Como estão os reforços do Real Madrid em 2019/20?

Uma temporada que começou com objetivo de reformulação, mas que ainda apresenta lentidão. Afinal, como estão os reforços do Real Madrid?

A atual temporada começou com uma ideia de reconstrução dentro do elenco madridista, e após uma janela promissora muito se pensava sobre como seria feita essa reconstrução dentro de campo com os reforços do Real Madrid.

Devido ao tricampeonato europeu, as mudanças mais radicais no elenco eram adiadas a cada temporada. Pensando no futuro, contratações de jovens estrelas eram feitas, mas grandes mudanças de fato não aconteciam. Durante o período do tricampeonato, na última temporada de Zidane, já era nítido como a equipe sofria sem reposição em alguns setores, como a defesa por exemplo, principalmente as laterais. O clube trouxe algumas peças para encaixar nesse processo, mas acabaram por não corresponder, como Danilo, Odriozola (emprestado ao Bayern), Theo Hernández e até Achraf Hakimi (emprestado ao Borussia Dortmund) que, ainda muito jovem, foi promovido ao time principal sem passar por um período de empréstimo.

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O golpe de realidade sofrido durante a temporada 2018/19 foi enorme e fez Florentino Perez se mexer. Diferente dos últimos anos, o clube foi com tudo na janela de verão e abriu os cofres. Foram feitas diversas contratações e grande parte delas extremamente pontuais – jogadores para as posições que o clube vinha tendo dificuldade para repor nos últimos anos. A partir disso iremos avaliar o impacto e a influência de cada um dos reforços do Real Madrid no verão passado durante esses seis meses de clube.

Alphonse Aréola

reforços do Real Madrid

Envolvido na venda de Keylor Navas ao PSG, Aréola chegou ao Madrid por empréstimo de uma temporada. O goleiro francês veio para ser o reserva de Courtois e jogar as partidas da Copa del Rey.

Aréola fez jogos significativos pelo time na competição, como, por exemplo, na vitória contra o Real Zaragoza. Entretanto, na eliminação do Real Madrid contra a Real Sociedad, foi bastante questionado em um dos gols. Em vista da temporada que faz Courtois, não corresponde da mesma maneira: tomou nove gols em oito jogos. Por outro lado Zidane gosta do jogador, e se tratando de um goleiro reserva não é nada que atrapalhe o andamento para que permaneça no clube definitivamente, dependendo do interesse do jogador em permanecer.

Ferland Mendy

Na busca por um substituto para Marcelo – que irá completar 32 anos em maio – o Real Madrid tirou Mendy do Lyon a pedido de Zidane. Enquanto esteve no clube francês, o lateral sempre demonstrou se sentir confortável no setor ofensivo e se destacou por ali, partindo da lateral para o meio e participando muito do jogo associativo. No Madrid, foi o inverso. O jogador ajudou a resolver os problemas defensivos da equipe, contribuindo de uma forma que nenhum outro jogador no elenco conseguiu. O impacto no primeiro terço do campo é gigante e é, sem dúvidas, em termos de desempenho e resposta imediata, o que mais trouxe resultado dos que foram contratados.

Mendy é um lateral completo apesar de ser cobrado pelo jogo ofensivo no time de Zidane. Demonstrou poderio defensivo enorme e com sua regularidade ganhou a posição. Poucas pessoas imaginavam que Marcelo perderia a titularidade tão rápido, mas a mudança na intensidade da equipe e a competitividade que o francês trouxe é enorme e não tem motivos para tirá-lo da equipe – o treinador gostar do jogador também ajuda.

Conforme foram acontecendo essas rotações, Mendy acabou sendo poupado na partida que precedeu a eliminação da competição, e nesse mesmo jogo o coletivo sentiu muito a ausência do jogador faz pelo lado esquerdo. O Real Madrid vinha em uma sequência sem derrotas e a partir do momento que Zidane o tirou do time titular, o desempenho caiu consideravelmente. Nas partidas seguintes, o treinador também manteve o jogador no banco, sem uma explicação aparente – a princípio seria uma forma do jogador não tomar amarelo para não ficar de fora no El Clásico, mas ele também foi reserva contra o Barcelona – e o resultado foi péssimo.

