder para a competição. O Atlético/MG venceu o clássico contra o time reserva do Cruzeiro e contou com tropeços de Flamengo e Corinthians para assumir a ponta. Quem lê semanalmente o Balanço Tático sabe que não surpreende pelo rendimento que o Galo vem tendo. […]

Por @RodrigoCout

A sexta rodada do Campeonato Brasileiro traz um novo líder para a competição. O Atlético/MG venceu o clássico contra o time reserva do Cruzeiro e contou com tropeços de Flamengo e Corinthians para assumir a ponta. Quem lê semanalmente o Balanço Tático sabe que não surpreende pelo rendimento que o Galo vem tendo. Outra equipe que merece destaque é o Fluminense, que teve outra grande atuação e sobe na tabela. São Paulo e Palmeiras aumentaram suas cotações. Vasco e Paraná se superaram.

Foto 01

O Balanço Tático analisa o rendimento das equipes a cada jogo. O resultado para nós não tem a mesma importância que costuma se dar na ”grande imprensa”. Aqui falamos sobre como os times se comportaram de acordo com suas estratégias nas diferentes fases do jogo, o que fizeram para suplantar um ponto forte ou aproveitar uma fragilidade do adversário. O rendimento!


Se o Vasco apresentasse a organização defensiva e a concentração que teve contra o Flamengo no último sábado, em todos os jogos da temporada, não estaria vivendo um 2018 tão turbulento. Principalmente por que trata-se de uma equipe que possui bom padrão ofensivo. Zé Ricardo contou com o retorno de Thiago Galhardo e o escalou como homem mais avançado do meio. Botou Yago Pikachu pela esquerda e Wagner  pela direita, para encaixar melhor com as características dos laterais rubro-negros. O Cruzmaltino variou entre o 4-4-2 para defender, com mais uma vez Desabato e Bruno Silva como volantes, e o 4-1-4-1 para atacar, com Rios saindo da referência e circulando bastante a intermediária, e Thiago Galhardo infiltrando na defesa rubro-negra ou flutuando entre as linhas de marcação. Foi melhor que o maior rival até os 35 minutos de jogo, quando além de apresentar muita compactação entre os setores, foi agressivo com e sem a bola. Saiu com um empate da etapa inicial, mas poderia até ter vencido. No 2° tempo trouxe o bloco de marcação mais pra trás, seguiu muito bem defensivamente, praticamente não dando chances, mas não teve força para contra-atacar. Muitos atletas sentiram a intensidade do jogo, e Evander e Kelvin não entraram bem. No fim ainda teve Breno e Riascos expulsos em uma confusão generalizada.

Vasco

Terceiro jogo em casa, terceira boa atuação do Coelho. Na base do bom trabalho e do planejamento o América está no G6 do Brasileirão. Tem padrão! Novamente tomou a iniciativa do jogo sendo muito agressivo pelos lados do campo, buscando muitas associações entre os laterais e o pontas, com constantes apoios de Serginho e dos volantes. Enderson Moreira deu chance a Zé Ricardo ao lado de Leandro Donizete. Aderllan entrou pelo lado direito do meio-campo e Judivan na referência ofensiva. Foram muitos ataques perigosos no 1°tempo, mas a grande maioria interrompida pela dupla de zaga do Botafogo no momento de definição. Sem a bola, o América marcou em bloco médio no 1°tempo, sempre bem compacto e intenso, correu poucos riscos. No segundo tempo adiantou um pouco mais o posicionamento e inibiu a posse do Botafogo. Enderson foi fazendo substituições e vendo o seu time se aproximar da vitória. Duas destas substituições foram decisivas. Juninho marcou em jogada de Rafael Moura. Com a vantagem, recuou novamente e anulou o as investidas do Botafogo.

