COPA DO MUNDO - DIA 11

Por @ViniciusOF, @RodrigoCout e @Maiiron_ Está finalizada a 2ª rodada da Copa do Mundo da Rússia. Ou seja, também terminaram os dias com três jogos em sequência. O dia começou com hat-trick de Harry Kane pelo English Team, numa partida que ainda teve gol de Baloy, o primeiro da história do Panamá na Copa do Mundo. […]

Por @ViniciusOF, @RodrigoCout e @Maiiron_

Está finalizada a 2ª rodada da Copa do Mundo da Rússia. Ou seja, também terminaram os dias com três jogos em sequência. O dia começou com hat-trick de Harry Kane pelo English Team, numa partida que ainda teve gol de Baloy, o primeiro da história do Panamá na Copa do Mundo. Seguiu com um movimentado duelo entre Japão e Senegal e terminou com o recital de James Rodriguez, Quintero, Cuadrado e Yerry Mina pra cima da Polônia.


Inglaterra 6 x 1 Panamá

Necessitando de uma vitória para garantir classificação à próxima fase, a Inglaterra fez mais: goleou o Panamá e de quebra alcançou o improvável primeiro lugar da chave, jogando para Bélgica a necessidade de uma vitória no último jogo. O 6 a 1 sugere um massacre inglês, mas a vitória foi o resultado natural de uma supremacia técnica, física e tática do segundo time mais valioso do torneio para o que estreava em Copas.

Sem Dele Alli, que sentira um desconforto muscular, Southgate promoveu o ingresso do jovem Ruben Loftus-Cheek, mantendo a mesma estrutura que bateu a Tunísia na primeira rodada, com uma linha de 5, um tripé de volantes e dois atacantes. A Inglaterra começou a materializar sua supremacia pelo alto, tal qual na estreia. Logo nos primeiros minutos Trippier achou Stones num escanteio. O gol abriu a porteira para outros quatro que vieram ainda no primeiro tempo. Destaque para Harry Kane, que anotou duas vezes de pênalti e outra na sorte que acompanha os artilheiros. A bola chutada por Loftus-Cheek desviou no camisa 9 do Tottenham, que mesmo sem vê-la ganhou a autoria do gol.

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A vitória consolida uma Inglaterra que busca propor jogo através da construção de seus zagueiros. Na vitória de hoje, Walker acertou 97% dos seus passes, Stones 97% e Maguire, 95%. Outro ponto exitoso, que falhou na primeira rodada, foi Sterling ocupando o espaço entre as linhas adversárias e combinando jogadas com os meias. Foi ele que assistiu Lingard num dos gols da partida. A missão inglesa agora é dura: parar Lukaku, Hazard, Mertens e De Bruyne. O 6 a 1 lhe deu o benefício de jogar pelo empate para garantir a primeira colocação do grupo. Southgate poderá testar a reatividade de Sterling, Lingard e a escapada em velocidade de Trippier, um dos maiores destaques da Copa até aqui.


Senegal 2 x 2 Japão

Senegal e Japão fizeram um belo 1º tempo. O equilíbrio foi a tônica nos 45 minutos iniciais, onde cada equipe tentou colocar em prática aquilo que tem de relevante. Os africanos começaram melhor. Ao contrário do que se imaginava, tomaram a iniciativa de atacar, principalmente pelo lado direito, a partir das diagonais do centroavante Niang, a força e a velocidade de Sarr, e as infiltrações de Gueye ou Alfred N’Diaye. Os japoneses tinham muita dificuldade para conter o ímpeto e sucumbiram. Mane aproveitou rebatida errada de Kawashima após chute de Sagaly e marcou aos 10 minutos.

Ofensivamente os asiáticos não estavam mal. Imprimiam velocidade na troca de passes e ocupavam bem os espaços, mas esbarravam na forte marcação senegalesa. Por mais que pareça clichê, a força física dos senegaleses era sim muito importante para o cenário em todas as fases do jogo. Ela somava-se à organização senegalesa e produzia um cenário bem contrário aos japoneses inicialmente. Mas os Samurais não desistiram, foram pacientes e seguiram apostando na sua forma de atuar.

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Mesmo tendo chegado com perigo em duas ocasiões com Niang e Sarr, Senegal foi perdendo um pouco a concentração em campo e isso ficou bem claro nos comportamentos de Badou Ndiaye, que anulava as ações de Shibasaki até o momento, e de Sarr, que cochilou no lance. Bastou um descuido para o talentoso meio-campista japonês acionar Nagatomo em profundidade. Inui aproveitou a continuidade da jogada e empatou.

