Em meio ao caos, Barcelona busca reformulação com De Jong, Pedri, Ansu e Ronald Araújo

O Barcelona vem passando por uma renovação de elenco e reformulação dentro da equipe que fez jovens jogadores tomarem espaço e assumirem protagonismo. Mas como podemos entender isso analisando todo o cenário em que o clube viveu nos últimos anos?

Futebol sempre foi um esporte bastante popular e motivo de entretenimento para todo o mundo. Depois do rádio, a televisão contribuiu extremamente para tamanha popularidade e ainda é o principal interlocutor nesse sentido. Com a chegada da internet muito se é discutido sobre como ela pode, de certa forma, tomar o lugar de um veiculo tão denso e acessível como a televisão. No Brasil não temos garantia de internet de boa qualidade para todos – um em cada quatro brasileiros não têm acesso à internet segundo pesquisa feita pelo IBGE –, já a TV podemos dizer que sim.

Mas por que esse assunto? Bom, parte dos brasileiros que têm acesso à internet atualmente, consegue maior compreensão do que acontece no dia a dia por toda a constância como conteúdos são encontrados com certa facilidade. Produzir esses conteúdos gera ainda mais discussão entre aqueles que não conseguem oportunidades em um espaço com grande audiência e aqueles que querem ver opiniões diferentes. Isso indica ainda mais discussões e debates sobre tudo que envolve o futebol contemporâneo, e as redes sociais conduziram isso.

Dessa forma, vemos todos os dias diversos conteúdos envolvendo o futebol, seja tratando sobre questões burocráticas, táticas ou humanas. O cenário é bastante complexo, entender o contexto é indispensável. E querendo ou não a internet trouxe ainda mais informação para aqueles que têm acesso a ela. E assim, começamos a entender ainda mais situações de clubes, jogadores e treinadores.

Gigantes europeus passam por processos de reconstrução de elenco, jogadores vem e vão, e a tal da reformulação vem sendo falada bastante nos últimos anos e bem vista e compreendida pelos torcedores dos mesmos. Já disponibilizamos conteúdos sobre os três grandes espanhóis se tratando desse assunto. Mas hoje iremos falar exclusivamente de um deles: o Fútbol Club Barcelona.

A reformulação e o contexto blaugrana

O Barcelona é historicamente um dos clubes mais influentes no futebol e assim tem torcedores pelo mundo todo. Atualmente, o time passa por uma fase de renovação de elenco, com novas peças sendo introduzidas e velhos ídolos deixando saudades ao darem adeus.

A necessidade por vencer acaba atrasando todo e qualquer plano de um clube gigante em relação a uma renovação de elenco. Se bem feita, essa renovação é excelente para que perder a curto prazo seja o menor dos problemas. Mas adiar isso pode ser um problema.

Desde a saída de Luis Enrique, a equipe já demonstrava que fisicamente muitos estavam abaixo do ideal, e querendo ou não o coletivo era prejudicado por conta disso. Valverde chega para “mascarar” de certa forma esses problemas, e impor, após a saída de Neymar e novas contratações milionárias, um futebol decorrente do que foi com Lucho: diferente do que o ADN indica.

Competir sendo fisicamente abaixo de todos os outros grandes clubes europeus era difícil. O clube passou por grandes vexames na Champions mesmo quando tinha um placar na mão, e situações como essa acabaram pesando mais do que todas as coisas boas.

As eliminações para Roma e Liverpool expuseram muitas coisas que não ficavam explícitas fora de campo.

A crise de identidade uma hora viria, e nada mais cômico que um treinador como Setién para conseguir implementar o reencontro com o ADN. Obviamente tendo em mente que balançava bastante e temendo perder o poder, Bartomeu investiu em algo que acalmaria boa parte da torcida, e isso de primeiro momento foi feito.

Por outro lado, a escolha só ajudou a expor ainda mais problemas que estavam sendo maquiados durante as primeiras temporadas de Valverde. Setién foi exposto por não conseguir manter a paz em um vestiário com medalhões em baixa e Messi se mostrou cada vez mais soturno sobre seu futuro no clube, o que acabou gerando diversas polêmicas durante a janela de verão da atual temporada.

