Carlos Vela renasce na MLS

Depois de surgir no Arsenal como um grande jogador e não cumprir o destino esperado por muitos, o mexicano ressurge na MLS e quebra recordes com o LAFC em 2019.

Quando o Los Angeles FC entrou na Major League Soccer, no início de 2018, todo mundo já sabia que o mercado latino seria explorado por conta da proximidade do estado americano da Califórnia com o México. Ao resgatar Carlos Vela do ostracismo, a franquia fez uma aposta “jogando para a torcida”, pois o principal jogador passava longe de ter uma carreira vitoriosa como outros craques que passaram pela liga, além de não ter o histórico de ser alguém decisivo em campo. A aposta virou realidade e está colhendo frutos.

Na década passada, quando Vela surgiu no Arsenal parecia uma grande promessa, uma daquelas joias encontradas para Arsene Wenger lapidar. Não foi o que, de fato, aconteceu, e o título de “eterna promessa” parece ter abraçado o jogador pelos demais clubes que passou na carreira. A falta de explosão também na seleção mexicana aumentou ainda mais o sentimento.

Todo mundo sabia que o LAFC montaria uma equipe centrada em Carlos Vela, isso é óbvio quando falamos de grandes contratações na MLS, mas ninguém esperava que o jogador mexicano receberia auxílio de bons nomes ao seu redor. O mercado foi muito bem observado e nomes jovens foram escolhidos para ajudar Vela na missão de erguer o time novato. No Uruguai, o jovem atacante Diego Rossi foi selecionado e incumbido de ser o ajudante principal. Latif Blessing foi resgatado do ostracismo no Sporting Kansas City, o colombiano Eduard Atuesta foi pinçado no Independiente Medellín e o canadense Mark-Anthony Kaye foi pego de uma liga menor nos EUA.

Desde que chegou na MLS, Vela tem 60 partidas, marcando 59 gols neste período, com ótima média de 0,98 gol por jogo. Se no primeiro ano o mexicano não teve tanto sucesso e fracassou nos playoffs, principalmente pela falta de definição de posição em campo, em 2019 o meia-atacante renasceu na carreira. Chegando aos 30 anos, ou seja, no início da reta final da jornada como atleta, Vela se encontrou no auge. E dificilmente será parado se continuar na MLS.

Vela teve sua posição bem definida em 2019. Novamente comandado pelo experiente Bob Bradley. Jogando aberto pela direita, mas muitas vezes buscando o jogo pelo meio, como um distribuidor de bolas, Vela ganhou de vez o protagonismo no LAFC. Na esquerda, a função fica para o jovem Diego Rossi, enquanto Adama Diomande fica como centroavante mais fixo. Diferente de outras franquias, onde os craques geralmente são a peça fundamental e todos jogam para eles, no time californiano Vela é mais um, mas incrivelmente tudo termina nele por um curioso motivo: depois de tanto tempo na carreira, ele chamou a responsabilidade.

Em 2019, o LAFC sobrou na temporada, com a melhor campanha da história da MLS. Foram 85 gols marcados e Vela teve participação direta em 49 deles. O mexicano fez 34 gols na temporada regular, um recorde na liga, e ainda deu 15 assistência, sendo o terceiro melhor neste quesito. E não foi só isso, ele ainda liderou em número de finalizações e foi também quem mais acertou chutes durante o ano, superando o mais badalado Zlatan Ibrahimovic, do rival LA Galaxy.

Os números obtidos por Vela em 2019 o credenciam para ser o MVP da temporada, ou seja, o melhor jogador. O LAFC caminha como favorito para o título. Alguns, mais ousadas, o colocam até na lista dos melhores que já passaram pela MLS, mesmo com tão pouco tempo, não apenas pelo que fez em campo. Vela foi fundamental para consolidar o LAFC na MLS e na comunidade latina que vive na Califórnia. O meia-atacante, destaque da seleção mexicana, fez com que o Los Angeles FC vivesse boa forma também nas arquibancadas, com estádio lotado em quase todos os jogos, e também nas vendas, com a terceira camisa mais vendida entre todos os atletas da Major League Soccer.

Ainda não se sabe qual será o tamanho da Vela na MLS, mas ele já fez muito para ser lembrado como uma grande peça na liga e no LAFC. O sucesso em campo já traz frutos, mas dará a sensação de estar incompleto sem um título. Com ou sem taça, porém, o mexicano parece ter renascido na carreira. Longe dos holofotes, em uma liga menor do que as europeias, mas fazendo o que se esperava da jovem promessa que surgiu no Arsenal: ser decisivo.

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