América Mineiro

O Fluminense teve mais uma atuação muito boa, mas desta vez venceu. Bateu o Atlético/PR com autoridade, jogando a sua maneira: muita intensidade, velocidade na troca de passes e transições ofensivas eficientes. No 1°tempo teve uma mudança na sua linha de meio. Jadson atuou aberto pela direita, fazendo uma ótima dobradinha com Gilberto, e Sornoza foi jogar ao lado de Richard na faixa central. Marcos Jr formou do lado esquerdo. O Tricolor não adiantou a marcação, marcou em bloco médio e teve muita compactação. Negou espaços ao Furacão e com a bola atropelou. Poderia ter ido para o intervalo com uma vantagem maior do que 2×0. No início da segunda etapa, já com a formação original do meio-campo, teve duas boas chances antes dos dez minutos e administrou no restante do tempo. Bloqueou a maioria das investidas do Atlético com muita organização em sua linha defensiva e na prática só levou dois sustos, muito bem defendidos por Julio César.

Fluminense

Mesmo sem o atacante Dudu, um de seus principais jogadores, o Palmeiras enfim teve uma atuação convincente no Brasileirão e bateu o Bahia por 3×0. Willian foi o escolhido e se tornou uma peça importante dentro do coletivo forte do Verdão. O principal mérito foi a marcação muito forte e organizada na saída de bola adversária, seja mais adiantada ou a partir da linha de meio-campo. Na retomada da posse, muita velocidade e conjunto para aproveitar a desguarnecida defesa baiana. Construiu o resultado ainda no 1º tempo nesta base, além de organização na rotação da bola. Sofreu alguns sustos também por méritos do oponente, mas nada que pudesse ameaçar a vitória. Grandes atuações individuais: Borja, Felipe Melo e Lucas Lima principalmente. Na segunda etapa, administrou bem e ainda perdeu duas chances incríveis para golear.

Palmeiras

Mais uma demonstração de extrema competitividade do São Paulo. Segue como único invicto do campeonato, mas agora com uma vitória contra o Santos. Resultado merecido por ter dominado o Peixe em todas as fases do jogo na maior parte do tempo. Aguirre montou um 4-2-3-1 com Anderson Martins e Bruno Alves na zaga, Hudson e Jucilei como volantes. Marcos Guilherme ganhou chance no lado direito da linha de meias, Nenê ficou centralizado, Everton à esquerda e Diego Souza como centroavante. O Tricolor começou adiantando a marcação com eficiência e causando problemas ao Santos.

Com a bola, ou acelerava quando havia possibilidade, ou soltava bem os laterais, contava com Nenê se aproximando dos lados e servindo como base para as triangulações. Criou quatro boas chances antes dos 30 minutos e depois recuou suas linhas, bloqueando as investidas do adversário com tranquilidade. Na segunda etapa voltou à carga ofensiva e quando começava a sofrer mais riscos, marcou com Diego Souza. Depois recuou novamente e demonstrou muita organização defensiva, além de intensidade. Teve o jogo controlado pelo menos até os 35 minutos. Depois levou uma pressão na base do ”abafa”, mas a vitória merecida se concretizou.

São Paulo

Pela primeira vez no campeonato o Paraná consegue passar 90 minutos defendendo a própria área de forma eficaz. Evolui porque a manutenção na Série A passa por fazer mais jogos como este contra o Grêmio. Rogério Micale alterou radicalmente o comportamento da equipe. Se em quatro dos cinco jogos anteriores foi um time mais solto, desta vez não teve nenhum pudor em se fechar para depois pensar no contra-ataque. Leandro Vilella, Jhonny Lucas e Torito Gonzalez fizeram a faixa central do 4-1-4-1. Caio Henrique foi jogar como ”falso 9”. Carlos e Silvinho foram muito bem pelos lados.

