LES BLEUS: NEGROS, BRANCOS E ÁRABES

Por @viniciusof Lançado em setembro de 2016 o documentário Les Bleus – Une Autre Historie de France 1996-2016 entrou no catálogo do Netflix somente neste ano. Trata-se de um daqueles achados que você localiza depois de muita busca. Dirigido por David Dietz, Sonia Dauger e Pascal Blanchard, a obra examina a relação transcendental que o […]

Por @viniciusof

Lançado em setembro de 2016 o documentário Les Bleus – Une Autre Historie de France 1996-2016 entrou no catálogo do Netflix somente neste ano. Trata-se de um daqueles achados que você localiza depois de muita busca. Dirigido por David Dietz, Sonia Dauger e Pascal Blanchard, a obra examina a relação transcendental que o futebol tem na França, bem como os reflexos sociais e políticos que a seleção nacional tem sobre a população. Em pouco menos de duas horas o filme faz uma profunda análise de tudo que aconteceu entre 1996 e 2016 na seleção, cujos conflitos internos sempre reproduziram a sociedade francesa. Nos últimos 20 anos os Les Bleus viveram suas maiores glórias e fiascos, mas acima de tudo foram a mais fiel representação da cisão étnica e racial que sempre tomou o berço do iluminismo.

O documentário se divide em quatro partes: de 1996 a 2000, 2001 a 2006, 2007 a 2011 e 2012 a 2016.

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1996 – 2000 O MITO

“Os Les Bleus não cantam o hino nacional ou parecem não saber a letra. Acho artificial recrutar jogadores estrangeiros e chamar de ‘seleção francesa'”, disse Jean-Marie Le Pen, líder do partido conservador Frente Nacional em 1996. Jean-Marie é pai de Marine Le Pen, que concorreu e perdeu a última eleição presidencial para o moderado Emmanuel Macron. A exemplo do pai, seu discurso se notabilizou pelo forte caráter extremista e nacionalista. Mas 21 anos antes de Marine travar acalorados debates ideológicos com Macron, a seleção nacional sofria pela primeira vez críticas de fora do noticiário esportivo. Os “estrangeiros” referidos por seu pai nada mais eram do que atletas de outras descendências, a grande maioria nascida na França (da seleção da época apenas Desaily não havia nascido no país), mas com pais africanos. Entre 1995 e 96 o país sofrera diversos ataques terroristas e o debate sobre movimentos migratórios estava em alta. No mais grave dos atentados oito pessoas foram mortas. O autor foi identificado: o jovem Khaled Kelkal, francês de origem argelina, criado na periferia de Lyon e radicalizado na prisão. Kelkal agiu a mando do GIA (Grupo Islâmico Armado) e foi morto pela polícia francesa após dois meses de uma exaustiva caça. O atentado foi pólvora num país em chamas, que parecia estar na iminência de um conflito entre polícia civil e imigrantes. A partir do ocorrido as condições de vida e duração de estadia dos descendentes das colônias francesas sofreram drásticas alterações, o que culminou com uma debandada de árabes e africanos para igrejas – de onde foram violentamente removidos pelas autoridades. Neste cenário, a eliminação na Eurocopa de 1996 para República Tcheca recaiu sobre o francês de descendência argelina Zinedine Zidane e o técnico Aimé Jacquet, trucidado pela imprensa por ter excluído Éric Cantona da convocação.

O semblante do fracasso só se descolou da dupla após a conquista da Copa do Mundo de 1998, que levou milhões à Champs-Élysées, fez aumentar em 7 pontos a popularidade do então presidente Jacques Chirac e jogou para debaixo do tapete o debate profundo sobre a diversidade étnica do elenco e da sociedade francesa. A França antes azul, branca e vermelha, tornou-se negra, branca e árabe, numa identidade coletiva inclusiva, porém pouco problematizada. A seleção nacional provava que um país fortalecido por braços mestiços era sim possível e, à sombra da euforia pela conquista, Charles Pasqua, defensor de políticas de imigração severa, exigiu a regularização de imigrantes ilegais. Era o esporte influenciando diretamente a política nacional novamente.

