DE CR7 A CR9, A TRANSFORMAÇÃO
Por @_GabrielCorrea Quando desembarcou em Madrid, Cristiano Ronaldo havia decidido que era hora de fazer mais gols, ganhar mais títulos e entrar de vez na disputa com Lionel Messi pelo posto de melhor jogador em atividade no planeta. Esqueça aquele jovem imprudente, driblador, rápido e sem objetividade de Manchester. Um winger que jogava pelo lado […]
Por @_GabrielCorrea
Quando desembarcou em Madrid, Cristiano Ronaldo havia decidido que era hora de fazer mais gols, ganhar mais títulos e entrar de vez na disputa com Lionel Messi pelo posto de melhor jogador em atividade no planeta. Esqueça aquele jovem imprudente, driblador, rápido e sem objetividade de Manchester. Um winger que jogava pelo lado esquerdo na linha de quatro do técnico Alex Ferguson. A Espanha nunca mais seria a mesma…
O português chegou na temporada 2009/10, então com 24 anos, para envergar a mística camisa 9 do seu xará brasileiro. Logo em suas primeiras temporadas, se tornou um ponta esquerda goleador. Foram 271 gols nesse período, sem contar os dribles desconcertantes para o suspiro dos torcedores de Madrid. Ronaldo era uma máquina de fazer gols.
O problema, é que os títulos não vinham na mesma proporção. O Barcelona de Guardiola era dominante na Espanha e na Europa. Porém, vamos voltar ao melhor ano de sua carreira até então: 2012/13. Cristiano era um atacante dominante. Estava por todos os lados do campo e não cansava de marcar gols. Foi com Carlo Ancelotti que conquistou a Liga dos Campeões e Mundial de Clubes daquele ano. Começava aí, uma pequena mudança em seu posicionamento a partir do 4-4-2 que o italiano montava o Madrid, o gajo atuava ao lado de Benzema durante as jogadas ofensivas. Cristiano Ronaldo começava a se reinventar…
A idade começou a chegar para o português. A potência física não era mais a mesma e isso diminuiu a eficiência e a quantidade de seus dribles. O que não mudou em nada foi seu instinto de goleador. 57 gols no ano de 2015 e 55 gols no ano de 2016, além do título da Liga dos Campeões. O camisa 7 caminhava a passos largos para se tornar um dos maiores atletas da história do Real Madrid.
A mudança de posição foi natural. O protagonismo na criação das jogadas pelos lados do campo diminui, mas o número de finalizações dentro da área cresceu. Cristiano Ronaldo perdeu a final da Eurocopa 2016 após uma entrada de Payet logo aos 8′ do primeiro tempo e não estava 100% nas finais da Liga dos Campeões 2013/14 e 2015/16. Era hora de Zidane entrar em ação. O técnico francês decidiu que era hora de poupar o português e utilizá-lo nos momentos mais importantes da temporada. Poupou-o de diversos jogos fora de casa e contra adversários fracos. O resultado? Na Liga dos Campeões 2016/17, eram apenas 2 gols até a fase de oitavas de final. Depois disso, foram 10 gols (5 no Bayern, 3 no Atlético de Madrid e 2 na Juventus) e a artilharia do torneio. Um posicionamento mais centralizado a partir da entrada de Isco Alárcon transformou Cristiano em companheiro de Benzema no 4-3-1-2 do Real Madrid. Um atacante mais próximo da área. Decisivo.
Mesmo com Morata entrando e fazendo gols, é preciso destacar a importância de Karim Benzema neste momento de Cristiano. O camisa 9 do Real Madrid, além de grande artilheiro, é um criador de jogadas e não se importa em virar coadjuvante e dar assistências ou criar espaços para o gajo.
Acima do individual, o futebol também é coletivo e Cristiano Ronaldo abdicou de ser aquele showman para competir, fazer gols e, principalmente, ser campeão. Campeonato Espanhol e Liga dos Campeões com Real Madrid. Eurocopa com Portugal. A temporada dos sonhos. O luso caminha a passos largos para garantir seu quinto Ballon D’Or e igualar Messi na disputa. O tempo vai tratar de colocar Cristiano Ronaldo em seu devido lugar no Olimpo do futebol. O melhor centroavante do mundo.
Os mapas de calor são do Sqwaka e 11tegen11. Os números do FutDados.
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