Cinco jogadores para ficar de olho na La Liga 2020/21
Com o início da competição, alguns jogadores já começam a chamar atenção e é nele que devemos ficar de olho durante a temporada na La Liga 20/21
Quem acompanha mais de perto a La Linda fica sempre na espera de seus jogadores favoritos alcançando níveis maiores do que a temporada anterior. Essa evolução define diversos caminhos e histórias na liga. E fora dela também, claro.
O mercado espanhol é bastante movimentado, mas ainda assim existe muita disparidade financeira. Dessa maneira, é necessário um alto conhecimento dos clubes sobre seus futuros jogadores, no momento de contratar e compreender de qual forma podem contribuir adequadamente.
Mesmo com “supertimes” e uma dominância evidente, Real Madrid e Barcelona costumam encontrar surpresas pela frente ao longo da temporada. Essa formação de alto nível é claramente associada ao alto nível tático e competitivo que a grande maioria dos times conseguem impor dentro de campo mesmo com algumas dificuldades.
Ao longo disso, temos jogadores que se destacam dentro do campeonato espanhol e assim chamam atenção com boas atuações. A nova temporada mal começou, mas podemos listar alguns jogadores interessantes para ficar de olho ao passar dela.
Emerson
Aos 21 anos, Emerson se mostrou uma das grandes promessas na liga desde sua última temporada com o Real Betis. O lateral é uma das principais peças ofensivas do clube e demonstra poder de criação excelente para um jogador da sua posição.
Peça importante no sistema do técnico recém contratado Manuel Pellegrini, o brasileiro pertence ao Barcelona, mas segue emprestado até o verão de 2021. Após a venda de Semedo, ainda se especula sobre o interesse do clube catalão em contar com o lateral para a atual temporada. Como é necessário pagar ao Bétis um valor para o retorno, a situação parece difícil, mas é bom ficar de olho.
Visando sua projeção dentro do futebol, é fácil vê-lo como um futuro craque, ainda mais pensando na seleção. A técnica típica de laterais brazucas que fizeram sucesso na Europa é clara e explícita, e mesmo se destacando ofensivamente tem também um papel importante no sistema defensivo de Pellegrini.
A boa leitura sem a bola supera grandes pressões, proporciona cortes e desarmes limpos para que use da sua velocidade, associando e conduzindo, atribuindo retomada em ataques rápidos. Sendo amplamente notável pelo jogo ofensivo, a alta contribuição no último terço é a sua maior qualidade hoje, e para conter subidas orientadas é necessário um adversário para incomodar o pós-perda com corridas nas costas do lateral.
Mikel Merino
O jogador mais regular da Real Sociedad tem nome. Mas vamos chama-lo de Toni Kroos canhoto, ou melhor, Toni Kroos dos pobres.
Durante toda a temporada, Mikel Merino foi o único jogador do clube basco que conseguiu manter o bom nível individual após a paralisação em março. Com 24 anos vive sua melhor fase depois de tempos difíceis com o Borussia Dortmund e pouco aproveitado com o Newcastle na Inglaterra.
Seu papel na Real é bem claro: eliminar pressões com e sem a bola. O motorzinho é aquele que faz o time funcionar a partir das pressões no adversário, produzindo grandes ataques a partir de desarmes e passes em profundidade. Boa parte da capacidade ofensiva implica nas leituras do jogador em ocasiões especificas como citadas anteriormente, e o time claramente sente falta quando ele não está presente.
A marcação-pressão citada é garantida também no posicionamento. Defensivamente é ótimo entrando na mente do adversário, percebendo pela movimentação o desejo do passe ou drible, as vezes desconfio que ele tem uma bola de cristal no bolso.
Se tratando de um cara mais distribuidor, consegue sair em espaços mais curtos, tirando um, dois ou até três marcadores de uma vez só. Essa característica casa exatamente com o volume ofensivo do sistema de Imanol Alguacil e tende a crescer ainda mais ao lado de David Silva, essa dupla promete e vai dar o que falar.
Edu Expósito
Talvez o menos conhecido dessa lista, Edu Expósito é o jogador mais talentoso do humilde Eibar. O camisa 10 é responsável por grande maioria (diria 90%) do sistema criativo do técnico Mendilibar.
Mesmo aos 24 anos seu teto não parece estar tão baixo. O futebol QI é visível e, claro, o espanhol ganha ainda mais destaque jogando em uma equipe tão limitada… Tudo fica ainda mais escancarado. Como seu time reage ao adversário, Edu tem a necessidade de pensar em boas ações sempre, para aproveitar situações específicas.