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Os anos que sucederam a conquista do mundo foram de igual sucesso para os franceses, que excursionavam pelo mundo realizando amistosos e obtinham êxito nas competições que disputavam, como a Eurocopa de 2000, vencida com uma vitória de 2 a 1 sobre a Itália na prorrogação. Os holofotes estavam tão voltados aos Les Bleus que em outubro daquele ano os jogadores da seleção foram recebidos em Joanesburgo por Nelson Mandela, um privilégio reservado normalmente a autoridades e chefes e de Estado. O mito negro-branco-árabe era motivo orgulho social, porém contestado por alguns atletas do elenco. “Negro-branco-árabe era a chance de unir todos, de criar pontes, mas teve o efeito oposto”, comentou o ex-goleiro Bernard Lama. Lilian Thuram, um dos mais engajados do grupo de jogadores, completou “(A boa fase) Nos impediu de questionar a sociedade. É como uma fumaça de espelhos”.

2001 – 2006 A QUEDA

A aparente incipiência daquele sentimento de unidade coletiva e respeito étnico se comprovou com os anos que sucederam a conquista da Eurocopa. Era outubro de 2001, menos de um mês depois do atentado no World Trade Center. França e Argélia haviam marcado um amistoso para o Stade de France, o primeiro desde o fim da Guerra da Argélia, num contexto político extremamente complicado. Milhares de argelinos e descendentes foram ao estádio. No documentário, repórteres e jogadores presentes aquele dia relatam que sentiram uma clima tenso na partida, marcada para celebrar a pacificação entre os países. A diplomacia terminou antes mesmo do juiz apitar o início do confronto. La Marseillaise, hino nacional francês, foi vaiado, bem como Zidane, cujos pais são argentinos da região de Cabília. No segundo tempo, quando o jogo já estava resolvido para os franceses, argelinos começaram invadir o campo. O movimento que iniciou isolado foi se massificando, até que o árbitro resolveu encerrar a partida aos 75 minutos. Era o resultado de uma seleção não tão representativa quanto seus anos dourados fizeram parecer. “Vou me lembrar sempre deste evento como um fracasso”, disse a então Ministra da Juventude e dos Esportes da França, Marie-George Buffet.

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Num clima de turbulência, mas acima de tudo muita tietagem, os franceses chegaram à Coreia em 2002 para defender o título. Boa parte do elenco selecionado pelo treinador Roger Lemerre estampava o rosto em peças publicitárias pelo mundo. “Recebemos uma recepção que nem os Rolling Stones têm. Não estávamos preparados”, lembrou o ex-meia Youri Djorkaeff. A eliminação, que se anunciava desde a soberba e nada reservada preparação para o torneio, trouxe consequências severas. A resposta foi uma renovação total nas convocações seguintes, que não contaram com Zinedine Zidane. O novo comandante do barco azul era Raymond Domenech, uma indicação do ex-campeão Aimé Jacquet, que bancou o treinador de currículo aparentemente insuficiente para a pressão do cargo – Domenech treinara a equipe sub-21 do país e, antes disso, havia tido apenas duas discretas passagens por clubes.

ERA DOMENECH

Domenech

O até então desconhecido treinador não demorou a atrair holofotes da imprensa por conta dos seus métodos nada convencionais. Domenech levava seus atletas para assistir peças de teatro e aulas de história e certa feita até os convenceu a cantar em um coral. “Queria combater a falta de cultura e ignorância. Tinha que lhes mostrar o que compõe a essência de um país de imigrantes. Somos uma mistura”, justificou o ex-comandante.  Os resultados em campo não sustentavam a metodologia pouco convencional do técnico que, em 2005, na iminência de ficar de fora da Copa do Mundo de 2006, recorreu aos retornos de Thuram, Zidane e Makélélé.

Apesar da volta dos resultados positivos e garantia de presença no Mundial da Alemanha, outra turbulência estremeceu os Bleus; e dessa vez de fora do campo. Como já foi dito, as periferias parisienses, predominantemente ocupadas por descentes de árabes e africanos, sempre foram barris de pólvora. A impressão de que um incidente era o suficiente para instaurar uma nova convulsão social nos arredores de Paris se concretizou com a morte dos jovens Bouna Traoré, 17, e Zyed Benna, 15, eletrocutados ao tentar escalar uma cerca elétrica na fuga da polícia. O evento marcou o início de uma série de confrontos entre civis e militares, no que chegou a ser chamado de “segunda Revolução Francesa”. Do então ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, veio a declaração que revoltou o elenco azul. Sarkozy disse à imprensa que era preciso “limpas a cidade com Karcher (uma marca de jato de água)”. Thuram rebateu. “Eu também cresci em subúrbio e senti de perto o que esses jovens sentem. Talvez Sarkozy não saiba o que está dizendo. Eu tomo isso como algo pessoal”, disse o ex-defensor de Juventus e Barcelona, que anos depois recusou o convite de Sarkozy para assumir o ministério da Diversidade. “Por razões óbvias eu só podia recusar”, alegou. Unida pelo oposição à política opressora do presidente Jacques Chirac os Les Bleus foram à Alemanha e o resto da história todos sabemos: uma primeira fase insossa, uma mata-mata surpreendente eliminando Espanha e Brasil, e uma final encerrada com a cabeça de Zidane enterrada no peito de Marco Materazzi e o sonho do bicampeonato pulverizado pela intempérie de quem menos se esperava.