Quando parecia viver o seu momento de apuro no jogo, Senegal acabou marcando. Seguiu apostando na chegada em bloco no último terço, em movimentos de infiltração, inclusive com os dois laterais simultaneamente. Sabaly cruzou e Wague aproveitou para finalizar no segundo pau. O Japão não abaixou a ‘’guarda’’ e foi buscar o empate.

A partida deu a tônica da competitividade de Senegal e Japão na competição. Pelo lado africano não é exatamente surpresa. Antes da Copa, já era sabido o seu potencial e organização. Mais especificamente neste jogo, surpreendeu pela criatividade também em fase ofensiva, não só em transições. Pelo lado asiático sim: muita surpresa. A equipe evoluiu demais nas últimas semanas de preparação e é uma das mais agradáveis de se assistir com a bola neste Mundial.


Polônia 0 x 3 Colômbia

A Colômbia sempre teve o futebol nas veias, é como aqui no Brasil; as crianças driblam pelas ruas, gostam até demais da bola, lá ela é tratada como a mãe do jogo. E em 1990 os Cafeteros apareceram para o futebol mundial comandados por Fernando Maturana e lá já davam amostras de como acontece o jogo por lá. Rincón e Valderrama atordoaram a Alemanha na partida jogada no San Siro, o gol que fizeram teve tudo que a Colômbia gosta: toque, drible e improviso. Longe não foi, acabou caindo para Camarões de Milla nas oitavas. Em 1994, deu um baile na Argentina em pleno Monumental. Mais uma vez Valderrama e Rincón, com a adição de Faustino Asprilla. Cinco gols que fizeram a maior equipe da história colombiana ser considerada por Pelé como favorita ao torneio que seria jogado nos Estados Unidos. Caiu na primeira fase sem obtendo uma e com a página triste da morte de Andrés Escobar por causa de um gol contra. Em 1998 já não tinha o brilho e ficou até 2014 sem participar.

Até que apareceu José Pekerman em 2012. Com um histórico de base forte, já que formou jogadores históricos para o futebol Argentino como Pablo Aimar e Riquelme, trouxe James Rodríguez, Falcao García e Cuadrado para o convívio da seleção sudaca e as coisas voltaram a fluir. Uma boa campanha levou até a Copa no Brasil em 2014 em que lá ficou em quinto lugar jogando um futebol que todos nós iremos lembrar por muito tempo. Como esquecer da grande atuação de James no Maracanã fazendo golaço contra o Uruguai? Uma pena ter caído contra a equipe pilhada do Brasil, uma pena.

A Colombia chegou bem em 2018, seus talentos de 2014 foram maturados de lá pra cá com adições importantes. Wilmar Barrios, Juan Fernando Quintero, Mina e Sánchez. Uma derrota contra o Japão não abalou, uma expulsão logo aos três minutos fez o time jogar abaixo do que sabe e podia. Mas as coisas mudam.

Nesse domingo, em Kazan, o que vimos foi uma exibição, uma vitória colombiana na síntese. Desde o início o jogo era colombiano, muito toque da dupla James e Quintero. O talento permeou o jogo em detrimento da ortodoxia do jogo posicional, a Colômbia encha o campo de jogadores pela esquerda, deixando Cuadrado isolado e confiando no seu 1×1. No primeiro tempo a bola não entrava, com Falcao impreciso e uma boa defesa polonesa que era a antítese do seu ataque inoperante. No segundo tempo a bola não só entrou, mas como morou nos pés colombianos e as que escapavam Barrios roubava. Mojica, mais uma vez, soberano pela esquerda e a dupla de defesa apagou Lewandowski. Ter talento e sempre se apoiar nele é a arma colombiana e ele salva, Quintero e James foram dois camisas dez em dia de camisas dez sul-americanos, justamente no aniversário de Riquelme um dos maiores desse continente. Futebol como reggaeton nas ruas de Barranquilla, como a salsa em Cartagena. Feliz pelo jogo colombiano, triste pelo talento desperdiçado dos poloneses. Com um futebol sem sal, Nawalka não tinha um plano A que lhe levou até a Copa e fez boa Euro anos atrás, com isso irá para a casa antes do que imaginamos.  A última rodada tem um explosivo Senegal x Colômbia, que seja um jogo tão bonito como hoje. Aguardemos.

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