Por características, podemos colocá-lo como um dos melhores box-to-box dessa La Liga. Seu trabalho desde a base da jogada até o último terço, na entrada da área, é prático e eficiente. Esse domínio de espaços e a ótima orientação corporal são somados a essa inteligência e clareiam o jogo para seus companheiros.
A falta de velocidade é o que mais pesa, porém esse pesar é facilmente compensado com sua técnica e movimentação com dribles em pouco espaço. Parecido com Merino no quesito marcação-pressão, mas em uma proporção menor, tem notáveis leituras sem a bola, e mesmo sem essa velocidade consegue um equilibro com a força física.
Sua reação e visão do básico faz parecer que seu jogo é muito simples, mas o fato é: a facilidade em furar linhas de defesa com seus passes. O “simples” se encontra a partir da excelente tomada de decisão.
Em uma situação que Edu consegue ler exatamente como a jogada precisar ser realizada, entendendo quando conduzir em velocidade ou frear seus movimentos, faz tudo ser mais simples de fato.
Em sua segunda temporada com a equipe do Eibar, o ideal seria transformar todo esse poderio técnico e intelectual em números. Para alcançar um novo patamar dentro do campeonato – definindo de vez seu teto e projeção de carreira – é necessário maior produtividade nesse sentido, se aproximando mais da área, traduzindo bons desempenhos em gols e assistências.
Alexander Isak
Outro jogador da jovem Real Sociedad por aqui, Isak é uma grande recuperação de potencial sem precisar da titularidade absoluta. Sem minutos no Borussia Dortmund, o sueco encaminhou no Anoeta sua melhor temporada em níveis de desempenho relevante e também voltando a marcar gols.
Willian José é o titular regularmente, mas saindo do banco Isak superou barreiras que envolvem características. Mas como assim características? Ambos jogadores são artilheiros natos e conseguem produzir gol sem muitas dificuldades. A grande questão é a vitalidade e explosão dentro de um jogo, principalmente nas partidas da Copa que participou. Imanol Alguacil consegue mexer na escalação sem perder quase nada.
Intensidade e velocidade associadas com uma finalização eficiente fazem dele um talento especial. O fato de ser muito alto (1,90m) torna seu trabalho em jogadas aéreas mais fácil, e nesse ponto é fisicamente parecido com Willian José (1,89m). Carrasco do Real Madrid na Copa do Rei na temporada passada, fez dois gols e uma assistência nas quartas-de-final, arrancando ainda mais olhares para seu futebol.
Aos 21 anos tende a melhorar gradativamente e a consistência durante a temporada atual pode ser o salto necessário para se tornar titular de vez do clube basco, ainda mais visando uma possível transferência do centroavante brasileiro em um futuro próximo.
Maxi Gomez
Dois gols nas duas primeiras rodadas foram uma baita carta de apresentação de Maxi Gomez para a nova temporada. Seu papel no Valencia atual é cada vez mais relevante, principalmente pensando na saída de Rodrigo Moreno que personificava o sistema ofensivo básico do clube.
Mesmo que não consiga ter um poder de associação grande como o do espanhol, transmite articulações sem a bola para benefício dos seus companheiros que infiltram a grande área.
Por incrível que pareça, os poucos toques por jogo conseguem preocupar a linha de defesa adversária. O posicionamento alinhado a força física é seu grande aliado e a base para marcar gols.
Maxi tem um poder de fogo claro e visivelmente dominante quando acionado. Aos 24 anos tem a difícil tarefa ao se tornar principal chave ofensiva para um Valencia que busca renovações em seu elenco, e com isso criamos expectativas.
Essa expectativa de virada com protagonismo no Valencia é facilmente justificada com suas duas primeiras temporadas na Espanha. No seu primeiro ano com o Celta marcou 18 gols. Já na temporada seguinte mandou 13 bolas para o fundo da rede – a maioria no decorrer da fase final do campeonato em que o Celta terminou uma posição acima da zona de rebaixamento.
O fato do uruguaio ter sido vital, mesmo tão jovem, em uma equipe bagunçada é a grande motivação para hypar projeções a partir da atual temporada. O interesse de outros times é relevante, ainda mais considerado toda a confusão que envolve o dono do clube Peter Lim. Partindo desse ponto, a atual temporada pode ser um ponto de virada na carreira de Maxi Gomez que tem muito futebol pela frente.
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1 comentário
Secou o Emerson. 😉