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2006 – 2011 O CAOS

Sem Zizou, uma nova geração de jogadores liderada com Samir Nasri e Karim Benzema se somava a experiência de Thuram e Makélélé, numa mescla que recolocava a França entre as seleções favoritas nas competições seguintes. A combinação etária no entanto não foi bem sucedida. No documentário jogares relatam uma cisão entre jovens e experientes, que teria iniciado quando Nasri se recusou a ceder à Thierry Henry seu assento cativo no ônibus da seleção. Verdade ou não o fato é que os azuis venceram apenas uma partida na Eurocopa de 2008. A campanha colocou ainda mais pressão sobre Raymond Domenech que, na coletiva após a eliminação, pediu sua namorada em casamento. “Só tenho um projeto: casar com Estelle. Quero fazer o pedido esta noite”, anunciou o comandante, para revolta da opinião pública.

A ironia descomprometida com que Domenech conduzia suas entrevistas maculava ainda mais a imagem da seleção que garantira presença no Mundial da África do Sul graças ao domínio de mão do Henry contra a Irlanda. Os Bleus chegaram à terra de Nelson Mandela moralmente execrados e internamente rachados. Após um empate sem gols com o Uruguai na estreia, veio a derrota para o México na partida seguinte e o fato que marcaria a primeira fase do torneio. Ao ser substituído, Nicolas Anelka insultou seu técnico ainda no gramado. Domenech decidiu afastar o atacante e viu o grupo voltar-se contra si. O capitão Evra comunicou que decidira com seus companheiros fazer greve de treino. A reação imediata foi um acesso de fúria do preparador físico Robert Duverne, que quase partiu para agressão a Evra diante das lentes de quem cobria a turbulenta concentração francesa. A situação ficou insustentável ao ponto do então presidente Nicolas Sarkozy convocar uma reunião com Henry para esclarecer os motivos da rebelião coletiva. A seleção francesa virara um Big Brother internacional, um vexame até hoje considerado o maior da história da equipe.

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ERA BLANC

Laurent Blanc, herói da geração negro-branco-árabe foi a escolhido pela Federação Francesa para comandar a nova reformulação no futebol local, marcada por um forte cunho moral e nacionalista. As primeiras medidas do novo treinador foram o veto aos fones de ouvido entre jogadores, a distribuição da letra da Marseillaise no vestiário e a proibição de alimentação halal, refeição com ingredientes considerados lícitos pelo Alcorão. As decisão acabou por endossar o discurso segregador proferido pro Le Pen anos atrás, de que a mistura étnica fora a causadora dos fracassos do time. “Vimos como uma medida discriminatória, que obviamente frustrou muita gente e desvalorizou o técnico”, lembrou o ex-zagueiro Jean-Alain Boumsong.

O trabalho, que aquela altura já iniciara sob descrédito, fora de fato abalado após o vazamento de uma reunião de Blanc com a federação. O tema em questão era a limitação do número de jogadores com dupla cidadania nos centros de formação franceses. “O ideal, devemos dizer, mas não oficialmente, é que não aceitaremos mais um número x de crianças (de descendência africana) que talvez decidam sair em algum momento. Como uma cota, mas sem dizer realmente”, comentou o treinador, que completou com um trecho ainda mais polêmico. “Treinamos o mesmo protótipo de jogador: grande, forte e poderoso. E quem são os jogadores grandes, fortes e poderosos? O negros. É assim que é. Os espanhóis dizem ‘não temos esse problema, não temos jogadores negros'”. Thuram, companheiro de defesa de Blanc em 1998 respondeu “É como se cuspissem na minha cara ao dizer ‘Quer saber? Tudo que você e os negros fizeram pela seleção francesa, não conta nada’.” Em rede nacional o técnico se desculpou pelas “coisas horríveis que disse”. O seu destino, no entanto, seria decidido em campo. E lá a França não passou das quartas de final em 2012, desempenho que culminou com a demissão do treinador.