A crise interna e politica era óbvia e clara. A necessidade por renovação do elenco era enorme. Tamanha urgência, muito pela falta de planejamento, e contratações que de pontuais não tinha nada, não deixou que o presente que bem intercalasse com um futuro fosse feito.

A forma como Suárez saiu é um bom exemplo. É fato que no clube já não tinha espaço para um jogador que não recompõe, e fisicamente era compreensível que se livrassem. Mas toda a negociação é no mínimo polêmica. Mesmo em má fase o uruguaio contribuía com números, e eles seriam sentidos de primeiro momento, e foi.

Financeiramente os blaugranas não vinham bem. Muito pelas contratações recentes não renderem esportivamente e também pela pandemia que contribuiu para perderem parte da renda por ano. Perder Suárez de graça e para um rival direto no campeonato espanhol é questionável, ainda mais se tratando da situação financeira. Uma venda de Luisito não seria solução, mas apenas um bom exemplo de como o amadorismo tomou conta.

A chegada de Koeman, como grande ídolo do clube, faz com que o treinador tenha de fato uma imposição dentro do vestiário, coisa que nem Valverde conseguiu por completo, mesmo sendo vitorioso por lá. E quando a temporada começa, temos de fato a introdução de novas peças e uma reformulação começa a ser realizada.

O elenco tem suas lacunas, não preenchidas por má gestão. Entretanto, os culés contam com peças interessantes e que, individualmente, conseguem se virar. Com pouco mais de seis meses de trabalho, podemos dizer que o objetivo vem sendo cumprido. Mas por qual motivo?

Por mais que o coletivo não seja incrível, o contexto é completamente favorável para que Koeman seja melhor compreendido no seu dever. Taticamente o time ainda é improdutivo. São poucas ações que mostrem que há de fato uma ideia por trás, e isso é exigido em muitas partidas. Por outro lado, temos a introdução e protagonismo de jovens estrelas no time titular. E isso no final das contas é o que está valendo.

Ansu Fati já demonstrava desde o último ano amadurecimento e questões técnicas suficientes para se tornar um grande craque nos próximos anos. Mas com sua lesão, mais espaço na rotação foi aberto, e Pedri brilhou. Muitos cravaram Messi apático e sem vontade de estar em campo, mas a dupla com o ex-Las Palmas fez tudo florescer novamente. Os blaugranas voltam a cumprir em um espaço onde os dois conseguem coexistir e transformar isso em gols.

Além de Pedri, a recuperação na La Liga vem pela potencialização de De Jong em uma nova função. Koeman treinava a seleção holandesa antes de chegar no Camp Nou e conhecia o jogador muito bem. Seu principal desejo era fazer com que De Jong reproduzisse em campo o que fez o Barcelona o contratar.

Agora encaixado em uma função que consiga contribuir diretamente no meio-campo até a entrada da área fez desenvolver maiores opções do Barcelona, essencialmente no ataque. A presença do jogador mais perto da grande área foi fundamental para que o rendimento da equipe como um todo crescesse nos últimos dois meses. Essa individualidade é o escape quando o coletivo não funciona.

São cinco gols e quatro assistências na temporada para o camisa 21.

Problemas para atacar adversários em blocos baixos ou adversários com marcação alta é só uma das situações que ocasionam uma equipe em busca de dias melhores. Hoje, a defesa tem um novo líder. Araújo chegou como quem não quer nada e já é, de longe, o melhor zagueiro do elenco. Com a ausência do lesionado Piqué, o uruguaio tomou conta do setor e se tornou uma das peças mais influentes ao lado de Messi e ter Stegen.

Além de Ansu Fati que já brilhava desde o último ano, temos, no mínimo, três jogadores bem sucedidos em um contexto não tão favorável para os mesmos. A renovação do elenco consiste em dar mais chances para aqueles que serão determinantes no futuro, e esses três demostraram que são as peças principais para isso. O cenário não é dos melhores, ainda não sabemos se Messi irá ficar ou sair, e não tem como dizer que uma saída seria boa para o Barcelona. Apesar dos pesares, ainda é o Messi, e não tem como abrir mão caso tenham a oportunidade de contar com ele para crescer ainda mais esses jovens com um futuro tão promissor no clube.

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