Muito além de Brasil, Uruguai e Argentina: quem são os jovens sul-americanos para ficar de olho?

Venezuela, Paraguai, Peru, Bolívia, Colômbia, Equador e Chile também são boas fontes de atletas sul-americanos

Poucas regiões do planeta vivem o futebol como a América do Sul. Brasil, Argentina e Uruguai conquistaram o mundo tanto na categoria profissional quanto na categoria amadora e, sobretudo do ponto de vista brasileiro, acabou-se limitando à Santíssima Trindade a representatividade do continente. No entanto, o futebol na América do Sul vai muito além desses três. Apesar do olhar muitas vezes desdenhoso do brasileiro, na última década outras equipes obtiveram um salto impressionante de qualidade, tanto em competições quanto na formação de novos jogadores protagonistas.

Recentemente, o CIES Football Observatory revelou um estudo em que mostra quais ligas sul-americanas utilizaram mais jogadores juvenis (sub-21) em 2019. Como esperado, o Uruguai lidera a lista, mas o que chama bastante a atenção são as outras ligas que encabeçam o estudo. Em segundo lugar está a Venezuela com 20,8% de jogadores sub-21 que ganharam minutos no campeonato, ligeiramente menor do que a liga uruguaia, que registrou 21,2% dos atletas. Paraguai (15,1%), Peru (14,7%), Bolívia (12,1%), Colômbia (11,8%), Equador (11,7) e Chile (11,2%) estiveram à frente de Argentina e Brasil, duas das mais ricas ligas, porém, as duas que menos deram oportunidades aos jovens valores em 2019.

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A abertura para novas ideias foi preponderante para que muitas equipes evoluíssem no aspecto tático, sendo que talento nunca faltou. Algumas das seleções “marginalizadas” no continente, inclusive, contaram com argentinos e uruguaios nesse processo, enquanto outras foram atrás até de referências europeias tanto para o comando da equipe principal quanto para o aprimoramento das categorias de base.

É muito comum equipes grandes da Espanha, especialmente o Atlético de Madrid, realizar clínicas em países sul-americanos. O Paraguai, por exemplo, é o local muitas vezes escolhido pela equipe Colchonera no continente. Clubes como o Sol de América, da capital guarani, tira proveito desses intercâmbios para aprimorar suas canteiras.

Mesmo com a cada vez maior dominância europeia no futebol, maior até que do que Brasil, Uruguai e Argentina podem lidar, países como Equador, Venezuela e Colômbia tem mostrado seu valor na revelação de jogadores. A necessidade acompanhada pela revolução na formação ajudou na construção de um Equador campeão Sul-americano sub-20 e terceiro colocado no Mundial da mesma categoria em 2019, por exemplo. Ainda na categoria sub-20, a Venezuela chocou o mundo ao terminar com o vice-campeonato mundial, em 2017, ao perder a final nos pênaltis contra a Inglaterra.

jovens sul-americanos
O vice-campeonato no Mundial Sub-20 foi um marco para o futebol venezuelano. Foto: EFE.

A Vinotinto, inclusive, classificou-se em terceiro e o Equador em segundo no Sul-Americano desse mesmo ano. Os reflexos das boas campanhas com as seleções nacionais são visíveis nas ligas, tal como acontece na Venezuela, por exemplo. A geração de Yeferson Soteldo abriu espaço para que vários desses meninos tivessem mais visibilidade no cenário local, porém, que ainda pouco atrai os olhares internacionais. Bom para as equipes.

Leia mais: Baby Fútbol, o segredo e a raíz do futebol uruguaio

É necessário saber distinguir a entressafra dos resultados, porém, é igualmente necessário notar um novo cenário. O Paraguai, novamente, é um exemplo de consistência. Os Guaranís já conquistaram o Sul-americano Sub-15 duas vezes e chegaram às semifinais nas duas últimas edições. No sub-17, mesmo sem nunca ter vencido o torneio, a Albirroja terminou entre os quatro melhores três vezes nas últimas quatro edições, o que a credenciou a participar das últimas três edições do Mundial da categoria, onde passou para os playoffs em duas oportunidades, sendo a última a inédita classificação as quartas-de-final, no Brasil.