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2012 – 2016  A UNIDADE

ERA DESCHAMPS

Dois anos separavam o presente turbulento e o mundial que seria disputado no Brasil em 2014. O escolhido para capitanear uma combalida tripulação era o capitão da Copa do Mundo de 1998 e colega de zaga de Laurent Blanc, Didier Deschamps. A escolha pelo líder máximo daquela vitoriosa geração tinha um intuito: juntas os cacos que restavam e pacificar uma seleção manchada pela marca do racismo e da xenofobia. Deschamps foi bem mais hábil e cauteloso que seu antecessor. As leis máximas do seu início eram: combater a superexposição da equipe com um vestiário fechado, voltar a atender a imprensa cordialidade e se reaproximar do torcedor. “Deschamps é um mestre da comunicação. Ele é brilhante, entende tudo, controla tudo e quer controlar tudo”, comentou Vicent Duluc, jornalista do L’Équipe.

Deshamps não conseguiu converter a coesão do vestiário em pontos e os resultados não acompanharam a simbiose que se fortalecia entre jogadores e torcida. Como de costume, tentou-se justificar o momento pela falta de patriotismo. Karim Benzema, que passava por um longo jejum de gols com a camisa azul e nunca cantou o hino nacional, foi o alvo escolhido. Como prova de uma suposta má vontade em jogar pelos Bleus, foi resgatada uma entrevista que Benzema concedeu em 2006, aos 18 anos. “A seleção argelina é algo que você consideraria?”, perguntaram ao então jovem promissor atacante do Lyon. “Argélia é o país de meus pais, e a amo muito, mas vou jogar pela França. Aqui a questão é esportiva e a Argélia é meu país natal”, disse, para descontentamento geral. Em campo a França tinha um duro desafio: reverter uma derrota por 2 a 0 para os ucranianos na repescagem e garantir o check-in para o Brasil no ano seguinte. Na preparação para a partida decisiva Dechamps confinou seus jogadores no centro de treinamento de Clairefontaine. Lá transmitiu a o filme La Marche (A Marcha) na presença do ator Jamel Debbouze, um dos protagonistas do filme que narra a trajetória de três jovens que participaram de uma marcha pacífica em 1983, evento-chave na luta contra o racismo na França. Sob clima de união e pressão os atletas entraram num Stade de France lotado, em 19 de novembro de 2013. O mosaico de bandeiras em azul, branco e vermelho contagiou os atletas, que fizeram um jogo memorável e bateram os ucranianos por 3 a 0, com um gol contra, outro de Sakho e outro do criticado Benzama. A sensação de reconstrução na França era tão grande que nem mesmo a eliminação para os alemães nas quartas de final da Copa do Mundo estremeceu a imagem do time. Dois anos mais tarde sediariam a Eurocopa.

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TRAGÉDIA E ESPERANÇA

Entre 2014 e 2016 a França foi marcada por atentados terroristas, como os que ocorreram na redação do satírico jornal Charlie Hebdo e as explosões na casa de shows Bataclan, que mataram 130 pessoas. No mesmo dia em que a casa noturna foi atingida, outros quatro pontos de Paris foram atacados por terroristas. Um deles foi nos arredores do Stade de France, onde França e Alemanha disputavam uma partida amistosa. Para analistas, o atentado a poucos quilômetros do mais relevante símbolo do esporte francês também teve como intuição atacar a pluralidade étnica e cultural que representava a seleção para a população. Os responsáveis pelos ataques foram descobertos poucos dias depois; três jovens da periferia francesa convertidos em terroristas. “O Estado Islâmico usou a crise de identidade para converter nossos próprios jovens contra a França. Não eram combatentes vindos de fora, eram nossos vizinhos, nossos compatriotas” comentou Rama Yade, secretária de Estado para os Esportes. Outra análise interessante sobre a autoria dos atentados partiu do sociólogo Rachid Benzine. “O Islã tornou-se a neurose da sociedade francesa, porque expõe os problemas de integração e também a forma como olhamos para o outro. Já que não definimos quem somos, nos definimos por aquilo que não somos”.

Contrariando prognósticos de que teria vida curta no torneio, a anfitriã jogou bom futebol na Eurocopa. A vitória sobre a campeã mundial Alemanha, que a eliminara dois anos atrás, foi uma injeção de autoestima na combalida torcida, que só não viveu seu apogeu porque topou com Portugal na final. A frustrante derrota doeu fundo, mas o sentimento geral foi de esperança em uma geração bastante promissora. Todos apostam que a França de Pogba, Griezmann, Kanté e Payet possa transformar o futebol francês naquilo que foi em seus áureos tempos: uma lição de unidade nacional e respeito às diferenças.

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