Isco Alarcón e os lampejos de um craque
Escolhido o Golden Boy em 2012, Isco parece não ter alcançado seu auge apesar da grande participação nos títulos de UCL do Real Madrid
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Primeiro reforço da era Carlo Ancelotti, Isco chegou ao Real Madrid depois de ganhar a Eurocopa sub-21 com a Espanha, e seu futuro prometia. Vencedor do prêmio Golden Boy em 2012, preenchia todos os requisitos para se tornar um grande craque do futuro merengue.
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As características e ponto alto da carreira de Isco
Extremamente técnico, Isco é um dos maiores talentos individuais da última década. Com o Real Madrid foi bem marcado em grande parte do tricampeonato europeu, porém seu momento mais notório foi durante a temporada 2016/17 – na qual o clube conquistou a La Liga e a Champions League. Vivendo a melhor fase da carreira, o esquema tático do Madrid foi adaptado para que o jogador se tornasse o game changer durante momentos mais competitivos, e era difícil parar.
O 4-3-1-2 de Zidane era unicamente utilizado para que Isco pudesse desempenhar sua função: desafogar em termos de associação. E para deixar claro, independentemente do esquema utilizado, Benzema e Cristiano Ronaldo, enquanto estavam em campo, a todo momento jogavam juntos, sempre além do jogo de posição. É fato que a dupla de ataque em pontos associativos seria os dois, mesmo que tivesse um terceiro atacante por ali – como Bale foi na maior parte da década.
A formação em si pedia o máximo de todos os jogadores, cada um com extrema importância em cada função, mas Isco era de fato o jogador-sistema. Era quem contribuía para as construções das jogadas junto aos laterais e muitas vezes fazia acontecer para Benzema e Cristiano Ronaldo lá na frente. A forma como dominava o meio-campo com insistência, seus passes e desmarques flutuando por toda a entrelinha é o que fez o XI de Cardiff ser tão bem estruturado e analisado.
É certo que existe todo um contexto por trás de toda conquista, um time campeão tem várias facetas, e é impossível ganhar dependendo apenas de um jogador. A grande questão é o Real Madrid daquela época sentir falta quando Isco não estava rondando as entrelinhas. O camisa 22 foi, sem dúvidas, fundamental para o doblete naquela temporada, principalmente na final onde conseguiu tirar os meias da Juventus da “rota” e abrir o caminho para La Duodécima.
Mapa de calor de Isco na Champions League 16/17 XI de Cardiff
Rendimento nas últimas temporadas e uma possível volta por cima
O que justifica a boa fase dentro das quatro linhas não ter sido mantida para que, como questão de tempo, chegasse ao seu auge? A liberdade, ou melhor, a falta dela.
Por se tratar de um jogador que alternava entre o time titular, foi, de certa forma, um jogador muito regular e consistente. Mas, atualmente, com seus 28 anos recém-completados, contribui muito pouco para o tanto que o time precisa. Suas últimas duas temporadas são bem abaixo do que se era esperado a partir dos 27 anos – idade que geralmente os jogadores crescem ainda mais de produção e vivem o ponto mais alto da carreira.
Por toda sua capacidade cognitiva e habilidade de produção visto desde o começo como jogador – como dito, um dos maiores talentos individuais da última década – é muito difícil admitir que o prime Isco ainda não chegou. E pensando em todos os setores que o time de Zidane sofre atualmente é complicado não pensar que o Isco de 16/17 resolveria esses problemas.
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É inegável que o Real Madrid está passando por um período de reconstrução dentro do elenco nas últimas temporadas. Consequentemente essa reformulação afeta todos os jogadores e a regularidade de cada um deles, e apesar de estar a muito tempo no clube, o meia não conseguiu encaixar seu papel nesse contexto.
Isco ganha novamente seu espaço com a volta de Zidane, sendo uma das primeiras opções do treinador na hora de resolver os problemas do sistema ofensivo. Com boas partidas em 2020, o jogador voltou a florescer e a demonstrar um pouco do futebol que encantou a todos na sua última grande temporada. Fato é que o talento do craque espanhol não se discute, e o grande ponto acaba sendo entender se ainda está disposto a dar tudo que pode dentro de campo.
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