É nítido como o lateral faz falta quando não está em campo, e mesmo com tão pouco tempo no clube, Mendy já está entre os cinco jogadores mais influentes dentro das quatros linhas na atual temporada.

Rodrygo

De início, contratado para jogar no Castilla, Rodrygo fez caminho parecido ao de Vinícius Jr. no Real Madrid e aproveitou muito bem os minutos que recebeu no time principal.

Após bom proveito no começo na liga, o brasileiro foi premiado com a titularidade no segundo jogo contra o Galatasaray em pleno Bernabéu. Correspondeu em alto nível e terminou o jogo com um hat-trick e uma assistência. Depois da sua primeira grande noite de Champions League, o garoto continuou alternando entre o Castilla e o time principal, porém mais contido. Em 2020 parou de receber tantas chances no principal e foi deixado de lado por Zidane sem uma explicação plausível. Talvez pela temporada do Madrid “começar” em fevereiro como muitos gostam de falar e o nível competitivo ter aumentado? Estaria Zidane querendo tirar o peso e ir com calma com o garoto?

Por fim, Rodrygo utilizou muito bem seus minutos e sempre foi respeitoso em relação ao que Zidane pede em campo. Apesar de ser muito jovem, mostrou a que veio e que se utilizado da maneira correta, visando seu desenvolvimento, irá se tornar uma estrela dentro do clube. Seu saldo na temporada é ótimo e já ganhou o coração dos torcedores. É sempre bom ressaltar que Rodrygo chegou para ser lapidado dentro do clube, esse processo é longo e a preocupação em corresponder tão rápido como ocorre com os outros jogadores é mínima.

Éder Militão

Com transferência oficializada em março, Militão foi a primeira contratação da segunda ‘Era Zidane’ no Real Madrid. O brasileiro chegou como quem não queria nada, mais como um zagueiro reserva para rotação entre os zagueiros, mas em pouco tempo já foi possível notar que será fundamental dentro do elenco conforme adaptação.

Militão tem algumas características em comum com o titular Raphael Varane, como o físico, o atletismo e a facilidade em duelos pelo chão, além de um bom posicionamento. Suas habilidades contribuem para que consiga competir contra adversários mais rápidos sem muitos problemas e manter o nível necessário. Apesar de ser destro, também jogou pela esquerda, e em sistema com três zagueiros testado por Zidane no começo da temporada.

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Enquanto esteve em campo, demonstrou ser frio e confiante, fora a consistência que o fez ser titular na maioria das vezes que jogou – de nove partidas pela La Liga foi titular em sete, além de ter uma média de 71 minutos por partida. Visando a queda de rendimento de Sergio Ramos nos próximos anos, seu futuro promete.

Luka Jovic

Depois de uma incrível temporada com a camisa do Eintracht Frankfurt, Jovic foi contratado para ser aquele jogador que entrega gols saindo do banco que o clube procura desde que Morata foi vendido. O grande ponto é que Karim Benzema, titular da posição, é o jogador mais importante do Real Madrid nas últimas duas temporadas. Ele é o cara que vai ditar o ritmo no ataque, quem comanda todas as jogadas de ataque da equipe, seja na criação ou abrindo espaços para os companheiros finalizarem, e “substitui-lo” com certeza não é fácil. Pensando em características e funções, os dois centroavantes são jogadores bem distintos, e com certeza isso é uma das causas para o começo ruim do sérvio.