O Equador, citado anteriormente, é outro exemplo de consistência na base que conseguiu não apenas as honrarias mencionadas acima, mas também desempenhos interessantes até os resultados aparecerem. Antes do título em 2019, a Mini-Tri tinha ficado com o segundo lugar do Sul-americano em 2017 e em terceiro no sub-17, em 2015, tendo empatado em pontos com a vice Argentina e com um ponto a menos que o campeão Brasil. Os ótimos resultados do Equador são solidificados pelo Independiente del Valle, que possui uma das melhores academias do continente, sendo capaz de causar inveja em vários clubes grandes do Brasil e Argentina. O que conta muito contra o Equador, no entanto, é o poder de barganha para manter suas promessas no país. A porcentagem, no caso, poderia ser maior devido aos resultados recentes.

O Peru, que tem a quarta maior porcentagem de uso de atletas sub-21 no continente, já foi campeão sub-15 nessa década e por muito pouco não terminou entre os quatro melhores do último Sul-americano sub-17. O país já teve o Universitário como campeão da Libertadores Sub-20.

Chile e Colômbia possuem ligas mais fortes do que as citadas acima e já viveram períodos de glórias recentes, especialmente a Roja. No entanto, o número baixo no estudo reflete algo que é um pouco diferente do caso do Equador, que não consegue segurar os garotos no país. A entressafra de Chile e Colômbia e a necessidade dos clubes grandes dos respectivos países em competirem em mesmo nível com os brasileiros e argentinos faz com que a experiência seja privilegiada em detrimento aos jovens, que acabam saindo para os próprios clubes que eles tentam bater de frente.

Os jovens sul-americanos para ficar de olho

Muitos dos principais jogadores sub-21 da Venezuela já estão atuando fora do país, porém, mesmo assim a média de utilização de jogadores jovens segue impressionando na liga local, como mostra o índice do CIES. Pensando no futuro da seleção Vinotinto, o prospecto mais interessante e que atua em solo venezuelano, hoje, é Matías Lacava, 17 anos, da Academia Puerto Cabello. Lacava passou pelas divisões inferiores de Barcelona, Lazio e Benfica. Devido à baixa compleição física, algo que é exigido nos grandes clubes europeus, o venezuelano voltou para o país onde hoje é titular. Lacava atua como meia-ofensivo, sendo um ótimo driblador e finalizador. Ele também possui bom passe e leitura de jogo.

No exterior atuam Jorge Yriarte, 19 anos, e Christian Makoun, 20 anos. O primeiro está cedido por empréstimo ao CD Vitoria, filial do Eibar, enquanto o segundo foi recém-contratado pelo Inter Miami, de David Beckham, junto à Juventus. Yriarte é um centro-campista de grande capacidade física e chegada ao ataque. Makoun é um zagueiro forte e de excelente antecipação. Carlos Olses, goleiro titular na campanha da seleção sub-20, é opção na equipe reserva do Racing-ARG.

O futebol paraguaio passa por uma revolução muito grande dentro de seu campeonato. Como o índice mostra, houve uma utilização significativa de jogadores juvenis em 2019, porém, isso não é novidade. Cerro Porteño, Olimpia e Libertad, o triunvirato que rege o futebol local mostrou ao mundo uma tendência. Em 2018, Fernando Ovelar, Hugo Quintana e Iván Franco estrearam com as cores de suas respectivas equipes. Ovelar tinha 14 anos, Quintana tinha 16 e Franco tinha 17. O primeiro, inclusive, debutou fazendo um golaço no Superclássico contra o Olimpia. O segundo está emprestado ao Palmeiras, que teve sua atenção chamada após ótima sequência de atuações pelo clube alvinegro e pela seleção sub-20. O terceiro é titular absoluto dos Repolleros, algo que os dois rivais ainda não conseguiram até 2020.

Iván Franco já é sondado por equipes grandes do continente, como o River Plate. Foto: AFP.

Franco é altamente técnico, tendo ótimo passe e finalização. O jovem de 20 anos pode atuar como enganche ou até como um segundo atacante, dependendo da formação. Rodney Redes, 20 anos, é outro jovem que tem chamado à atenção no campeonato nacional pelo Guaraní. Extremo-direito veloz e driblador, Redes cumpre um papel bem característico na história recente dos atacantes paraguaios. Dentre os representantes da bela campanha Albirroja tanto no Sul-americano Sub-20 quanto no Mundial de 2019, está Wilder Viera, 20 anos, volante de grande potencial do Cerro Porteño. Um clássico camisa 5, que arma e desarma com a mesma qualidade.