Defensivamente fez um jogo praticamente perfeito. Só sofreu nos minutos finais em bolas alçadas na área. Outro fator de melhora foram as presenças de Néris ao lado de Cleber na zaga, Junior Santos na lateral – na vaga de Alemão -, e Thiago Rodrigues no gol. Deram mais segurança ao time. A partir dos 30 minutos do 1º tempo começou a incomodar com contra-ataques esporádicos, quase sempre puxados por Silvinho. No 2º tempo, até flertou com a ofensividade e levou perigo em duas finalizações, se as bolas entrassem teria sido um jogo perfeito. A partida demonstrou qual precisa ser o modelo do Paraná em 80% das partidas da Série A atualmente.

Paraná

Vitória justa do Atlético/MG no clássico contra o Cruzeiro, que mesmo com o time reserva vendeu caro os pontos. O triunfo dá a liderança para o Galo, que vem fazendo jus a posição com um ótimo futebol jogado no Brasileirão. Thiago Larghi barrou Patric e Leonardo Silva. Os jovens Émerson e Bremer ganharam vaga na equipe. Elias substituiu o suspenso Gustavo Blanco e foi muito bem. Luan voltou à ponta e Cazares completou a faixa central no 4-1-4-1 do alvinegro.

Dentro do Independência, tomou a iniciativa e pôs em prática o seu estilo recente. Troca rápida de passes, muitos movimentos de apoio, intensidade com e sem a bola, pressão pós-perda eficaz e ocupação inteligente dos espaços. Luan flutuou bastante para a faixa central e abriu o corredor para as ultrapassagens de Émerson, mas faltava mais companhia ao jovem lateral. O mesmo não acontecia do outro lado, onde Fabio Santos e Roger Guedes produziram os melhores momentos para o Atlético a partir de suas associações. O time construiu, em vários momentos sufocou o Cruzeiro, mas a intensidade pura cobrou o seu preço nos últimos 15 minutos do 1º tempo. Houve uma queda na produção. Na segunda etapa, quando vivia o seu momento mais oscilante do jogo, construiu o gol com uma lindíssima jogada coletiva. Foi ajudado pela justa expulsão de Mancuello e teve mais espaço. Depois passou a aproveitar muitos contra-ataques, já que o Cruzeiro saiu para tentar empatar, mas o placar ficou mesmo no 1×0, outro gol do artilheiro Roger Guedes, que agora tem cinco no Brasileirão.

Atlético Mineiro

O rubro-negro carioca acabou frustrando a sua torcida, que compareceu em número muito maior ao Maracanã. Pela diferença técnica entre as equipes e os momentos bem distintos, talvez esperava-se um domínio maior, mas como o ditado diz: “futebol é dentro de campo”. E a verdade é que nas quatro linhas o Flamengo fez um jogo mediano. Seu principal problema foi a parte defensiva, principalmente nos primeiros 30 minutos. Havia muito espaço entre a linha de defesa e a linha de meio-campo. Por ali, o Vasco criava e levava perigo. Outra postura errada defensivamente era a abordagem de marcação. Passiva, com exceção de Cuellar, Paquetá e a linha de defesa, o que não igualava a intensidade Cruzmaltina.

Com a bola, o Mais Querido não fez um 1°tempo ruim. Ocupou bem os espaços, teve paciência pra furar o bloqueio, rodou a bola, foi muito mais seletivo do que em outros jogos na entrada do terço final. Chegou a abrir o placar, mas levou o merecido empate. Barbieri repetiu a variação entre o 4-1-4-1 e o 4-2-3-1 com a bola, a partir da movimentação de Paquetá. Por vezes mais recuado ajudando Cuellar a construir, por vezes mais avançado, perto da área adversária. Sem a bola, duas linhas de quatro, com Diego e Dourado à frente delas. O centroavante fez mais um jogo abaixo. O perfil da equipe pede um “9” mais associativo e menos posicional na área. No 2°tempo o Flamengo melhorou defensivamente, mas também contou com o recuo rival. E ofensivamente viu sua produção cair, fruto da queda física dos principais jogadores e da demora de Maurício Barbieri para mexer no time. Perdeu Rever lesionado, além de Rhodolfo e Cuellar, expulsos em confusão no fim.

