O Cruzeiro está de volta a Série A com uma campanha impressionante

Mesmo com muitas trocas de jogadores ao longo de 2022, o Cruzeiro volta a Série A com antecedência recorde e um dos melhores trabalhos do país.

Acabou o martírio do Cruzeiro! Depois de três temporadas na Série B, a Raposa irá disputar a primeira divisão do Campeonato Brasileiro em 2023. O acesso foi confirmado com a vitória por 3 a 0 contra o Vasco, no Mineirão, nesta quarta-feira, com sete rodadas de antecedência, recorde na segundona. Os números são impressionantes, a conquista é fundamental na história do clube e a trajetória mostra que o trabalho do uruguaio Paulo Pezzolano é um dos melhores do país.

Há pouco mais de sete meses, o Cruzeiro tinha cinco vitórias em seis jogos no Campeonato Mineiro e esta mesma coluna abordou o bom início de ano do time, além das ideias tática que já apareciam por ali. Os sinais eram positivos, mas não dava para imaginar que a equipe atingiria um nível tão alto de desempenho e subiria com tanta folga para os demais concorrentes. Isso tudo foi realizado com o elenco em constante transformação: 15 jogadores que participaram do torneio estadual deixaram o clube ao longo do ano, cinco voltaram para a base e 14 atletas estrearam durante a Série B.

Cruzeiro Pezzolano Série B Série A Footure
Machado, o volante, faz o movimento de entrar entre os zagueiros e Brock se prepara para avançar

Mesmo com tantas trocas e um calendário complicado, o Cruzeiro jogou um futebol veloz, agressivo e não abriu mão de suas características do início ao fim de 2022. Vimos uma equipe alternar entre o 3-4-3 e o 4-3-3, mas sempre instalada no campo de ataque e sendo bastante direta. A partir de um jogo posicional, os zagueiros foram preponderantes encontrando passes por dentro para o pivô de Edu ou lançamentos nas pontas, além de conduzirem a bola ao ataque, quase como laterais. Assim, ninguém precisava sair de perto do gol para criar as jogadas e podiam sobrecarregar as defesas adversárias. Na hora da finalização das jogadas, o atacantes de beirada ou os alas buscavam o cruzamento ou o drible e colocavam a bola na área, sempre povoada por cruzeirenses.

No momento de defender, a agressividade e a alta velocidade com as quais tudo era feito foi fundamental para o time ter volume de jogo na competição. Marcando lá na frente na maior parte de todos os jogos, a Raposa roubou muitas bolas no setor ofensivo e impediu os rivais de saírem jogando. Quando os oponentes optavam pelo chutão, o trio de zaga composto por Zé Ivaldo, Oliveira e Eduardo Brock tratava de ganhar as disputas pelo alto. A mesma eficiência era percebida na transição defensiva, quando quatro ou cinco jogadores sufocavam imediatamente, mostrando uma velocidade de reação invejável.

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Trinagulação pelos lados com o ala, dois meias nas costas dos volantes e o zagueiro Brock encostando

Resta ao Cruzeiro assegurar também o título da Série B e, posteriormente, tentar bater os 85 pontos do Corintians em 2008 para fazer a melhor campanha da história do campeonato. De qualquer forma, o momento é de celebrar um elenco muito consistente, que pouco oscilou e soube lidar bem com a ansiedade pelo acesso; um treinador que rapidamente deu um padrão de jogo para o time e nunca deixou que ele se perdesse; e uma diretoria que não atrasou salários e mesmo realizando um corte de gastos significativo – e necessário – soube contratar muito bem e à baixo custo.

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Cruzeiro com superioridade numérica no setor da bola e pressionando no ataque

Do meio para trás, jogadores de bom jogo áereo e qualidade no passe faziam a bola chegar redonda nos atacantes e foram fundamentais nas ivnersões de jogo, sempre encontrando atacantes em boas condições de partir para o drible ou tabela. Nesse sentido, além do trio de zaga, os volantes Willian Oliveira, Machado e, principalmente, Neto Moura, merecem todos os aplausos.

Do meio para frente, foram contratados atletas de explosão e velocidade, tanto para fazer a ala, quanto para atuarem por dentro realizando movimentos de infiltração na área, o famoso facão. Dentre os tantos que atuaram nessa função, vale a reverência para Edu, pivozâo e artilheiro celeste na temporada, com 20 gols no ano e Bruno Rodrigues, contratado há dois meses, versátil e autor de gols decisivos nessa reta final, contra Tombense, Criciúma e CRB.

Para 2023, novas valências serão exigidas do treinador e do elenco, que precisa de ajustes, especialmente na quantidade de zagueiros e de força física no meio-campo. Além disso, será fundamental que as expectativas estejam bem alinhadas com a torcida: a primeira ideia deve ser a permanência na Série A, afinal a situação financeira do clube está longe de ser resolvida. Entretanto, 2022 nos mostrou que existe competência na administração para realizar mais um ótimo ano.

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