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O ciclo de Paolo Guerrero e Jefferson Farfán está chegando ao fim. Com isso, a seleção peruana precisa se preocupar em preparar o novo terreno para um selecionado que, apesar da concorrência, teve uma geração interessante com boas campanhas na Copa América. Nesse cenário de transição, Ricardo Gareca pode ter a disposição para o futuro três meio-campistas de grande potencial: Yuriel Celi (18 anos), Óscar Pinto (18 anos) e Jesus Pretell (20 anos). O primeiro foi o grande destaque da seleção peruana sub-17, que acabou ficando fora do Mundial por conta de um gol. Celi reúne as principais qualidades de um meio-campista moderno: força, técnica e leitura de jogo. Outra grande qualidade de Celi é a força mental, algo que ele carrega desde a seleção sub-15. Em 2019, logo após a excelente apresentação no Sul-americano, o meia foi promovido ao time principal da Academia Cantolao, mesma equipe que revelou Claudio Pizarro, que tem uma das melhores canteiras do país.

Yuriel Celi é a alma do futebol peruano. Um jogador que reúne talento e QI de futebol. Foto: FPP.

Oscar Pinto, parceiro de setor de Yuriel Celi no sub-17, também se destacou no torneio e rapidamente foi alçado aos principais do Universidad San Martín. Pinto é mais driblador e incisivo no último terço, tendo feito três gols em nove partidas pela Blanquirroja no Sul-americano. Jesus Pretell é o mais velho desse trio e, por mais novo que pareça, foi o jogador mais confiável do Sporting Cristal até se transferir para o rival Melgar. Pretell tem características mais defensivas, sendo um dos principais ladrões de bola atualmente no país. Rafael Caipo, 17 anos, do Sporting Cristal e Marcos Lopez, 20 anos, do San Jose Earthquakes também são apostas interessantes para se acompanhar.

Do outro lado da fronteira, a Bolívia tem dois meio-campistas sub-21 que podem ser úteis no futuro. Ramiro Vaca, 20 anos, ganhou a primeira oportunidade com o The Strongest em 2018, quando tinha apenas 18 anos. O protagonismo do camisa 10 começou cedo, pegando a titularidade já no segundo semestre da temporada 2018/19, quando participou de 24 partidas e anotou dois gols. Na temporada seguinte, Vaca fez 35 jogos e marcou 5 gols. Ramiro é figurinha carimbada nas divisões de base boliviana, tendo participado do Sul-americano Sub-20 em 2017 e 2019, tendo marcado um gol em cada edição. Vaca é armador que cadencia muito bem o jogo, priorizando os passes e assistindo os companheiros.

Um ano mais velho e atuando no rival Jorge Wilstermann está Moisés Villarroel. O meia-central pode tanto atuar próximo aos atacantes quanto como segundo volante. Tecnicamente, Villarroel é mais efetivo sendo um elemento surpresa devido à força e qualidade na subida ao ataque. O jovem meia, assim como Ramiro Vaca, é figurinha carimbada nas categorias de base boliviana, somando convocações desde o sub-15.

Como dito antes, o sucesso equatoriano nas categorias de base fez com que muitas equipes fossem dilaceradas por outros times. Jogadores como Gonzalo Plata e Leonardo Campana já estão na Europa defendendo Sporting e Wolverhampton, respectivamente. José Cifuentes, Diego Palacios e Jordan Rezabala também foram negociados com equipes estrangeiras. Os dois primeiros estão no LAFC e o terceiro no Tijuana. Jackson Porozo, apesar do Pré-Olímpico abaixo da crítica, completa a lista dos destaques equatorianos que fizeram parte da gloriosa geração que conquistou o Sul-americano Sub-20 e o terceiro posto no Mundial. O zagueiro defende as cores do Santos há dois anos.

No entanto, o principal jogador equatoriano e uma das promessas mais seguras do momento, por incrível que pareça, ainda está no país defendendo o Independiente del Valle. Trata-se de Alan Franco, centro-campista de 21 anos. Franco é um mestre no jogo associativo e peça fundamental no esquema de Miguel Ángel Ramírez. O jovem equatoriano é habilidosíssimo, tendo um domínio de bola orientado incrível, além de ser capaz de produzir passes progressivos com facilidade. Franco também é um ótimo finalizador de longa distância.