FlamengoTriunfo importante do Vitória sobre o Ceará e mais três pontos na tabela de classificação. O rendimento, porém, não foi o ideal. Mancini barrou Caíque e promoveu  a estreia de Elias na meta. Sem Filipe Soutto, não pôde repetir a escalação da vitória contra o Vasco. José Welison entrou no setor e jogou bem. Houve oscilação e pouco controle. Por mais que tenha tomado a iniciativa de atacar e até tenha conseguido fazer de forma mais organizada do que nós últimos jogos, faltou mais constância ao Leão. Em algum momentos tinha boa sequência de posses no campo ofensivo, em outros errava bastante.

Sem a bola, não adiantava a marcação. Recuava suas linhas e se fechava para explorar os contra-ataques. Apresentava alguns problemas de posicionamento pelo setor esquerdo da defesa, mas não sofreu grandes sustos. Construiu o gol no seu ponto forte: contra-ataque. Com a vantagem, deixou de valorizar a posse quando a recuperava. Passou a ser mais pressionado, as falhas defensivas tornaram-se mais claras e o empate saiu. Precisando vencer, foi atrás do resultado é conseguiu um pênalti logo depois com Lucas Fernandes, que mais uma vez entrou bem. Neílton marcou.

Vitória

Mais uma partida em que o Ceará perde basicamente pelos problemas defensivos. A grosso modo: é um time pouco competitivo, que marca com o “olho”, só acompanha, “agride” pouco, e tem muitos problemas de posicionamento. Marcelo Chamusca, demitido após a partida, tentou ajustar os defeitos na retaguarda promovendo a estreia de Samuel Xavier na lateral e o retorno de Rafael Pereira na zaga. Valdo e Pio foram para o banco. Pio, aliás, pelo nível que apresentou no último jogo, poderia ganhar chance na linha de meio. O esquema foi o 4-2-3-1, com Richardson e Juninho como volantes. Ricardinho na meia central. Élton novamente na referência, e pelos lados Wescley e Éder Luís. Felipe Azevedo foi pro banco. Romário substituiu o suspenso Rafael Carioca na lateral-esquerda. Ofensivamente o Ceará fez um bom jogo. Tomou conta da posse de bola. Ocupava bem o campo de ataque e, a eficiência perto do terço final que faltava no 1°tempo, sobrou na segunda etapa com as entradas de Felipe Azevedo e Hyuri. Ricardinho foi recuado. O time ganhou mais agressividade e empatou. Criou chances, mas novamente sucumbiu defensivamente.

ceará

O Grêmio foi até Curitiba jogar contra o Paraná e, apesar de pressionar o jogo todo, não conseguiu a vitória. Renato Gaucho teve desfalques que influenciaram diretamente na criação de jogadas da equipe. Arthur e Everton, muito importantes neste aspecto estiveram fora. Jailson e Maicosuel foram os substitutos. Geromel também não jogou, mas Bressan novamente não comprometeu. André foi o centroavante. O Tricolor Gaúcho buscou impor o seu estilo. Ditou o ritmo da partida, trocou passes, movimentou, controlou na faixa central e tentava acionar os lados rapidamente já no terço final para gerar desequilíbrios. Pela segunda rodada seguida, porém, esbarrou em uma equipe organizada e aplicada para defender. Obviamente também faltou ao Imortal mais profundidade e aproximação pelo lado esquerdo para que Cortez não ficasse tão sozinho. Maicosuel esteve perdido em campo e não encontrou o tempo certo da movimentação. Praticamente não levou perigo na primeira etapa. Defensivamente teve a transição outra vez muito bem afinada, controlando a maior parte dos contra-ataques do Paraná. Na segunda etapa a história se repetiu até Renato mudar o time e colocar mais homens de frente. Nos últimos minutos passou a apostar na bola alçada na área e quase marcou em duas ocasiões, mas em contrapartida sofreu mais com os contra-ataques.