Na temporada 2018/19 foram 27 gols e sete assistências em 48 partidas. O atacante de 22 anos é um grande artilheiro e mostrou isso na Alemanha, mas é preciso analisar todo o contexto em que Jovic foi inserido na atual temporada. Dentro do que o atual Real Madrid de Zidane apresenta ofensivamente e com uma média de 27 minutos por partida na La Liga, é até incoerente cobrar de Jovic um rendimento máximo. Se esperava mais de Jovic por tudo que fez nas últimas duas temporadas, e nesse tempo ele não conseguiu corresponder. Entretanto pouco se analisa a conjuntura da situação. É de fato difícil entregar gols em vista do que o time produz e cria de chances para finalizar.

Ao lado de Rebic e Haller, Jovic encontrou seu melhor futebol e em poucos momentos ele foi o único atacante da equipe. Benzema é um centroavante completo, consegue produzir mais do que um gol, e o Madrid se tornou refém da função do centroavante, o peso em substituir fica ainda maior do que deveria ser. A função obviamente não é a mesma, pois são características diferentes. Se espera que Zizou tenha enxergado isso, e o clube considere todas essas vertentes no momento de analisar o desempenho dele até aqui. Se irá emprestar, vender ou manter por mais uma temporada é uma incógnita.

Eden Hazard

Desde que Cristiano Ronaldo saiu do Real Madrid era aguardado qual jogador iria “substituir” o português diante algumas circunstâncias. Hazard nunca escondeu que jogar no Madrid era um de seus sonhos e a chegava do jogador parecia cada dia mais óbvia. Mediante todos esses pontos, Florentino Perez finalmente conseguiu tirar o belga do Chelsea e o sonho do jogador e do clube foi realizado.

Sua última temporada no clube inglês foi perfeita. O jogador terminou campeão da Europa League e com uma excelente atuação na final contra o rival Arsenal – dois gols e uma assistência. Além do título, fez 21 gols e deu 17 assistências em 52 jogos em 2018/19 – a temporada com mais gols e assistências como blue. Sendo a mais nova grande estrela do Real Madrid, foi o principal jogador desse pacote merengue para a atual temporada. O hype era enorme e a torcida estava ansiosa.

Durante a pré-temporada muito se questionava sobre o físico do jogador, por estar visivelmente acima do peso, e de que forma afetaria seu desempenho. Quando a temporada de fato começou, o mais novo camisa 7 parecia estar muito tímido. Respeitando o que Zidane pedia em campo, se mostrou muito preocupado com o jogo coletivo, na busca de ajudar seus companheiros a todo momento, e, claro, na ideia de se adaptar ao que a La Liga e seus adversários pedem. A partir de outubro, o jogador parecia florescer. Foram grandes jogos pela seleção, manteve certa regularidade no Madrid, entretanto ainda não era tudo aquilo que demonstrou ser no Chelsea.

Quando tudo parecia encaminhar para um crescimento do jogador dentro das quatro linhas, Hazard lesionou o tornozelo direito contra o PSG após entrada dura de Meunier. A princípio parecia ser algo simples, uma torção, e o jogador ficaria poucas semanas fora. Porém a lesão foi de fato grave e Eden acabou desfalcando o clube por meses. No seu retorno, parecia confiante e fez bom jogo no empate contra o Celta. O grande problema foi que dias antes da grande partida contra o Manchester City, no segundo jogo depois de ficar três meses fora, sentiu novamente o tornozelo em uma dividida.

Os primeiros seis meses na Espanha foram de fato um pesadelo para o belga, e também para o Real Madrid. O clube, trazendo um dos melhores do mundo, esperava que o impacto do jogador dentro de campo mudasse os ânimos dentro do elenco. Se tratando de um jogador como Hazard, o impacto deveria ser imediato, entretanto muitos fatores causaram uma temporada sofrida para todos.

Na atual temporada, o Real Madrid sofre bastante para fazer gols e Hazard é um criador consistente. Com sua técnica e criatividade, é um dos jogadores com maior média de passe decisivo por jogo na carreira, e querendo ou não, faz ainda mais falta visando essa deficiência da equipe. A esperança é que se recupere e volte mais forte.

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