Alan Franco começou a ganhar espaço na seleção principal do Equador após o título da Sul-americana de 2019 conquistado pelo Del Valle. Um verdadeiro maestro. Foto: La Hora.

Dentre os mais novos, da categoria sub-17, a seleção Tricolor ainda conta com Erick Pluas e Johan Mina. Ambos ainda não estrearam a nível profissional, sendo que Pluas, inclusive, já deixou o país para defender o Palmeiras. Mina, joia do Emelec, é tratado como a salvação do futebol nacional por sua técnica e facilidade em fazer gols.

Chile e Colômbia vivem entressafras, que podem ser notadas nos campeonatos nacionais e na seleção principal. O desempenho nas competições de base também não agrada, com exceção da participação chilena no Sul-americano Sub-17 do ano passado, quando terminou em segundo lugar.

La Roja possui três bons nomes nessa categoria que ainda não estrearam na equipe profissional. Trata-se de Gonzalo Tapia, Alexander Aravena e Luís Rojas, o trio de ataque que fez chover no Peru. Tapia e Aravena pertencem ao Universidad Católica, equipe com média elevada de idade, mas que ainda não deu chances para os meninos. O primeiro começou a carreira como centroavante, porém, se encontrou como extremo-esquerdo utilizando a força e capacidade de finalização para se destacar. O segundo é um meia-ofensivo que gosta de driblar e penetrar na grande área, tendo o costume de marcar muitos gols.

Quanto a Luís Rojas, artilheiro chileno do torneio em questão, ele já utilizado pela Universidad de Chile. Ainda alternando entre titular e reserva, Rojas pode atuar tanto na armação das jogadas ou até como um camisa 8 num sistema com três meio-campistas. Outro jogador de destaque no Chile neste setor é Tomás Alarcón, 21 anos, do O’Higgins. Alarcón é forte, inteligente e distribuidor de passes. O centro-campista é um exímio camisa 5, mostrando maturidade para liderar suas equipes no setor mais caótico do futebol hoje em dia.

Podcast: The Pitch Invaders #167 | Fábio Matias e as categorias de base do Internacional

Apesar dos principais nomes sub-21 colombianos já estarem atuando fora do país, como Jhon Lucumí e Carlos Cuesta no Genk, Steven Alzate no Brighton e Luís Sinisterra no Feyenoord, ainda restam ótimos prospectos no futebol doméstico apesar da baixa utilização desses atletas. Um dos principais nomes tem voado fora do radar apesar da enorme contribuição dentro das quatro linhas. Andrés Colorado, 21 anos, é titular do Deportivo Cali há duas temporadas e, inexplicavelmente, ainda não recebeu nenhuma chance na seleção principal e muito menos foi considerado na seleção olímpica. Colorado é um segundo volante que desequilibra, pois é taticamente inteligente e tecnicamente bom. Além disso, ele é alto (1,88m) se tornando também uma arma fundamental no jogo aéreo.

Controle de bola, visão de jogo, força, inteligência tática. Colorado é um dos atletas mais completos no futebol sul-americano atualmente. Foto: Getty Images.

Jaminton Campaz, 19 anos, do Tolima é outro candidato sério a figurar na seleção principal colombiana. Ao contrário de Colorado, Campaz é baixinho, medindo apenas 1,68m. Porém, engana-se quem pensa que a altura interfere no jogo dele. Campaz é extremamente técnico, com um controle de bola invejável, além de ser um dos jogadores mais inteligentes no jogo associativo na América do Sul no momento. A joia de Ibagué atua preferencialmente pelo lado esquerdo do meio-campo, mas é aconselhável deixa-lo com liberdade para flutuar no gramado. Campaz também é uma grande ameaça com chutes de longa distância, sendo um excelente cobrador de faltas.

Outro grande nome que ainda atua em solo colombiano é Johan Carbonero. Revelado pelo Once Caldas, que também revelou Luís Sinisterra, o jovem de 20 anos é titular da equipe desde 2018. Carbonero é destro, mas gosta de atuar pelo lado esquerdo, especialmente como extremo. Ele também pode atuar pela faixa central do gramado, sobretudo pela qualidade no drible e capacidade de carregar a bola em progressão. Além disso, Carbonero costumeiramente arrisca de longa distância, o que torna essa porção do gramado valiosa para o atleta.

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