Grêmio

Sem poder contar com Marlone e Fellipe Bastos, Claudinei Oliveira promoveu estreias e mudou a formatação tática do Sport no empate contra o Corinthians na Arena Pernambuco. Montou uma variação entre o 4-2-3-1 e o 4-4-2, tendo Rafael Marques como centroavante e uma linha de meias com Rogério, Everton Felipe e Gabriel. Eles revezavam bastante o posicionamento e, em alguns momentos, quando Rogério caia para a faixa central, a equipe se posicionava basicamente com dois atacantes centrais, já que o camisa 90 sempre buscava movimentos de profundidade, ficava pouco entre a linha de meio e de defesa do Corinthians.

O Leão começou o jogo marcando em bloco médio, apostando mais na reatividade e conseguindo duas boas escapadas antes dos 20 minutos. Com o passar dos minutos e a queda de intensidade do adversário, foi ficando mais com a bola e propondo também o jogo. Faltava mais repertório. O time logicamente sentiu a mudança tática e a ausência de dois jogadores que vinham sendo importantes. Até buscava se movimentar e era agressivo, mas esbarrava no bom sistema defensivo do Timão. Sem a bola, também não repetiu o desempenho. Apesar de intenso, apresentou alguns problemas de posicionamento, principalmente à frente da área. Anselmo e Neto Moura eram puxados para os lados pela movimentação dos meias corintianos e havia pouca compensação. Na segunda etapa o panorama mudou pouco até o gol do oponente sair. Claudinei colocou Carlos Henrique e Michel Bastos, ganhou mais agressividade e empatou. Na reta final do jogo pressionou, mas não conseguiu a virada.

Sport

Fabio Carille mandou a campo um Corinthians com apenas quatro titulares. Armou a equipe no 4-1-4-1 com Walter na meta, Pedro Henrique na zaga, Juninho Capixaba na esquerda, Paulo Roberto e Matheus Vital como meias interiores, Pedrinho e Junior Dura nas extremas, e Roger como centroavante. Começou controlando o jogo, parecia que ditaria o ritmo da partida. Com a posse, trocava passes com paciência e iludia a defesa do Sport com uma boa movimentação. Faltava, porém, mais chegada dos homens de meio ao ataque. O Timão acessava o terço final do campo com poucos jogadores. Defensivamente, apesar de organizado no posicionamento, sofria um pouco pela baixa intensidade da equipe na abordagem de marcação e a insegurança de alguns atletas sem ritmo. Com o cenário, foi perdendo o controle do jogo e a partida ficou equilibrada. Fez um gol com Roger no segundo tempo, mas sofreu o empate logo depois. Novamente oscilou no tempo complementar e terminou o jogo sendo pressionado.

Corinthians

Pensando no jogo desta terça-feira contra o Racing, Mano Menezes só escalou um titular: o goleiro Fábio. A proposta era claramente se fechar e surpreender o maior rival na retomada da bola. O esquema utilizado foi o 4-4-2, com Ezequiel, Manoel, Murilo e Marcelo Hermes na defesa. Bruno Silva e Ariel Cabral como volantes, Robinho e Mancuello pelos lados, além de Sobis e Raniel no ataque. O time bloqueava bem, na medida que o entrosamento e o ritmo de jogo permitiam, mas tinha dificuldades na hora de acelerar após a retomada da bola. Não havia tantas opções de velocidade, a maior delas era Raniel. A pressão pós-perda do Galo também não permitia maiores reações. Mesmo assim foi uma equipe que competiu bastante, muita intensidade, e chegou a ter uma grande chance com Bruno Silva quando o jogo estava 0x0 e Mancuello já havia sido expulso. Com um a menos ficou ainda mais difícil segurar o ímpeto dos titulares do arquirrival. Depois de levar o gol, ainda tentou sair e Mano promoveu a entrada de jogadores mais ofensivos, mas a derrota veio.

