MAPA DE LESÕES NA COPA DA RÚSSIA
Por @JPCastilhos *Administrador formado pela UFRGS e Sócio da Nou Performance GmbH empresa alemã que faz a preparação física de atletas em todo mundo Hoje iniciam as quartas de final da Copa do Mundo da Rússia, todos estão ansiosos por saber quem levantará a taça, mas, até chegarmos aqui todas as seleções e principalmente os atletas […]
Por @JPCastilhos
*Administrador formado pela UFRGS e Sócio da Nou Performance GmbH empresa alemã que faz a preparação física de atletas em todo mundo
Hoje iniciam as quartas de final da Copa do Mundo da Rússia, todos estão ansiosos por saber quem levantará a taça, mas, até chegarmos aqui todas as seleções e principalmente os atletas percorreram um longo caminho durante a temporada que passou. Me deparei com algumas discussões e reflexões nos últimos dias acerca do número de lesões ocorridos antes e durante a Copa, também surgiram questionamentos a respeito do campeonato ser realizado no final de uma temporada e como chegaram fisicamente os atletas para uma competição de tiro curto e com altíssimo grau de competitividade e exigência física e mental.
A temporada 2017/18 foi muito agitada e especulada por ser uma temporada que antecedera a Copa do Mundo da Rússia, de fato os olhares estavam sob àqueles atletas que teriam chances de jogar a Copa. No entanto os ânimos ficaram ainda mais exaltados do meio para o final da temporada, quando qualquer tipo de lesão poderia por em risco a participação dos atletas no mundial de 2018. Foi o caso de alguns atletas como o brasileiro Daniel Alves e o inglês Chamberlain, ambos cortados por lesão no joelho. Além dos cortados tivemos diversas especulações de jogadores que sofreram com lesões pouco antes do Mundial e não chegaram 100% para a competição, como Neymar (Brasil), Agüero (Argentina), Salah (Egito) e o goleiro Manuel Neuer (Alemanha) que ficou parado por oito meses e chegou a Copa do Mundo sem ritmo nenhum de jogo, tendo atuado apenas 4 vezes em toda temporada que passou.
A dúvida que ficou após o final da temporada foi a seguinte; como chegarão fisicamente os jogadores após uma temporada tão desgastante e competitiva como essa? Obviamente exaustos, com muitas dores e fadigados. Porém, a Copa do Mundo é o ápice para a carreira de qualquer atleta e por isso todo esforço e o sacrifício dos jogadores pode ser recompensado com um resultado positivo na competição. Para deixar evidente o quão desgastante foi a temporada para os atletas fizemos a escalação do time titular da seleção brasileira mostrando o número de jogos que cada jogador atuou, desde o início da temporada até o último jogo da seleção contra o México, e o tempo (em minutos) em campo de cada atleta somando todos os jogos até o último jogo que classificou o Brasil para as quartas de final.
Os números são impressionantes, há jogadores que atuaram por mais de 4 mil minutos na temporada, são mais de 66 horas em campo, em média os atletas jogaram 43 jogos. Haja preparação para suportar todo esse desgaste físico, sem contar na carga emocional que cada partida gera e que pode afetar diretamente o desempenho de cada jogador.
Tendo como base estas informações reitero minha total convicção de que os atletas necessitam buscar uma preparação física de excelência dentro e fora dos clubes, adotar um estilo de vida que seja condizente com suas necessidades físicas e mentais e estar rodeado te pessoas e profissionais que queiram e trabalhem pelo seu melhor.
Para ilustrar a importância desse processo fora de campo vale lembrar do centroavante do Bayern de Munique, Robert Lewandowski, que atuou em mais de 51 jogos na temporada passada e esteve em campo por mais de 4 mil minutos, ficando de fora de apenas um jogo por problemas físicos. Pouca gente sabe, mas Lewandowski é um dos grandes exemplos de atleta, possui rotinas diárias de treinos extras e uma alimentação metodicamente pensada em suas necessidades físicas. Por isso seus números são impressionantes e possui um índice de lesão baixíssimo.
Voltando a falar de Copa do Mundo, trazemos uma imagem que nos mostra o mapa das lesões ocorridas na Copa.
No total são mais de 40 lesões no decorrer da competição, quase 50% delas foram musculares o que nos mostra que o desgaste pós temporada e a intensidade dos jogos disputados no mundial influenciam diretamente para a ocorrência de um número alto de lesões em um campeonato tão curto como esse.
Se pegarmos como exemplo alguns dos jogadores mais importantes lesionados como Cavani, Douglas Costa e James Rodrigues, todos tiveram uma temporada com muitos jogos e muitos minutos em campo e é natural que cheguem desgastados na competição e corram risco de lesão como de fato aconteceu. Temos que destacar aqui o centroavante uruguaio que esteve em campo 4.300 minutos e atuou em mais de 50 jogos e ainda sim comandou a seleção celeste na classificação para as quartas de final contra Portugal.
Com a reta final da Copa se aproximando, os jogos ficarão cada vez mais intensos e até mesmo mais longos por conta das prorrogações e pênaltis. Poderemos ver, a partir de agora, um índice maior de lesões e atletas mais fadigados no final das partidas e isso poderá influenciar diretamente no resultado dos jogos. A partir de hoje não será apenas a técnica que decidirá as partidas, a seleção mais resistente fisicamente e mais inteligente poderá surpreender.
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