Gabri Veiga, Martín Zubimendi e Vinicius Souza: a influência do meio-campo

Destaques individuais em seus clubes, Gabri Veiga, Martín Zubimendi e Vinícius Souza são volantes de características diferentes, mas que surpreendem na atual temporada de La Liga. Como é o impacto de cada um em seus times?

No jogo coletivo, o meio do campo é sempre focado pelos treinadores adversários como forma de domínio, seja com ou sem a posse. Muitos treinadores evidenciam que, para ganhar uma partida, seu time precisa superar o meio-campo adversário, e constantemente clubes no mundo todo mostram suas preocupações em contratar jogadores que sejam determinantes dentro desse setor.

Historicamente, La Liga sempre teve equipes com ótimos nomes na posição e muitos deles fizeram história. Para aprofundar um pouco nesse tema, temos três jovens jogadores que, na atual temporada, são fundamentais na dinâmica do meio de campo dos seus clubes.

Gabri Veiga: o novo destaque sub-20

A nova joia do Celta empolgou bastante os olhares de quem assistiu seus jogos nos últimos meses. Na base, Gabriel já indicava ser diferente e com um biotipo físico que trazia vantagens para seu estilo de jogo no futebol profissional. O que mais surpreende até o momento, é como o espanhol se divide em campo sem podar suas qualidades que ainda seguem sendo desenvolvidas na elite. A imposição impressiona aqueles que assistem, pois supera seus adversários em duelos com muita facilidade.

O que determina seu jogo é o meio do campo, mas sua influência no último terço chama atenção cada vez mais. Participa do jogo com bola desde a base, mas está sempre disponível para realizar ou receber o último passe, até mesmo pelas opções do Celta atualmente. Na atual temporada, a joia de 20 anos tem seis participações em gols nos 17 jogos de La Liga com a equipe da Galiza.

Para o futuro, sua evolução pode ser maior nas ações ofensivas exatamente por ser muito talentoso e construtor numa equipe que carece desse tipo de personalidade, mas seu melhor aspecto de evolução para ser excelente vem a partir da sua principal característica: o domínio como todo-campista, com uma boa margem para continuar se destacando em alto nível.

(Reprodução/La Liga)

O que faz Gabri se destacar ainda mais é sua conexão com Iago Aspas, que, por muito tempo, não teve um companheiro à altura. Esse perigo gerado pelo jovem espanhol é mais uma ótima notícia para o Celta, que precisa novamente brigar para permanecer na La Liga. Veiga esteve na pré-lista de 55 jogadores que Luis Enrique fez antes da Copa, é esperar para ver seu desenvolvimento num cenário nacional em função de uma chance na seleção principal da Espanha.

Zubimendi: o volante do futuro

Um dos principais talentos da liga, Zubimendi constrói sua carreira na Real Sociedad de uma maneira bem interessante. Nos últimos anos, vem se consolidando na elite e mostra seu talento dentro de campo como primeiro volante. Seu jogo com base na pressão é um primor, posicionamento e leitura fundamental no estilo de Imanol Alguacil – fez a equipe se tornar muito regular nesta temporada por alcançar sua melhor forma e hoje disputa vaga para a Liga dos Campeões.

Fisicamente se sobressai dentro do esquema, mas ser muito rigoroso taticamente faz a diferença, pois Alguacil exige muita disciplina para qualquer jogador do seu elenco alcançar o melhor nível individual possível. Suas ações defensivas possibilitam as jogadas criadas rapidamente do meio para Kubo e Sorloth, dita o ritmo dos companheiros muito bem.

O papel mental é um dos seus atributos mais positivos, não só na hora de se impor diante do adversário, mas também como liderança, o que potencializa por completo seus companheiros dentro dum jogo coletivo muito bem determinado pela comissão técnica.

A verdade é que fica difícil imaginar que a Real consiga segurar a permanência do jogador que esbanja tanto talento dentro das quatro linhas por mais tempo, mas a renovação de contrato garante que o clube fique muito bem financeiramente com uma transferência num futuro próximo.

Vinicius Souza: o soldado fiel de Diego Martínez

O brasileiro Vinicius Souza vem sendo um dos melhores jogadores do Espanyol e é responsável pela crescente da equipe de Diego Martínez nos últimos jogos. Especial peça no sistema reativo, o volante foi a chave para o treinador conseguir que suas ideias, a partir de um jogo mais direto focado no erro adversário, fossem fixadas com mais facilidade no clube catalão – Diego ainda não conseguiu repetir o sucesso que teve no Granada.

Por sua alta estatura, o ex-Flamengo se impõe bastante no jogo quando o físico precisa entrar na cena, além de contribuir na bola aérea defensiva com muita segurança, ajudando bastante os zagueiros – as vezes em dupla ou numa primeira linha com três defensores, quase como um segurança da grande área. Uma de suas funções é defender a entrelinha, o que acarreta no que ele pode oferecer de melhor ao time – a grande maioria das recuperações vem nessa parte do campo, ao interceptar passes e conseguir bons desarmes.

Ao conter essas ações dos adversários, tenta sempre um passe mais curto e objetivo para que seu time consiga prosseguir em jogadas mais diretas no contra-ataque, exatamente na ideia dum jogo de fato reativo como seu treinador deseja – o que leva seus companheiros atacarem o espaço deixado pelo adversário em transição.

Quando está alinhado em dupla com algum outro volante, transmite segurança nos avanços de uma área até a outra e tende a evoluir ainda mais no jogo coletivo, o que seria interessante para manter o clube na primeira divisão e, quem sabe, resultar em um contrato definitivo – atualmente está emprestado pelo clube belga Lommel SK. Se não for comprado pelo Espanyol – a depender do final da temporada – provavelmente deve ser disputado por outros clubes médios da Europa. Sua evolução é notória numa liga extremamente tática e que pede disciplina, e estar num cenário que precisa dele expõe ainda mais sua relevância dentro da equipe.

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