Cruzeiro

O Internacional venceu por 3×0 a Chapecoense e certamente isso é o que mais importa no momento. A equipe não fazia gol há um mês e a pressão era muito grande em cima do técnico Odair Hellmann. Então o resultado serviu para amenizar o cenário. Esta seção, porém, se dedica a avaliar o desempenho das equipes e o do Inter não pode ser considerado inteiramente satisfatório, mesmo com o elástico placar. Novamente sem D´Alessandro por lesão, o treinador colorado escalou Lucca. Trouxe Patrick para o centro do campo, ao lado de Edenilson na segunda linha de quatro do 4-1-4-1 da equipe. Lucca entrou pelo lado esquerdo. Um meio-campo repleto de jogadores com característica de transição contra uma equipe que se fecha e busca o contra-ataque. O resultado foi um 1º tempo muito pobre do Inter em fase ofensiva. O time ficou travado nos encaixes de marcação da Chapecoense, não conseguia ter aproximação, troca fluída de passes. A estratégia muitas vezes era a bola longa. Em diversos momentos, os pontas ”desciam” o campo para buscar a bola com os zagueiros e executar um passe longo para os laterais, que faziam as ultrapassagens pelos flancos. Pouco adiantou.

Sem a bola, era agressivo na pressão pós-perda, mas quando o adversário superava esse primeiro momento sofria. Recebeu uma bola na trave pouco antes de Lucca abrir o placar em belo chute de fora da área. Jogada que começou num raro contra-ataque e que contou com a dedicação de Leandro Damião para recuperar uma bola perdida. No 2º tempo, mesmo mais confiante, e com a marcação ligeiramente mais adiantada, não conseguiu controlar a partida. Ficou trocando ataques com a Chape, mas sua maior qualidade prevaleceu e mais dois gols foram marcados. Que o resultado não iluda!

Internacional

Terceira atuação consecutiva abaixo do que pode do Botafogo neste Brasileirão. Começou o jogo com Bochecha no meio-campo e Renatinho pelo lado esquerdo. Luiz Fernando pela direita. Levou pro campo a estratégia de marcar a partir da linha de meio, mas novamente ficou devendo em concentração e intensidade, apesar de mais bem posicionado do que em jogos recentes. Só não sofreu o gol na primeira etapa pela boa atuação de sua dupla de zaga. Ofensivamente produziu apenas uma oportunidade no 1°tempo. Teve pouca profundidade. Renatinho não rendeu pela esquerda. Brenner ficou isolado e Luiz Fernando era a única opção mais aguda. Quem poderia ajudar neste sentido era o volante Matheus Fernandes, mas também participou pouco no último terço. O Botafogo até tinha uma boa saída de bola, mas não progredia no campo. No 2° tempo a coisa piorou quando o Coelho adiantou suas linhas. Foi ainda mais pressionado e não conseguiu reagir. Mesmo com as substituições promovidas por Alberto Valentim, não melhorou em campo, apesar da leve pressão no final do jogo.

BotafogoNova decepção com o Atlético/PR, desta vez contra o Fluminense no Rio de Janeiro. Voltou a ser uma equipe letárgica sem a bola, lenta na transição defensiva e passiva na abordagem de marcação. Com ela, demorou cerca de 20 minutos para construir a sua primeira boa jogada. Esteve abaixo também. Sem a mesma criatividade de outros jogos, pouco agressiva e ineficiente, movimentação muito pobre para gerar as linhas de passe e vencer a intensidade tricolor. Fernando Diniz teve alguns desfalques e voltou a escalar Carleto na zaga, desta vez ao lado de Thiago Heleno e Zé Ivaldo. Pavez começou na ala direita e Renan Lodi na esquerda. Camacho e Lucho como volantes. Guilherme, Raphael Veiga e Pablo mais a frente. Perdeu Pavez logo aos 14 minutos, colocou Rossetto. No 2° tempo voltou com Ribamar e recuou Lucho para a zaga, além de Raphael Veiga na ala direita. Depois tirou Rossetto e recuou Guilherme. Muitas mexidas e pouco resultado. Seguiu mal defensivamente e sem inspiração no ataque, apesar de duas chances criadas na base do ”abafa”.

Atlético Paranaense

Por mais que não tenha tido um desempenho ofensivo ruim – criou algumas chances -, o Bahia decepciona pela forma desconcentrada com que encarou o melhor elenco do Brasil atualmente. Sem Élton, Guto Ferreira escalou Édson como volante, ao lado de Grégore, mas a atitude do sistema defensivo como um todo deixou muito a desejar. Sempre abaixo do ataque palmeirense em intensidade e disperso. Dando espaço entre as linhas, demorando a reagir quando perdia a bola na saída para o jogo. Há também a inegável qualidade do adversário, mas era possível resistir mais. Ofensivamente fez um bom jogo, inclusive criando oportunidades quando a vantagem do Porco ainda era de um gol. Utilizou as trocas de passes buscando as associações pelos lados. No 2º tempo teve mais a bola, mas criou pouco. Encontrou dificuldades com a organização defensiva palmeirense. Edigar Junio fez falta também pela sua movimentação no terço final. Junior Brumado o substituiu, gerou mais presença de área, mas pouca mobilidade na frente.

Bahia

Outra atuação muito decepcionante do Santos. Jair Ventura recolocou Renato no time. O experiente volante jogou ao lado de Vitor Bueno no 4-1-4-1 do Peixe. David Braz voltou à zaga. No ataque, uma mexida: Sasha como centroavante e Gabriel como ponta. O alvinegro teve problemas em todas as fases do jogo. Começou tendo muitas dificuldades para encaixar um ataque de jogada trabalhada. Parava na marcação mais adiantada do São Paulo, não conseguia trocar uma sequência de três passes em progressão. Errava muito! Sem a bola, tinha uma linha defensiva bem postada, mas exposta. Fruto da pouca participação de Rodrygo e Gabriel na recomposição pelos lados, e da pouca intensidade de Vitor Bueno e Renato para marcar. Alison ficou muito sobrecarregado e o São Paulo foi criando chances. No final da primeira etapa conseguiu sair um pouco mais, principalmente usando o lado esquerdo, com retenção de bola de Rodrygo e ultrapassagens de Dodô, mas no terço final parecia sem saber o que fazer. Na segunda etapa, o jogo ficou mais aberto e o gol do São Paulo saiu. Depois disso teve mais a bola e pressionou muito mais na base do ímpeto do que da organização. Jair Ventura empilhou atacantes e o Santos chegou a ter duas boas oportunidades, mas não seria merecido empatar.

SantosDepois de uma vitória e um respiro contra o time reserva do Flamengo, a Chapecoense voltou ao seu “normal”. Jogou mal e perdeu para o Inter no Beira-Rio. Sem Rafael Thyere suspenso, Gilson Kleina optou por Luiz Otávio para substituí-lo. O restante da equipe foi o mesmo. 4-1-4-1 com Canteros no meio-campo. Guilherme e Artur Caíke pelas pontas. Até conseguiu executar bem a sua estratégia antes de sofrer o primeiro gol. Marcava bem e travava o meio-campo do Inter com seus encaixes. Mesmo sem tanta intensidade quanto em outros jogos, era um time organizado defensivamente. Com a bola tinha em Canteros a sua principal ferramenta para criar algo, seja na insossa fase ofensiva, ou nas perigosas transições. Em uma delas acertou a trave, mas sofreu o gol logo depois. Precisou sair mais para o ataque e, além de não demonstrar qualquer ideia bem executada para fazer isso, deu espaços. Sofreu dois gols e foi merecidamente derrotada.

Chapecoense

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